Tour Gastronómica SANA Hotels - Flor de Lis

Tour Gastronómica SANA Hotels - Flor de Lis

aqui tinha falado do Restaurante Flor de Lis, do EPIC SANA Lisboa Hotel, e da boa impressão com que tinha ficado dele. A convite da SANA Hotels, por ocasião das novas cartas Primavera/Verão, tive o prazer de começar a Tour Gastronómica por aqui.

Mais uma vez, começei por me deliciar com os pães e manteigas de várias variedades de que fazem parte o couvert. Sim, não me canso. Em especial do pão com azeitonas.

Em jeito de pré-amouse, uma espécie de bruschetta de tataki de atum com tomate, começou-nos a preparar para o que havia de vir.

O amouse em si foi uma cama de vieira, com beterraba, ovas de salmão e espuma de lima. A cama de vieira deixou-nos intrigados, pois a textura parecia gelatina e o sabor não marcava o prato. Um prato fresco a pedir claramente Verão.

De seguida veio a entrada que, para mim, foi o auge da refeição. Eu ainda não acredito bem nisto, mas tratava-se de um Foie gras caramelizado (recheado com enguia fumada), ananás confit com especiarias, tártaro de pato fumado e folha de bronze e ouro. Se na última visita já tinha estranhado o facto de ter gostado de foie gras, desta vez fiquei quase sem palavras. Aquele toque da enguia fumada então… Eu que até gostava da ideia de não gostar de foie, por causa do processo de “engorda” do fígado dos bichos, e fazem-me isto! O conjunto com o pato e o doce e ácido do ananás fazia todo um conjunto que fez este prato entrar no top do que tenho comido nos últimos tempos.

Seguiu-se o prato de peixe. Peixe galo, lagostins salteados, minestrone de legumes e jus de lagostins, que teve dificultada a sua tarefa pela excelência da entrada. Belíssimo, o lagostim. Delicioso, não só na boca como nos olhos, o minestrone de legumes. O peixe-galo é que tinha passado ligeiramente (para mim) o ponto perfeito.

Após uma espuma de limão e creme de côco para limpar a boca, chegou a vez do prato de carne. Leitão crocante, cromesqui de topinanbourgh, (mini) legumes biológicos da Quinta do Poial e jus de cebola. Com a regularidade com que como leitão à Bairrada, a minha exigência com leitão é bastante elevada. A forma como é feito, cozinhado durante 12 horas, faz com que se torne impossível o efeito batata pála-pála de um leitão assado. Por outro lado, a intensidade e textura da carne fica brutal. Foi também a minha estreia a comer tupinambo e foi uma agradável surpresa. Sem dúvida um tubérculo a conhecer melhor.

Como preparativo para a sobremesa veio gelado de manga com mirtilhos e folha de maracujá. Gostei do sabor, mas a textura da folha de maracujá tornava-o impossível de comer com talheres. Faz de conta que ninguém viu e resolvi a questão à mão.

A refeição terminou com um sorvete de morango com creme de queijo e morangos marinados com mel e hortelã. Depois de 2 pratos principais de meia estação, esta sobremesa já voltou ao registo de Verão, leve e fresca, apesar de não ter o “factor Uau” da maioria dos outros pratos.

O menu foi acompanhado de um suplemento de vinhos, que decidimos deixar ao critério da casa. Herdade dos Grous Colheita Tardia (não tomei nota do ano), Grous Branco 2013, Montaria Tinto 2011 e Tawny Reserve da Burmester foram os escolhidos. À excepção do Colheita Tardia, que pedia muito mais acidez (que compensasse toda a doçura) para acompanhar a entrada, os outros complementaram muito bem os pratos.

Mais uma vez saí de lá com grande satisfação, com a certeza que este restaurante é muito menos conhecido do que merece.