do blogue Ema Martins

Wine Bar Optimus Alive 2012

Ema Martins — Mon, 16 Jul 2012 23:21:02 +0000

Depois de 2 anos sem poder ir ao Optimus Alive, regressei este ano, com amigas que já não via há quase 20 anos. Foi um 2 em 1 muito especial, voltar a um festival de Verão depois de ter um filho e reencontrar amigas e reviver com elas momentos com 20 anos.
Contudo, na minha cabeça permanecia um desejo: ir para o wine bar instalado na zona vip. Abandonei-as, sem ter a certeza que voltaria para junto delas e entrei pela zona vip, directa ao wine bar.
Uma das minhas ideias para as caixas de madeira de vinho, que temos guardado ao longo dos anos, estava à minha frente. O wine bar era todo feito com caixas de madeira de vinho e estava lindo!

Os vinhos disponíveis eram com assinatura Douro Boys, servidos a temperaturas decentes em copos de plástico mais vips que enófilos.
A zona vip é um mundo à parte dentro do festival, de acesso limitado para uma enorme área com dois andares, mesmo de frente para o palco principal. Na parte de baixo o ambiente era de discoteca, com zonas abertas e fechadas, com diversos bares e comida variada, wc e serviço de maquilhagem. Na parte de cima era o lounge wine bar, com um ambiente mais calmo, onde se podia beber um copo de vinho descontraidamente, existia a possibilidade de fazer tatuagens e ir para a grande varanda assistir aos concertos do palco principal. A mim só uma coisa me interessou, o wine bar.
Fiquei ali a observar e a imaginar wine bars por todo o recinto do festival. Mas em que tipo de copos? De vidro não poderá ser e em plástico não é a mesma coisa, embora estes até não se comportassem mal. Pelo menos um Moscatel Wine Bar, um Vinho do Porto Wine Bar e um Espumante Wine Bar( também para poder acompanhar o Leitão à Bairrada das diversas tasquinhas ) seriam viáveis com copos de plástico devido à versatilidade dos néctares, e assim, ter mais ofertas alcoólicas portuguesas de qualidade.
Ficava ali sem qualquer problema até ao final da noite, mas o sms que recebi fez-me olhar pela varanda, e lá estavam as minhas amigas mesmo à frente da zona vip para me resgatar. Fui curtir o festival com elas para a confusão, pó, vento e sem vinho mas diverti-me muito.

Harmonias ComProvadas: Recheio de Sapateira e Vinhos Portugueses

Ema Martins — Mon, 12 Mar 2012 13:08:14 +0000

A minha segunda participação como jurada no projecto Harmonias ComProvadas foi na 12ª edição. A harmonização foi entre recheio de sapateira e vinhos portugueses e teve lugar no restaurante Bica do Sapato em Lisboa.
Desta vez, conhecia pessoalmente alguns dos jurados, o que tornou esta participação ainda mais enriquecedora que a anterior. Durante a prova as conversas surgiam, ora com uns ora com outros, sempre sobre temas interessantes e maioritariamente relacionados com vinho ou gastronomia.
Mesmo à minha frente o Jorge Nunes e o André Peres, o que permitiu passar o tempo todo a divagar sobre os vinhos que iam sendo servidos e da combinação dos mesmos com a sapateira.

O momento mais hilariante foi quando serviram um vinho tinto frio, no final de uma sessão de brancos. Uns diziam que o vinho tinha Cabernet, outros inclinavam-se para a Touriga e, afinal era um São Domingos Colheita Tinto 2007, com Baga, Tinta Roriz e Touriga Nacional. Até o jurado Miguel Cambezes, cujo o lugar era quase na ponta oposta da mesa, já de pé junto a nós, mandou os seus bitaites. Só visto!
O recheio de sapateira estava divinal! Acho que este até o Nuno comia. Sim, ele também não gosta de marisco com patas.
As sapateiras foram oferecidas por Rui Baltazar da Tejo Ribeirinho e confecionadas pelo chef do Bica no Sapato. Este recheio de sapateira é gratinado no forno e servido ainda quente com pequenos pedaços de pão torrado. O facto de estar quente e ser ligeiramente picante complicou-nos a vida, mas lá fomos fazendo o sacrifício e repetimos a prova com o mesmo vinho até tomar uma decisão.
O restaurante tem uma decoração moderna e uma vista fantástica sobre o rio Tejo. A equipa do restaurante e o serviço de vinhos foi irrepreencivel. Apenas ficou a faltar uma das fantásticas sobremesas da casa para terminar em beleza.

Os vinhos vencedores nesta harmonização foram:
1º) Domingos Soares Franco Colecção Privada Verdelho 2010
2º) Marques dos Vales Grace Viognier 2010
3º) Monte dos Cabaços branco 2010

Mais uma vez, as minhas opções foram muito próximas ao resultado final. Ainda não foi desta que fiz um pleno!
Qualquer pessoa pode participar como jurado deste projecto. Para isso, basta aceder ao blog do projecto e contactar a [email protected]" target="_blank" title="Alexandra Maciel">Alexandra Maciel.

CVB - Comissão Vitivinícola da Bairrada

Ema Martins — Thu, 23 Feb 2012 10:00:51 +0000

A minha atenção está focada na CVB - Comissão Vitivinícola da Bairrada.
Pela primeira vez, no passado dia 8 de Fevereiro, foram realizadas eleições para escolher o presidente da CVB. Até agora o presidente era nomeado pelo Ministério da Agricultura, que escolhia um dos nomes sugeridos pelo Conselho Geral da CVB. A tomada de posse é hoje, 23 de Fevereiro, pelas 16h no Museu do Vinho da Bairrada, em Anadia.
O Conselho Geral é constituído por 12 elementos, sendo 6 representativos do sector do comércio e 6 representativos do sector da produção.
Na presidência fica José Pedro da Silva Rodrigues Soares. O vogal do sector do comércio é Alexandrino Amorim, administrador das Caves São Domingos e, o vogal do sector da produção é Victor Damião, presidente da Adega Cooperativa de Cantanhede.
O novo presidente da CVB é enólogo de formação. Trabalhou em algumas adegas e caves da Bairrada, tendo sido chefe de enologia da Adega Cooperativa de Vilarinho do Bairro e das Caves Arcos do Rei. Tem um projecto próprio de engarrafamento de vinhos com o nome de “Ampulheta Mágica".

Só o facto do presidente ser escolhido através de eleições já é bom sinal. Algumas coisas que o presidente já deixou escapar também prometem, como a certificação do vinho, a aposta nos espumantes, a exploração do potencial dos vinhos a nível gastronómico, necessidade de maior cooperação entre todos, não ser o volume de produção que identifica a Bairrada mas sim os seus vinhos únicos e facilmente identificáveis e o facto de pretender ser o elemento agregador da região.
Tenho esperança que com esta geração(opssss já é a minha, estou a ficar uma cota), os produtores de vinho e todas as entidades ligadas ao vinho na Bairrada se tornem mais abertos, passem a partilhar experiências/ideias/informações/etc, fomentem a união e entreajuda em prol da região e da qualidade dos produtos Bairrada, passem a usar da melhor forma todos os meios que têm à disposição para divulgação dos seus produtos, serviços, projectos e região, como por exemplo nas redes sociais e, simplifiquem o seu dia-a-dia diminuindo o exagero de formalismo e títulos utilizados actualmente para tudo.
Nunca me esqueci de algo que o meu amigo André Ribeirinho contou após uma viagem aos EUA. Numa das regiões vínicas que visitou, sempre que aparece alguém novo a querer produzir vinho, os produtores já existentes na região juntam-se para falar com o novo produtor, com o objectivo em garantir a qualidade e boa reputação da região. Passam ao novo produtor todas as suas experiências e informações, como as melhores castas para cada tipo de solo, os melhores métodos de vitivinicultura e tudo o que lhe possa ser útil. Na realidade querem garantir que todo o seu trabalho não é abalado por um novo produtor que faça mau vinho.
Gostava muito de ver isto a acontecer na minha região. Era sinal de grande abertura e evolução deixando finalmente de olhar apenas para o seu umbigo.
Sempre que penso em Bairrada lembro-me duma canção do meu bisavô, músico e compositor, António Ferreira Esteves, que fez a pensar em Vila Nova de Monsarros, aldeia Bairradina. Vou partilhar convosco uma pequena parte já adaptada à Bairrada. Digam lá se não resume bem o estado actual da região:

A Bairrada é um jardim,
Dividido em dois canteiros,
Um está bem cultivado
Porque tem bom jardineiro.

O outro está abandonado,
Com aspecto desolador,
Está cheio de ervas daninhas
Que matam qualquer flor.

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Comissão Vitivinícola da Bairrada	33.01 KB

Baga Friends

Ema Martins — Fri, 10 Feb 2012 15:13:42 +0000

Em 2010 foi criado o projecto Baga Friends com o objectivo de preservar, defender, divulgar e promover os vinhos da Bairrada produzidos com a casta Baga.
Teve origem nas preocupações comuns de Mário Sérgio Alves Nuno (Quinta das Bágeiras) e Filipa Pato, com o arranque das vinhas de Baga e com o facto de muitos produtores da região apostarem totalmente em castas internacionais. Alguns produtores da Bairrada e um do Douro, apaixonados pela casta Baga, juntaram-se a eles, unindo esforços para atingir os objectivos do projecto. Fazem então parte do projecto os seguintes produtores: Filipa Pato, Kompassus, Luís Pato, Niepoort, Palace do Bussaco, Quinta das Bágeiras, Quinta da Vacariça e Sidónio de Sousa.

O mercado requer produtos diferenciados, distintos e genuínos. O bom vinho de Baga da Bairrada é um desses produtos que deve ser preservado e potenciado.
É na distinção de produtos de grande qualidade que está o nosso futuro e, não em produtos iguais a tantos outros, que se produzem em grande quantidade por todo o mundo.
Tenho vontade de chorar sempre que me lembro que algumas vinhas velhinhas lá de casa, maioritariamente de Baga, Maria Gomes e Bical, foram arrancadas devido aos subsídios da UE. Podem voltar a ser vinhas mas os anos perderam-se.
Fico tão danada com este tema, que não sei se no final compreendo mas não aceito, ou vice-versa, os produtores e vitivinicultores que arrancaram as suas velhas vinhas e os que optaram apenas pelas castas internacionais.

Os Baga Friends já promoveram algumas acções/eventos, num dos quais tivemos a honra em participar, o evento Another Big Day @ Quinta de Nápoles, organizado pela Niepoort.
Em 2011 o evento teve como mote os Baga Friends. Estavam presentes todos os produtores do projecto Baga Friends, os produtores do projecto Douro Boys e alguns produtores estrangeiros a representar a Niepoort Projectos.
Relativamente à Quinta de Nápoles, a grande novidade para nós foi poder visitar a cave do vinho por baixo da sala da recepção, instalada pela Cave do Vinho. Quando for grande quero uma só para mim!
Da sala da recepção é possível aceder à adega passando por um pitoresco corredor. Parece-me pitoresco, tendo em conta as fotos que vi, pois eu fui de elevador com o filhote e toda a logística. O Henrique nessa altura ainda não tinha 1 ano, passou o dia todo na Quinta de Nápoles ora enfiado no sling, ora no carrinho, ora a brincar e até dormiu a sesta. Correu bem!
Pela adega estavam espalhados todos os produtores acima indicados com os seus fabulosos vinhos á prova. É uma verdadeira loucura vaguear pela adega e ir provando vinhos, falando deles com os seus produtores e enólogos, criticos de vinhos, wine bloggers, empresários, outros produtores e enólogos, viniticultores e enófilos. Um experiência muito enriquecedora.
O almoço teve lugar noutro andar da adega. Começou com ostras, enchidos, sushi, etc, depois com as criações do chef Rui Paula do DOC e DOP, que se podia ver na cozinha numa azáfama com a sua equipa. O primeiro prato foi açorda de robalo, o segundo foi coxa de pato confitada sobre espargos e puré, com molhos de trufas e a sobremesa foi cilindro de maçã crocante com canela e gelado. Estava tudo divinal.
Como podem imaginar, muitos eram os vinhos que acompanharam o almoço havendo combinações para todos os gostos.
A sobremesa foi servida na fantástica sala de provas que dá para um pátio amplo e para uma grande varanda sobre o rio Douro. Na sala estava uma enorme mesa repleta de iguarias, foram servidos diversos fortificados, dos quais o Moscatel 1977 da Niepoort foi a estrela, e por fim o belo do café.

A Niepoort sempre em alta, a organizar mais um evento de grande qualidade, com participantes de várias nacionalidades, a divulgar os seus projectos de uma forma muito mais eficáz que a maioria das comuns acções de marketing.
Espero que o projecto Baga Friends seja um sucesso pois não poderia concordar mais com os seus objectivos. Vinho Baga de qualidade para sempre!

Harmonias ComProvadas: Espumantes e Terrina de Fígados de Aves

Ema Martins — Mon, 06 Feb 2012 13:34:32 +0000

Já há muito tempo que estava para participar no projecto Harmonias ComProvadas mas nunca me foi possível aceitar o convite. Finalmente consegui estar presente na sétima prova que consistia na harmonização entre espumantes portugueses e terrina de fígados de aves, realizada no restaurante Casa da Comida em Lisboa.
Tive pena por o Nuno não ir comigo mas alguém tinha que ficar com o nosso filhote. Acreditem, seria um fartote vê-lo a tentar comer algo cuja a base é fígado. Um espectáculo não recomendado a pessoas sensíveis.

Quando me estava a preparar para fazer a reportagem fotográfica, reparei que me tinha esquecido da máquina mais apropriada para o espaço. Saquei da suplente que está sempre pronta na minha mala e fiquei danada. Não tinha bateria. Restou-me o smartphone que teria salvo a reportagem se não fossem os restos de baba do Henrique na câmara.
O restaurante Casa da Comida é muito acolhedor com uma decoração clássica e grandes vidraças que dão para um belo pátio. Inclui na sua carta pratos tradicionais, alguns difíceis de encontrar, muitas referências de vinhos e alguns deles disponíveis a copo.
Como sempre, o júri da prova foi constituído por pessoas de diversas áreas, o que torna as conversas interessantes e diversificadas. Tive a oportunidade e prazer em conhecer pessoalmente pessoas que sigo na internet e felizmente não fiquei desiludida.
Foram provados às cegas 9 belíssimos espumantes de várias regiões vitivinícolas com a terrina de fígados de aves. A receita foi elaborada especialmente para a prova com sultanas marinadas em espumante, envolvida em folhas de couve lombarda e apresentada em formato triangular.
Enquanto lutava por ignorar o meu lado mais enófilo lá fui provando e classificando cada combinação. É engraçado perceber as diversas opiniões do juri, os que se deixam influenciar ou não pela opinião dos outros, e o aumento gradual da curiosidade em querer saber o que estão a beber e quais são os vencedores.
No final, o resultado é sempre uma grande surpresa que deixa os participantes eufóricos. Neste caso os vencedores foram:
1º) Rebouça Alvarinho 2006 - Vinhos Verdes
2º) São Domingos Elpídio Bruto - Bairrada
3º) Ninfa - Tejo
Embora a minha classificação estivesse quase igual aos resultados finais, a combinação que mais gostei não ficou nos três primeiros lugares.
Gostei da experiência que espero repetir em breve.

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#PortDay

Ema Martins — Fri, 27 Jan 2012 14:17:20 +0000

Sabiam que o Dia Internacional do Vinho do Porto é 27 de Janeiro? É hoje.
Foi criado pelo Center for Wine Origins, lançando assim a iniciativa #PortDay, na qual todos podem participar onde, como e com quem quiserem, partilhando o que quiserem sobre o tema na internet(redes sociais, blogs, sites, etc).
O objectivo desta iniciativa é encorajar o consumo do Porto genuíno protegendo assim a designação de origem do Vinho do Porto.
O Instituto do Vinho do Porto já apoiou a iniciativa e nós também queremos apoiar, por isso vamos juntar-nos aos nossos amigos dos Desafios da Adega e da Adegga numa prova de Vinho do Porto no restaurante Rubro em Lisboa.

Temos uma boa desculpa para abrir mais um Warre’s LVB 2001 que escolhemos para levar e partilhar com amigos.
Participem também no #PortDay e celebrem este néctar português delicioso.

Adegga

Ema Martins — Wed, 14 Sep 2011 13:38:23 +0000

Já vos falámos sobre o Adegga? Se já falámos, vamos ter de o fazer outra vez.
O Adegga é uma rede social de vinhos criada em Portugal por portugueses mas com âmbito internacional, o se percebe pelas 7 línguas em que está disponível. Tem utilizadores de todo o mundo assim como vinhos, produtores, garrafeiras, etc.
De forma gratuita, entre muitas outras funcionalidades, é possível escrever e ver notas de prova de determinado vinho, ver as suas caracteristicas, onde se vende e a que preço, o que se diz dele na blogoesfera, obter a cada momento uma lista com os vinhos que já provou, os que pretende comprar e os que tem actualmente na adega de sua casa, pesquisar e adicionar vinhos, produtores, garrafeiras, etc.
O Adegga é sem dúvida uma óptima ferramenta para quem gosta de se manter actualizado sobre vinhos, gosta saber a opinião de outros e manter organizada a sua adega pessoal.

Pode também ser usado pelos produtores para divulgação e promoção, portefólio dos seus vinhos e projectos, de forma simples e dinâmica, mantendo-se assim activos, mais próximos dos consumidores e informados. Assim podem reagir rapidamente ao mercado e incrementar as vendas. Para isso, os produtores apenas têm de aderir a uma conta paga que lhes dá acesso a várias funcionalidades extra, não disponíveis na conta gratuita.
Além da rede social, estes senhores criaram o AVIN, que é um código único para cada vinho e, permite aos produtores e consumidores identificar um vinho através de um código. O AVIN está a tornar-se num standard devido à adesão em o utilizar por parte dos produtores.
No Adegga aliam o AVIN com o QRCode para obter a informação de determinado vinho. O QRCode é uma espécie de código de barras a 2 dimensões, que pode conter texto ou links para páginas da Internet. No caso dos QRCodes do Adegga, basta que cada garrafa os tenha impressos para que possam ser lidos através de um telemóvel de última geração, obtendo-se o endereço da página do vinho em questão no Adegga, onde está agregada toda a informação do mesmo e, assim, ajudar o consumidor na escolha de vinhos durante as suas compras.
As mais recentes novidades do Adegga são a venda de vinho online - Adegga Selection e um evento anual de prova e venda de vinhos - Adegga Wine Market.
Portugal precisa de muitas pessoas destas. Inovadoras, pró-activas, eficientes e com muita ambição. Em especial o André Ribeirinho, que teve a coragem de abandonar um emprego estável e aliciante no incumbente das telecomunicações em Portugal, para se dedicar a este projecto fascinante.
Recentemente o seu colega André Cid, juntou-se a ele a 100%. Pelo sucesso do projecto, prevejo que os dois não serão suficientes para dar vazão a tudo e garantir a manutenção e evolução do projecto. Talvez em breve o terceiro elemento, Emídio Santos, também passe a ficar a 100% no projecto.
Nós vamos continuar a seguir o projecto, as suas iniciativas e a utilizar o Adegga. Sigam-nos também no Adegga: Ema Martins, Nuno Monteiro e Ricardo Oliveira.
Isto já era para ter sido publicado há meses, com um vídeo do Adegga Wine Market do ano passado, mas o Nuno nunca mais trata de arranjar o som do computador lá de casa onde editamos os vídeos. A ver se vem a tempo do próximo Adegga Wine Market.

Publicidade em Época Festiva

Ema Martins — Mon, 15 Dec 2008 01:54:56 +0000

Em tempo de festejos de Natal e Fim de Ano, os anúncios publicitários de vinho e espumante multiplicam-se pelos vários meios de comunicação.
Esta altura do ano é uma das mais importantes para os produtores, que conseguem escoar a maior parte do vinho acabado de ser lançado no mercado.
A publicidade ajuda imenso a atingir objectivos e muitas marcas usam-na, e muito bem, nesta altura. Certamente influencia a escolha do vinho e espumante para a ceia de Natal e Passagem de Ano, quando os consumidores vão às compras e se deparam com centenas de marcas e packs especialmente idealizados para encher o olho.
Contudo, já que se investe tanto em anúncios publicitários, acho que deveriam ser mais rigorosos e cuidadosos com todos os detalhes. Além dos objectivos principais, aumentar as vendas e divulgar a marca, podiam aproveitar para educar os consumidores, para que o vinho seja visto como um produto de valor para todo o país.
Embora Portugal seja um país vinhateiro com antigas tradições vinícas, a maioria da população não dá o devido valor a esta riqueza.
O vinho continua a ser mal tratado, a ser considerado um bem menor. Quase ninguém percebe o real valor deste bem, que temos a sorte de ter com fartura, e as características distintas que lhe dão identidade e fazem a diferença.
Para que seja visto, cá e lá fora, como um bem de riqueza e de qualidade de Portugal, os portugueses têm que aprender muito sobre ele, para mudarem realmente de atitude e opinião.
Quantos portugueses sabem apreciar vinho devidamente? Quantos sabem como servir? Quantos sabem a que temperatura se deve beber? Quantos sabem em que copos se deve beber? Quantos sabem como pegar no copo? Quantos sabem distinguir as virtudes e os defeitos?
A imagem das antigas tavernas, com aroma a trapo molhado que servia para limpar o balcão e os copos, cheias de senhores de cara rosada que iam para casa aos ss a cantar ou a falar sozinhos, ainda é a mais presente quando se fala de vinho.
O copo de 3 rasinho à temperatura ambiente para beber de penalti ainda é o mais comum.
Essa imagem tem que mudar. A taverna pode continuar mas de cara e trapo lavados, com um ambiente entre o tradicional e gourmet, tornando-se um local de culto do vinho.
Para tudo isto mudar, é preciso educar. Para educar é necessário que hajam iniciativas direccionadas à população em geral, do estado, de entidades privadas ligadas ao mundo do vinho, das comissões vitivinícolas, das rotas de vinho, dos produtores, dos distribuidores, dos revendedores, dos restaurantes e dos bares.
Na realidade, todos nós temos um papel para alcançar este objectivo. Assim, os produtores que apostam em publicidade, investindo grandes quantias, podiam fazê-lo não são só para benefício directo, mas também para benefício de todos nós e de Portugal como um velho produtor do velho mundo.
Senhores produtores, para começar basta que tenham atenção aos detalhes. Não paguem anúncios onde o copo não é o correcto, onde a quantidade é demais e onde os figurantes peguem no copo de forma errada. Mesmo que a agência publicitária diga que não fica tão bem, não aceitem. Comecem a exigir que façam a coisa bonita mas da forma correcta.
Feliz Natal e Bom Ano 2009!

Vindima 2008

Ema Martins — Wed, 01 Oct 2008 00:09:41 +0000

Este ano tirámos férias na altura das vindimas, embora por mera coincidência. No entanto, não deixámos escapar a oportunidade de participar numa vindima.
Na família as vinhas sempre tiveram um lugar importante. Os dois lados da família sempre tiveram várias vinhas espalhadas pelas freguesias de Vila Nova de Monsarros e Moita do concelho de Anadia. Anualmente produziam vinho e a vindima foi sempre vivida com entusiasmo e muita alegria. Era um momento muito especial e para mim não era excepção. Durante muitos anos nunca faltei.
Adorava toda aquela agitação, o começar a vindimar ainda cedo com o campo todo orvalhado libertando cheiros excepcionais.
A única coisa que me desagradava era o aroma que ficava por toda a região assim que os primeiros vinhos começaram o processo de fermentação. Nessa altura, ainda não sabia o que era realmente bom e importante de tudo aquilo. Perdi-me na informática para me voltar a encontrar nos últimos anos.
Este ano, para não variar, os meus pais contrataram uma multidão tendo em conta as vinhas a vindimar e, como seria de esperar, apareceram outros tantos amigos e familiares a querer participar, o que acontece todos os anos.
O Nuno este ano juntou-se ao grupo, todo equipado, para fazer a sua primeira vindima e aproveitar para tirar algumas fotos. Eu infelizmente fui sacrificada e fiquei em casa com a minha mãe como cozinheiras de serviço.
Foi uma pena não poder presenciar a primeira vez dos meninos da cidade para poder divertir-me a valer!
As uvas eram de boa qualidade, mas este ano foram vendidas para a Sogrape.
Após o final da vindima e de uma bela refeição, o meu pai levou o Nuno até à Sogrape para que fosse possível presenciar todo o trabalho, desde a chegada das uvas de cada viticultor até iniciarem o processo de fermentação.
(A partir daqui o texto é do Nuno)
A vida sedentária é tramada. Estava ali no meio de pessoas com 20 ou mais anos do que eu e estavam ali cheios de força sem dores de costas e eu, que não faço esforços físicos no meu dia de trabalho, a ter que estar cheio de cuidado com a minha hérnia discal.
Felizmente estavam lá mais alguns sedentários a estrear-se nas vindimas, pelo que deu para partilhar a dor.
Mas foi engraçado. Três vinhas diferentes, a primeira delas mais complicada devido a uma forte inclinação (mas como foi logo de manhã estava fresquinho) e as outras duas mais planas. O pai da Ema, 9 pessoas contratadas, eu e outros 4 “penetras” e ficou a coisa despachada pela manhã.
Depois do almoço fomos então ver a verdadeira linha de montagem que é o processo de recepção das uvas na Sogrape.
Os viticultores chegam à portaria onde as uvas são verificadas visualmente, como forma de garantir que não foram apanhadas de véspera e já se encontrem a fermentar.
Cada viticultor tem um cartão magnético que o identifica e passa-o junto à primeira balança, onde é pesado o veículo ainda com as uvas.
De seguida, passa-se à fase de análise do grau alcoólico. É inserido um aparelho que extrai uma pequena porção das uvas, que entra numa máquina onde é calculado o grau provável. Também aqui é passado o cartão magnético, uma vez que o pagamento é feito com base no grau.
Conforme o grau e o tipo de uvas, estas são descarregadas em diferentes sítios, onde começa imediatamente o desengaço e se inicia o processo de vinificação.
Por fim, o veículo volta a ser pesado antes de sair e calculada a diferença de peso, resultando no peso das uvas entregues.
Uma vez que já lá estava, aproveitei para visitar o interior das instalações para fotografar o resto do processo.
Para o ano há mais, e talvez para o ano se faça algum vinho em casa. A ver se aprendo umas coisas e, daqui a uns anos, quem sabe se não largamos a vida de cidade para nos dedicarmos mais a sério a isto.