Voltámos à Quinta de Nápoles em meados de Setembro.
Desta vez, o motivo foi uma apresentação dos vinhos Niepoort para bloggers e alguns enófilos frequentadores de fóruns de discussão sobre vinhos. Como não podia deixar de ser, a recepção foi fantástica.
Tivemos finalmente oportunidade de conhecer algumas pessoas pessoalmente, que apenas conhecíamos virtualmente, e que partilham uma das nossas paixões: o vinho.
Já decorriam as vindimas, pelo que nos foi possível acompanhar alguns trabalhos como a recepção, selecção e desengace das uvas, fermentação em antigos lagares e cubas de fermentação de última geração.
Como habitual nas visitas à Quinta de Nápoles, começou por se percorrer a adega munidos de copos e cuspideiras especiais (baldes) para provar variados vinhos, que ainda se encontravam em estágio, e ainda alguns mostos.
Enquanto provávamos, falávamos sobre cada vinho detalhadamente, sendo sempre abordada a origem, as castas, o ano, o destino e data prevista de lançamento. Após provar, quem queria dava a sua opinião pessoal, independentemente de poder ser divergente com a do enólogo Luís Seabra ou de Dirk Niepoort.
De seguida, fomos para a sala de provas onde nos aguardava um interminável número de vinhos.
A prova foi feita ao gosto do freguês, provando um a um sem regras ou imposições.
Antes de passarmos ao almoço, Dirk Niepoort falou um pouco de todos os vinhos, contando algumas histórias e curiosidades acerca deles, que de outra forma nunca saberiamos.
Começámos a prova pelos brancos de 2008. A frescura do Tiara e a complexidade do Redoma e, especialmente, do Redoma reserva, estiveram ao nível das espectativas. No entanto, as atenções de toda a gente centraram-se no Navazos 2008, depois da polémica gerada no fórum da Revista de Vinhos. A opinião geral dos presentes foi contrária à de João Paulo Martins, pois aparentemente todos gostámos do vinho.
Quanto aos tintos 2007, de salientar a cada vez maior elegância dos vinhos quando comparados com alguns anos atrás, nomeadamente o Redoma e o Batuta, mas também o Charme, cuja extrema elegância deu até origem a uma discussão saudável entre o Dirk e alguns bloggers que o consideravam "demasiado elegante". Não podíamos deixar de falar no Robustus, que é pena a carteira não permitir comprar tanto quanto queria, e cujas futuras edições que provámos ainda em estágio estão a levar cada vez mais engaço. Como referiu o Pingus na altura, tem características que dão alguns ares de alguns vinhos mais antigos da Bairrada e do Dão.
O delicioso cabrito e sobremesa do almoço foram sempre devidamente acompanhados pelos vinhos à prova e ainda por algumas surpresas e raridades que iam aparecendo.
Devo dizer que no final desejei um belichezito, ou até mesmo uma tenda ou auto-caravana, como tinha sugerido ao Nuno para levar, e assim fazer uma soneca. Por outro lado, a melhor solução foi mesmo ficar num belo e confortável hotel, devido ao calor que se fazia sentir.
Foi também com imenso agrado que podemos verificar que a antiga adega já se encontra recuperada. Agora é a loja de vinhos, e devido à sua dimensão poderá ser perfeitamente uma sala multi-funções.
Muito obrigada à Niepoort por mais esta experiência, pela oportunidade de ficar a conhecer os seus vinhos e as suas histórias e, ainda, pelo convívio e partilha de ideias e opiniões.