O Adegga WineMarket já é um evento de referência em Portugal para quem quer ter a oportunidade de provar vinhos de forma tranquila, dialogar com os produtores e até mesmo organizar - ou participar - em iniciativas criadas por outros participantes. Retirando o óbvio propósito de conhecer as novidades e poder - mesmo ali - adquirir vinhos a preços mais competitivos (afinal de contas, é um dos problemas: gosto daquele vinho, mas se o tentar comprar na próxima semana, não o encontro ou vou encontrá-lo muito mais caro), aprendendo ao mesmo tempo mais sobre o vinho, o produtor, a vinha, a História.
Já foram aqui abordadas as outras edições deste evento, que desta vez - e pela primeira vez - foi realizado fora de Portugal, mais concretamente em Bruxelas, no 26º andar do "The Hotel". Para além da aposta continuada em inovar e crescer, a equipa do Adegga demonstrou que tem a coragem e resiliência para montar o evento a milhares de kilómetros de distância do conforto de se estar perto de casa e de tudo o que já se conhece, receber cerca de 300 visitantes e manter o patamar de qualidade perto daquilo a que já estamos habituados.
Portugal era a nação predominante no que diz respeito à origem dos produtores; estavam no entanto presentes produtores Franceses e um Espanhol. Comecei a prova pelos Champanhes, passando pelos Brancos, Tintos e Portos. Reservei um descanso de meia hora antes da Sala Premium, que desta vez se chamava "The Port Experience" e era composta exclusivamente por Portos da Niepoort.
Com a excepção de alguma falta de água, tudo o resto correu como seria de esperar, não só em termos do evento, mas também - julgo eu - em termos das compras realizadas; uma hora depois de começar o evento vi alguém comprar uma garrafa de Burmester 40 anos e passeá-la enquanto continuava as provas. A Sala Premium foi - como sempre - uma experiência única; o Carlos Raposo (acho que faz qualquer coisa na Quinta de Nápoles) dirigiu com mestria o público conhecedor, bem como os visitantes quase completamente desconhecedores do Vinho do Porto. Conseguiu, num guardanapo de papel, dar uma mini-aula sobre os estilos de Porto enquanto acompanhava a prova de algumas das maravilhas da Niepoort (vou só referir algumas; a lista completa está numa das fotos): Tawny 30 anos, Vintage 2011, LBV 1981, Garrafeira 1977, Colheita 1957 e Garrafeira 1952. Sim, caros amigos, conhecidos e anónimos em geral: se o vosso nome não acabar em Niepoort, se não passarem muito tempo por ano na Quinta de Nápoles e se não forem mesmo mesmo mesmo (eu já disse mesmo muito?) muito afortunados, não terão a oportunidade de ter, numa mesma mesa, toda esta gama para prova. A menos que o André tenha uma surpresa reservada para Dezembro....
Gostaria ainda de aproveitar para agradecer à equipa do Adegga, com quem tive o prazer de jantar umas horas antes do início do evento: são profissionais, são dedicados, simpáticos, sabem o que querem... e ainda por cima ofereceram-me o bilhete para a "The Port Experience" por ter sido o primeiro a inscrever-me no evento de Bruxelas. Há lá melhor gestão de cliente do que esta?
Para terminar: por um valor irrisório (obviamente tendo em consideração o benefício), os visitantes tiveram a oportunidade de provar Champanhe, vinhos de várias regiões de Portugal e Espanha e Vinhos do Porto muito interessantes (e estou a referir-me ainda à mesa da Kopke/Cálem/Barros, com Vintage de 85, Colheitas de 74 e 57 e um belíssimo 40 anos da Burmester). Alguns afortunados puderam ainda chegar à excelência da sala Niepoort, como se tudo o resto não bastasse. Os vários visitantes com que conversei (incluindo uma senhora de idade, Belga, que fala um melhor Português do que muitos nativos) ficaram impressionados com a qualidade e diversidade dos vinhos, e com a organização (registo ainda uma inovação: um pequeno chip, em cada copo, que registou quais os produtores que cada visitante preferiu).
Já agora: está aí mesmo a chegar o Adegga WineMarket 2013, em Lisboa. Just sayin'...