Tasca da Esquina

Tasca da EsquinaA Tasca da Esquina fica mesmo numa esquina de Campo de Ourique, um dos bairros mais interessantes, típicos e vivos de Lisboa. Este projecto teve como objectivo reinventar as antigas tascas portuguesas, criando assim uma “gastro tasca”, com cozinha portuguesa do chef Vitor Sobral.
O espaço não é grande mas é muito convidativo e acolhedor, apesar do escasso espaço entre as mesas. A decoração é moderna mas conjuga objectos habitualmente vistos nas antigas tascas que lhe dão uma imagem muito própria.

O que mais gostamos nesta tasca é poder observar os chefs em acção, uma vez que a zona de trabalho se encontra totalmente visivel, por trás dum longo balcão, podendo os clientes fazer a sua refeição nesse balcão.
Apesar de haver 4 menus de degustação, entre os €17.5 e os €32.50, sempre que lá fomos optámos pela comida de tasca: os petiscos.
Na nossa última visita, escolhemos ameijoas, cogumelos gratinados com hortelã e moelas com tomate.
As ameijoas eram fantásticas. Embora não diga no menu, é a receita típica das ameijoas à Bulhão Pato com vinho branco. É um prato simples de fazer mas que, quando as ameijoas são de boa qualidade (que era o caso, algarvias?), é de comer e chuchar os dedos no final. Só de estar a escrever isto já me está a dar fome de ameijoas.
Os cogumelos também são bastante simples, com queijo da ilha por cima e a hortelã a dar um toque de frescura muito bom. Uma receita que acabámos por copiar e volta e meia fazemos em casa. Uma nota especial para o facto de usarem flor de sal. Já experimentámos fazer com sal "normal" e com flor de sal e a diferença é enorme, com vitória da flor de sal por KO técnico.
Para terminar, as moelas. As moelas são um daqueles pratos complicados de nos satisfazer, pois é uma das minhas especialidades culinárias. Raramente comemos moelas fora de casa, mas decidimos arriscar. A textura das moelas estava perfeita, o molho também era bom mas... ainda não foi desta que as cá de casa foram superadas. Se calhar não acreditam em mim porque sou eu que faço as moelas, nem na Ema porque ela não ia arranjar problemas conjugais, mas sujeito-me a fazer um teste com alguém imparcial para comprovar que tenho razão. Laughing
Passando então para as sobremesas, sempre que um restaurante tem pudim Abade de Priscos eu peço. Após vários anos a viver no Minho esta sobremesa tornou-se numa amiga habitual e, desde que voltei para o Sul, todas as que tinha comido cá por baixo tinham sido frustrantes. É quase como o que me tem acontecido com as francesinhas. Este foi, de longe, o melhor que comi abaixo do Douro. O molho de limão no fundo funciona muito bem para contrastar com este verdadeiro colesterol em estado sólido. Continua a não ser um Abade de Priscos à macho como se come no Minho, que faz crescer pêlos no peito, mas apesar de tudo esteve em muito bom nível.
A Ema comeu uma mousse de chocolate, que vem servida num frasco acompanhada por (salvo erro) nozes caramelizadas. Como não gosto de nozes (trauma de infância), provei só a mousse. Bom chocolate, sem doçura em excesso, e é daquelas que dá para virar ao contrário que não cai. Pessoalmente é assim que gosto da mousse, firme e hirta!
Quanto a vinhos, a carta não é muito grande. Cabe numa página. Mas a selecção até é bastante interessante, entre mais e menos populares e uma distribuição de regiões bastante razoável e sempre a indicação do ano. Gosto muito de estar organizado por preços e, a merecer aplausos, todos os vinhos estarem disponíveis a copo. A partir de €2.75 podemos ter um copo de bom vinho a acompanhar a refeição, como por exemplo um Maria Gomes do Luís Pato, que foi o primeiro dos vinhos que escolhi. As caves climatizadas garantiram temperaturas irrepreensíveis. Uma lacuna são os licorosos, com as boas sobremesas que têm, fazia falta uma oferta interessante.
Resta falar no serviço. E aqui, ainda por cima foi no dia seguinte a uma ida ao Bocca, esta nossa última visita deixou um pouco a desejar. Cumpriu apenas os serviços mínimos e no aconselhamento de vinho (apesar de eu ter tentado puxar por isso) foi nulo. Mas, pelo que pudémos depois observar, foi azar com a empregada que nos calhou. Pouco depois, numa mesa a seguir à nossa, um outro empregado apresentou os menus de degustação, perguntou se havia alguma restrição alimentar, aconselhou os vinhos para acompanhar a refeição, explicou em detalhe todos os pratos, etc. Uma diferença do dia para a noite que não devia acontecer num restaurante como este.
No final pagámos cerca de €27 por pessoa, com 2 vinhos diferentes a copo, perfeitamente justificado pela qualidade da refeição.


Morada:
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Campo de Ourique . 1350-119 Lisboa
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