Quando eu e o Nuno decidimos fazer uma semana de férias no Douro contactámos alguns produtores, com o intuito de lhes fazer uma visita. Um deles foi o Alves de Sousa que, embora não explore a parte de enoturismo, decidimos tentar fazer uma visita.
Lá fomos para o Douro sem ter a visita totalmente marcada, pois escolhemos logo uma semana complicada em que todos estavam muito ocupados e em viagem.
Quando chegámos, telefonámos e marcámos uma visita com o Domingos Alves de Sousa, acabadinho de chegar de viagem.
Tivemos a sorte de haver disponibilidade do próprio Domingos Alves de Sousa, que fez questão de nos mostrar não só a Quinta da Gaivosa e Vale da Raposa, como também a Quinta da Estação e Quinta das Caldas.
Encontrámo-nos no dia seguinte no Peso da Régua. Bebemos um café, falámos um pouco sobre a razão que nos levou a contactá-lo, e seguimos no jipe dele.
Começámos pela Quinta da Estação, que deve o seu nome à estação de comboios que existe ao fundo da quinta.
A visita a esta quinta é uma aventura radical. Pelo menos para nós que nunca tínhamos andado assim pelo meio de uma vinha no Douro, tão íngreme. Confesso que de início estava com um pouco de medo. E o Nuno, lá à frente, estava dividido entre o apreciar a beleza da paisagem e o receio do caminho. Aos poucos, e estando ao volante alguém que está mais do que habituado àquele terreno acidentado, o medo foi desaparecendo.
Passamos à Quinta das Caldas. A passagem entre quintas quase nem é notada, pois são encostadas uma à outra.
Ambas as quintas tem uma magnífica localização com o Douro ao fundo.
O grande trabalho de reconversão da vinha, que concerteza dará os seus frutos no futuro, sobressai até aos olhos dos menos atentos. Existe muita vinha nova e também vários tipos de viticultura.
As vinhas são extremamente cuidadas, com pormenores como modernizar e esconder as linhas de água usando o tipico xisto.
De seguida, fomos buscar o nosso carro e seguimos para os lados de Santa Marta de Penaguião, com a Quinta da Gaivosa, onde se encontra a adega, como destino.
Acabámos de estacionar e lá fomos para mais uma aventura radical de jipe. Demos a volta à Quinta da Gaivosa, e à sua vizinha Quinta do Vale da Raposa, que são bastante diferentes das anteriores pois encontram-se na fronteira com o Cima Corgo.
Esta zona é mais agreste, tem mais mata e, de certos pontos, avista-se o rio Corgo lá ao fundo. A vinha não vai até lá abaixo pois o solo tem muita pedra.
Nestas quintas não houve tanta reconversão da vinha, existindo muita zona de vinha tradicional e velha. No entanto também têm zonas com poucos anos. Foi como uma certa emoção que observámos calmamente a velhinha vinha da qual sai o Abandonado.
Existe um ponto alto, que é fabuloso, onde se mantem uma mata intacta. De lá é possível ter uma vista a 360º da quinta.
O dia já ia longo, mas a visita não ficou por aqui. Dirigimo-nos para a adega, onde o anfitrião nos mostrou e explicou tudo, transmitindo o amor que sente pelo que faz, tal como nos habituou desde o início da visita.
Embora esteja prevista uma ampliação da adega, não falta equipamento e nova tecnologia.
A visita terminou na sala de provas, a apreciar uns quantos vinhos, depois de algumas amostras já provados durante a visita à adega. É uma bonita e agradável sala, com uma vista fantástica, bem equipada com garrafeira climatizada e bons copos, onde é possível comprar e provar os vários vinhos do produtor, enquanto se consulta os vários livros e revistas da área.
Passámos um dia em cheio, onde vivemos de tudo um pouco. Foi um enorme privilégio passar praticamente um dia inteiro com este senhor do vinho, que nos recebeu sem saber ao que íamos, sempre com imensa simpatia, paciência e, acima de tudo, que não consegue esconder que gosta mesmo do que faz.
Morada: Quinta da Gaivosa, Pousada da Cumieira, Apartado 15
5030 - 055 Santa Marta de Penaguião
GPS: 41.232663,-7.76359
Telefone: (+351) 254822111
Fax: (+351)254822113
Web: http://www.alvesdesousa.com
Email: [email protected]
Visitas: Só com marcação