Depois de algumas provas interessantes organizadas pelo Rui Lourenço Pereira, o Sérgio Lopes saiu de casa, andou meia dúzia de metros e combinou uma prova na Messias para os Portuguese Wine Bloggers.
Eu fui buscar o Nuno, que chegava de Anadia, e embora chegassemos 5 minutos antes da hora marcada, fomos os últimos a chegar à porta da Messias, em Gaia.
Esperava-nos a Ana Urbano (a Enóloga), que nos guiou pelos armazéns onde, entre balseiros, barricas e depósitos de betão, nos fez viajar pela história da Messias.
Curiosamente, apesar de se ter esquecido da máquina fotográfica, o único sítio onde o Nuno me pediu para tirar fotos foi na garrafeira velha, e até esteve perto de lá ficar fechado, não fosse a Ana esperar uns bons 5 minutos para ele tirar mais "umas fotos". Depois de quase o arrastar de lá para fora, subimos até à sala de provas onde tínhamos algumas preciosidades à nossa espera. Para além de alguns Vintage (um dos quais já teve a "mão" da Ana Urbano), provamos dois Tawny e uma série de colheitas.
Messias Vintage 2007
Nariz intenso com cerejas pretas, noz, ainda bastante frutado, figos, ameixas e tabaco. Fresco e equilibrado. Com as devidas reservas, já pode ser bebido, embora o tempo só lhe venha a fazer bem.
Nuno: 16.5 / Ricardo: 16.5
Messias Vintage 2003
Cor rubi, semelhante ao anterior mas com toques vegetais, caramelo e (diz o Nuno) estevas. É mais persistente que o anterior, e pareceu-me estar pronto a beber.
Nuno: 17 / Ricardo: 17
Messias Vintage 1984
Cor laranja dourado, com aromas a fruta (mirtilos, cerejas), iodo e noz; um pouco oxidado, parece já estar perfeitamente evoluído.
Nuno: 16.5 / Ricardo: 17
Messias Tawny 10 anos
Bonita cor laranja, aromas de caramelo e casca de laranja, couro e tâmaras com alguma frescura e um toque picante no final.
Nuno: 16 / Ricardo: 16
Messias Tawny 30 anos
Laranja ainda mais claro, frutos secos, alguns toques de laranja e um pouco amargo. Mantém o toque de laranja um pouco picante no final, com uma boa persistência.
Nuno: 17 / Ricardo: 17
Messias Colheita 2000
Avermelhado, com uma enorme frescura, frutos secos (nozes, cerejas pretas, laranja), e algumas flores secas. Um final bastante bom, com especiarias e ligeiramente apimentado.
Nuno: 16.5 / Ricardo: 17
Messias Colheita 1991
Alaranjado/castanho claro, aromas de laranja, tabaco, amêndoas, frutas cristalizadas. Tem um bom corpo, e tem uma boa frescura.
Nuno: 17.5 / Ricardo: 18
Messias Colheita 1985
Âmbar, muito intenso de aromas (verniz, cola, mel) e com uma boa acidez e complexidade, finalizando com um toque de especiarias. Muito boa persistência e bastante doçura.
Nuno: 17 / Ricardo: 18
Messias Colheita 1977
Laranja escuro, aromas a amêndoas torradas, frutos secos (avelãs?), muito complexo e menos doce que o anterior, picante e menos intenso, ainda assim com boa persistência e complexidade.
Nuno: 18 / Ricardo: 17
Messias Colheita 1963
Laivos esverdeados, aromas a frutas e iodo, muitas nozes, ficos e couro. O corpo é excelente, tem ainda boa acidez e tem um final interminável.
Nuno: 18.5 / Ricardo: 18.5
Como já estávamos a ficar atrasados, acabamos por nos despachar muito rapidamente - com os devidos agradecimentos à Ana Urbano, que nos recebeu num sábado - e ao Sérgio Lopes, que com esta iniciativa nos proporcionou uma excelente prova. Curiosamente - numa estreia absoluta para mim - o almoço dos Portuguese Wine Bloggers, depois de uma prova da Messias e antes de uma prova na Graham's, foi regado exclusivamente a água.