Novidades da Herdade das Servas
A Herdade das Servas é já uma "velha" conhecida. Já lá fomos duas vezes, uma para conhecer a herdade e outra convidados para uma vertical de Touriga Nacional.
Desta vez foram eles a vir à capital, mais precisamente ao Chafariz do Vinho, para apresentar as novidades e a estratégia para os topos de gama. As honras da casa estiveram a cargo dos irmãos Mira, com a companhia do enólogo Tiago Garcia e do director comercial Artur Diogo.
Num espaço que acabou por ser um pouco apertado para a quantidade de gente que esteve presente, a conversa começou com um branco colheita seleccionada 2012, que ainda não tem data prevista no mercado. Um branco com mais de um ano e que não vai ser chamado de reserva. Não porque não possam, mas porque não querem. Na opinião da equipa de enologia ainda não fizeram um branco com a qualidade que consideram necessária para que lhe possam chamar reserva. Não se pense por isso que fica abaixo de muitos reservas brancos que por aí andam...
Já nos tintos, as 3 novidades apresentadas nesta tarde ostentam reserva no rótulo, a começar pelo Reserva Syrah / Touriga Nacional 2009, que em edições anteriores não se chamava reserva. Este vinho surgiu pela primeira vez em 2005, salvo erro, por uma questão de necessidade. O Syrah nesse ano tinha um teor alcoólico demasiado elevado, pelo que foi necessário lotear com Touriga Nacional, que tinha consideravelmente menos álcool. Por acaso conheci esse vinho e partilho a ideia do produtor de que foi um lote que correu bem, pelo que acabou por ter repetição. Este 2009 é o vinho que, nesta fase, achei mais completo, especialmente na boca.
De seguida o Reserva Alfrocheiro tinto 2010, uma estreia da casa com uma casta que é mais habitual no Dão mas que também tem boa presença no Alentejo, ainda que não muito frequentemente a solo. É o mais elegante dos 3, com uma frescura bastante interessante. Se não tivesse um toque ligeiramente doce no final ainda tinha gostado mais.
Para finalizar o trio das novidades, o Reserva Petit Verdot tinto 2010. Esta casta tem ganho cada vez mais adeptos entre os produtores alentejanos. Tal como o Alicante Bouschet, que normalmente em França só era usado para "temperar" e se revelou um sucesso no Alentejo, o Petit Verdot parece estar a tomar um caminho parecido. Ainda não gerou nenhum mito alentejano como no caso do Alicante Bouschet, mas dá vinhos bastante interessantes. Aqui não é excepção. Fresco, austero e ainda um pouco fechado, é um vinho que deverei gostar de beber daqui a uns anos.
No final, o crítico de vinhos João Paulo Martins, que também é um dos sócios do Chafariz do Vinho, fez uma apresentação sobre o espaço e todo o seu historial. Eu já conhecia há uns anos mas ainda não tinha voltado lá desde o nascimento da Magna Casta.
Curiosamente, o João Paulo Martins disse na sua apresentação o motivo principal de eu ter deixado de lá ir: como não têm cozinha, inicialmente o menu era quase limitado a queijos e enchidos. Era frequente as pessoas irem lá beber um copo e a seguir irem jantar a outro lado. Era mesmo isso, por isso acabei por começar a ir a outros lados onde pudesse fazer o 2 em 1.
Entretanto o menu foi reformulado para que, dentro das limitações, se consiga corrigir essa pecha. Está a precisar de outra visita, portanto.
Voltando à Herdade das Servas, e para terminar, resta dizer que os 3 reservas apresentados têm um PVP recomendado de €16.67. A pensar no Natal (ou outras ofertas), há também uma caixinha de madeira com esta troika por €50, isto se a outra troika deixar...