O Regresso da Quinta das Tecedeiras

O Regresso da Quinta das Tecedeiras
A dupla Lima & Smith, após a aposta na Quinta da Covela, tem estado a entrar em força noutras regiões, nomeadamente no Douro. Numa dessas investidas, ficou com a exploração da Quinta das Tecedeiras, que estava anteriormente ligada à Global Wines/Dão Sul, mas que no entanto foi "abandonada" quando a empresa decidiu deixar algumas coisas fora do Dão.

Além disso, a Lima & Smith foi também buscar Carlos Lucas para fazer os vinhos, ele que foi o "parteiro" do nascimento dos vinhos Quinta das Tecedeiras quando era o responsável da Dão Sul.

Este ano já deram à luz 2 novidades. Não ainda o nosso estimado Quinta das Tecedeiras Reserva, mas o Flor das Tecedeiras e um Porto especial, com as roupagens a terem alguns retoques em relação ao passado.

O Flor das Tecedeiras é um vinho que não "vê" madeira, sendo por isso mais centrado na fruta e com algumas arestas que por vezes a madeira ajuda a polir, o que fez com que resultasse muito bem à mesa. Num mercado onde vinhos com este preço quase sempre é exigida a madeira, terá sempre algum risco. No meu caso não me chateia minimamente, e acho que o vinho daqui a mais 2 ou 3 anos estará ainda melhor.

O tal Porto especial é um Special Reserve. Um rubi feito com lotes de vários anos que seriam destinados a vintage, envelhecidos na madeira usando o método solera, como por exemplo os Jerez. Acaba por ser um rubi diferente, com tiques de tawny, uma surpresa a cada cheiradela e trago. É suposto o vinho estar a aparecer à venda para o Natal, ainda não sei o preço, mas dada a escassa quantidade (500 garrafas) não deverá ser fácil apanhá-lo.

À mesa do Bistrô 100 Maneiras, com o menu preparado pelo chef Ljubomir Stanisic para a ocasião, houve ainda tempo para um intruso brilhar. O Quinta das Tecedeiras Reserva 2003, de um ano quente e que já alguns amargos de boca me deu (em outros vinhos do Douro que tive o azar de guardar), mostrou-se em grande forma a dizer que os anos só lhe fizeram bem. Nós já tivemos disso... e 2004, 2005, etc e tal, mas não as conseguimos guardar. Só uma 2007 órfã que um dia destes tenho que ver como está. Ou então fazer uma visita à garrafeira do Ricardo a ver se tem mais. E aguardar pelos que estão para sair.

Não posso terminar sem falar no Ljubomir Stanisic. Não, não lhe vou chamar Papa-quilómetros, porque os que escreveram antes de mim já se lembraram do mesmo. :P
Após várias tentativas frustradas acabei por finalmente provar um menu da sua autoria. E que grande menu, digo eu! Ainda por cima com sardinhas e borrego, tinha grandes probabilidades de correr mal para os meus lados. No entanto, a entrar para a minha lista de refeições preferidas de 2014. Sem dúvida um lugar a revisitar em breve.