Como já vem sendo habitual, a José Maria da Fonseca (JMF) voltou a convidar bloggers portugueses para um evento em Vila Nogueira de Azeitão. Nos outros anos tem sido só o Ricardo a ir, mas desta vez conseguimos ir todos. Para mim e para a Ema foi uma estreia dupla, pois além de ser o nosso primeiro evento para bloggers na JMF, foi a nossa primeira vez na Quinta da Bassaqueira. Só conhecíamos as outras instalações deles, da Casa Museu.
Para nos receber estiveram Sofia (responsável pelo enoturismo e comunicação) e Domingos Soares Franco (responsável pela enologia), que nos guiou pela prova a seguir.
Como já tinha ouvido/lido, mas ainda não tinha tido a oportunidade de presenciar, estes eventos com Domingos Soares Franco são sempre umas verdadeiras aulas. Após nos falar um pouco sobre a colheita de 2013, que foi melhor para brancos do que para tintos, seguiu-se uma sessão de pedofilia vínica, com 5 amostras de cuba de brancos (Verdelho, Verdejo, Sauvignon Blanc, Viosinho e Alvarinho) desta mesma colheita.
Beber os vinhos nesta fase é mais interessante numa vertente pedagógica do que propriamente para tirar grandes conclusões sobre a qualidade dos vinhos. Ainda assim gostei dos dois primeiros - e não, Verdelho e Verdejo não são a mesma casta e isso quase dava uma tese - mas preferi o segundo. Mas o que achei mais interessante foi o Viosinho. Domingos Soares Franco acha que é a melhor casta para substituir o Chardonnay. Os outros 2 não me entusiasmaram, apesar de terem uma bela acidez.
Para terminar a aula, provámos ainda o 152 Castas 2012, cuja vindima teve uma perninha dos bloggers. É um vinho que dá um nó no cérebro quando se tenta identificar características, especialmente no nariz.
Antes de passar ao tacho ainda houve tempo de provar uma novidade deste ano, o DSF Espumante Rosé Moscatel Roxo 2012, que dividiu muito as opiniões. E pelos vistos foi uma carga de trabalhos conseguir transformar o vinho base em espumante.
Já na mesa, para acompanhar um creme de cenoura, Pasmados Branco 2009. Este vinho, que herdou o nome da fonte que está à porta da Casa Museu da JMF, é um branco lançado no mercado com cerca de 5 anos. É um estilo que aprecio e cada vez há menos produtores a fazer. Não consegui combinar com a sopa (mas pode ser defeito pessoal, porque não consigo combinar nada nada com sopa), mas com o queijinho de Azeitão que estava mesmo à minha frente a conversa foi outra.
Depois com o bacalhau passámos para a Champions League com os alentejanos José de Sousa Mayor e J de 2011 e, a jogar em casa, o Periquita Superyor 2009. O J é o mais impressionante e o que ganhou mais adeptos, mas para mim o Periquita Superyor não se fica atrás. Os 2 anos extra dão-lhe mais afinação e acho mesmo que é o que vai ganhar mais com a idade.
Mas JMF não é JMF sem o belo do Moscatel. Neste caso o Colecção Privada 1999 a acompanhar uma tortinha de Azeitão, pois claro.
Antes de finalizar, ainda houve tempo para comemorar o aniversário do Ricardo. Ele tentou passar despercebido mas foi descoberto e teve direito a bolo de aniversário, que viria a ter o melhor acompanhamento possível... uma amostra de Moscatel de Setúbal Superior do meu ano, 1975.
Pode não ter sido um bom ano de Porto mas, com esta amostra a confirmar, 1975 foi um grande ano nesta península a sul do Tejo. :)