Para começar a falar sobre enoturismo, nada como começar por uma casa com uma forte vocação para isso. Curiosamente, ouvi falar primeiro na Quinta da Casa Amarela como um excelente exemplo de enoturismo em Portugal, do que pelos belos vinhos que produz.
Com tudo o que lemos sobre a Quinta da Casa Amarela nesta vertente, marcámos logo como ponto de passagem obrigatório numa visita que eu a e Ema fizemos ao Douro.
E assim foi, como tinhamos tido umas semanas de trabalho muito agitadas, não tivemos tempo para preparar as coisas com calma. Ainda chegámos a contactar alguns produtores previamente, mas na maioria dos casos apenas tinhamos umas folhas impressas, retiradas dos sites dos produtores na Internet.
Este foi um desses casos. Já iamos a caminho do Douro quando, durante a paragem para almoço, decidimos ligar a ver se havia a possibilidade de fazer uma visita ainda nesse dia. Nenhum entrave colocado e lá fomos nós a caminho da Quinta da Casa Amarela.
Encontrar a Quinta não foi tão fácil como o esperado. Apontado o sistema de navegação para Cambres, fomos ter junto ao rio e verificámos que tinhamos andado mais do que devíamos. Perguntámos a umas pessoas que lá estavam e, após uma cena à gato fedorento em que cada pessoa dizia que era melhor para um lado diferente, fomos para o lado errado. Entretanto voltámos atrás e seguimos o caminho que nos parecia ser o indicado no site da Quinta da Casa Amarela e, passado um pouco, lá estava a placa a indicar o caminho para a quinta. Os nossos leitores, com os mapas do nosso site já não vão ter destes problemas.
Ao chegar lá, tivemos a sensação inicial que tinhamos chegado em mau dia. Estava junto à casa uma linha de engarrafamento móvel e havia muita movimentação, o que levava a crer que poderia não haver disponibilidade de tempo para uma visita. No entanto, após dois minutos de conversa com o Sr. Gil Regueiro, verificámos que havia uma total disponibilidade para nos mostrar a Quinta e que não precisávamos de andar apressados. Segundo nos disse, estão sempre disponíveis para visitas. Mesmo que eles não estejam presentes, estão lá os empregados que podem mostrar, mas aconselham a ligar antes porque preferem ser eles próprios a fazer a visita.
Encaminhámo-nos para a sala de provas, que era um antigo lagar e agora funciona também como loja, onde começou a visita propriamente dita. Foi lá que nos começou a ser contada a história da Quinta da Casa Amarela. Ficámos a saber, por exemplo, que a casa desde sempre produziu vinho do Porto, embora a sua comercialização seja recente.
Passámos de seguida para a sala dos actuais lagares, onde a própria família Regueiro costuma pisar a uva que dá origem ao reserva tinto, juntamente com os visitantes.
O próximo passo da visita foram as salas de vinificação. Primeiro a dos tintos, onde é vinificado o colheita e o reserva, e depois a dos Vinhos do Porto, de onde sai o Tawny 10 anos, o Ruby e o Branco. Os espaços, sem serem muito grandes, mostraram-se cuidados e chegam perfeitamente para alojar toda a produção da quinta sem problemas.
Antes de voltar ao ponto de partida da visita, ainda passámos pela sala de eventos. Foi nessa altura que começámos a ter pena de sermos apenas duas pessoas. São inúmeras as coisas que se podem fazer ali para grupos a partir de 10 pessoas, lanches, jogos, provas, etc... Nesta altura juntou-se também a nós o filho, também Gil, que nos acompanhou também durante o resto da visita.
De volta à sala de provas, onde começou a visita, foram-nos dados a provar os vinhos do Porto que ali se produzem. Já conheciamos os tintos, mas os Vinhos do Porto ainda não. Destaque para o Tawny 10 anos, que de facto é um excelente vinho, mas também para a agradável surpresa que foi o Porto Branco, um tipo de vinho que de um modo geral nem costumo ser grande apreciador mas tive que dar o braço a torcer.
Entretanto a conversa alongou-se tanto que, quando demos conta, já o dia tinha acabado e ainda nem tinhamos sítio onde ficar. A Quinta da Casa Amarela não tem parte de alojamento, embora pretendam ter brevemente, mas aproveitámos o facto de estar com quem conhece bem a zona para pedir conselhos sobre possíveis locais para ficar.
Morada: Quinta da Casa Amarela
5100 Cambres
GPS: 41.139441,-7.800604
Telefone: (+351) 254666200
Fax: (+351) 254665209
Web: http://www.quinta-casa-amarela.com
Email: [email protected]
Visitas: Aberto todos os dias, mas convém telefonar antes. Tem loja de vinhos.