Conhecemos este restaurante já há uns anos por mero acaso, quando fomos a uma loja de decoração que fica mesmo ao lado.
Como foi a meio da tarde estava fechado, mas a entrada era tão chamativa que decidimos que tinhamos que ir lá um dia espiolhar.
E assim foi. Num daqueles dias em que nos apetecia jantar fora e não nos decidiamos, lembrámo-nos dele e lá fomos. Desde aí ficámos clientes.
O restaurante situa-se num antigo lagar e, como se subentende da placa à entrada, a sua transformação em restaurante ficou a cargo de uma empresa de arquitectura. E bem entregue, dizemos nós.
Mal se entra, do lado direito, há uma primeira sala grande que fica no meio dos antigos tonéis. Com mesas corridas, é ideal para jantares de grupo.
Mais à frente fica a sala principal, cujas paredes também fazem de expositores de pinturas. As próprias mesas são personalizadas, com tampo de vidro a deixar ver rótulos de vinhos que estão em baixo. Às Sextas e Sábados à noite há ainda musica temática ao vivo nesta sala.
Pelo meio há ainda uma pequena sala mais recatada com duas mesas, onde em tempos se situava a garrafeira. Descobrimos desta vez que havia uma sala que ainda não conheciamos, que estava a ser preparada para uma exposição de escultura. Em todos os recantos há pequenos pormenores, sempre com o vinho como tema.
Já me estou a alongar demais na parte visual, e as fotos falam por si, mas é que gosto mesmo muito. Até a casa-de-banho vale uma visita. :)
Mas não se pense que só a decoração interessa, porque a comida é bastante boa.
Há vários pratos do dia e a ementa normal, que também vai mudando ao longo do ano. É comida portuguesa sem rodeios, em alguns casos com ingredientes típicos da região, como as costeletas de borrego com alecrim e mel da Arrábida, ou o bife com molho de queijo de Azeitão.
Neste dia pedimos arroz de pato. Eu gosto muito de cozinha internacional, de fusão, de autor e mais mil e uma coisas que vão aparecendo, mas os pratos típicos portugueses, quando são bem feitos, dão-me especial prazer. Tanto o arroz de pato como o bacalhau espiritual são pratos que, em qualquer lado que os coma, me fazem sempre lembrar este restaurante.
Quanto a vinhos, a carta é na esmagadora maioria preenchida com vinhos dos dois gigantes da região, com um ou outro outsider pelo meio. Gostava de ver mais marcas na carta, mesmo que fossem só da região. Aparentemente é por motivos comerciais. O que vale é que da José Maria da Fonseca há desde o Periquita ao FSF e da Bacalhôa do Serras de Azeitão ao Palácio da Bacalhôa e, sendo ambos produtores com vinhos de várias regiões do país, não se limita a vinhos da zona. Como a Bacalhôa tem andado às compras, pode ser que vão aparecendo cada vez mais opções.
Vinho a copo é que só da casa, que não é nada mau. E claro, os Moscatéis e o Bastardinho de Azeitão.
Os copos são correctos, alguns deles de marcas de vinho e aqui nunca tive problemas com temperatura altas demais, pois o edifício é muito fresco.
Para sobremesa aconselhamos o potente pudim de azeite com mel da Arrábida ou as clássicas tortas de Azeitão.
Com vinho da casa a conta rondou os €20, mas é normal que suba um pouco se optarmos por um outro vinho.
Não é sítio onde se possa comer todos os dias, mas nunca me custou pagar face à satisfação obtida. Locais que sejam agradáveis à vista e ao estômago não é todos os dias que se encontram.
Morada:Rua dos Trabalhadores da Empresa Setubalense, 10
Vila Fresca de Azeitão
2925-495 Azeitão
GPS: 38.526226,-8.991666
Telefone: (+351) 212188048
Horário: De Terça a Domingo das 12:00 às 24:00. Encerra à Segunda.