Após três entradas sobre o Douro, decidimos fazer um desvio.
Se fossemos por ordem cronológica ainda demoraria a mudar de região, uma vez que temos uma quantidade considerável de produtores visitados. E, infelizmente, o tempo que temos tido para nos dedicarmos a passar essa informação para aqui não tem sido o que queriamos.
Passámos então para a região natal da Ema, a Bairrada.
Um dos nomes mais falados ultimamente, no que se refere à Bairrada, é o Campolargo. E foi precisamente por aí que começámos.
Embora sejam poucas as pessoas, fora da Bairrada, que já tivessem ouvido falar deste nome antes de 2000, Campolargo já era “apenas” o maior proprietário de vinha da Bairrada. Só que, como vendia toda a uva para as Caves Aliança, o nome passou despercebido para a maioria dos consumidores.
Até que, no início deste século, começaram a aparecer, em quantidades reduzidíssimas, alguns ensaios com marca própria que começaram a dar nas vistas. Daí até ao aparecimento desta enorme adega foi um instante.
Embora ja lá tivessemos ido várias vezes comprar vinho, nunca tinhamos feito uma visita completa às instalações.
Após marcação antecipada fomos recebidos por Joana Campolargo, que nos acompanhou nesta visita.
Devido a uma prova que ia lá haver a seguir, a visita começou, ao contrário do que seria normal, pela sala de provas. Esta pequena sala, com capacidade para 25 pessoas, situa-se no topo do edifício. A vista lá de cima é soberba, com vinha quase a perder de vista, e as serras ao longe. O visitante pode aqui provar vários vinhos, sendo o custo dependente dos vinhos provados.
Descendo um pouco no edifício, passámos na loja. Na altura da visita ainda não estava em funcionamento, mas era na mesma possível comprar, a óptimos preços, todos os vinhos do produtor que estejam disponíveis.
Ainda no mesmo piso, foi-nos mostrada a sala de eventos. É uma enorme sala, com um terraço com dimensões também grandiosas, com vista para o espelho de água existente por cima da adega. Já lá foram realizados alguns eventos, nomeadamente casamentos. Está tudo preparado para que seja um restaurante aberto ao público mas, até hoje, tal ainda não se concretizou.
Descemos então mais um pouco, a caminho da adega, passando primeiro pelo laboratório, imprescindível num projecto destes.
Quanto à adega, só por ela valeria a pena a visita. Com uma capacidade de produção de 300 mil litros, as suas dimensões impressionam. Está apetrechada de moderna tecnologia e foi desenhada de forma a usar a gravidade para fazer circular as uvas desde a entrada até à prensagem final.
Ainda dentro do edifício fomos ver a sala de estágio, que a nível de estética e de imponência também tem uma palavra a dizer. Parece que se está ali mesmo a fazer à fotografia.
Nota-se que nada neste produtor é deixado ao acaso, até a nível de limpeza vê-se que há um cuidado muito acima do normal.
Há quem diga que, com a tecnologia existente nos dias que correm, o vinho faz-se é na vinha e não na adega. Se assim for, também não é por aí que este produtor terá contrariedades. Uma vinha que já chegou a receber um prémio de melhor vinha do país, parece quase desenhada a régua e esquadro.
Por opção do produtor não se vêem vinhas velhas. Também por sua opção, há uma grande variedade de castas internacionais, especialmente francesas, sendo que a tão típica Baga tem aqui um papel de menor relevo do que é habitual nesta região.
Há quem, por isso, acuse os seus vinhos de não terem nada a ver com Bairrada. É verdade, mas se calhar têm sido produtores como este que fizeram o mundo do vinho voltar a olhar para a Bairrada.
A família Campolargo tem também uma casa de turismo habitação, que não chegámos ainda a visitar, a Casa de Mogofores.
Morada: Adega Campolargo
Quinta de S.Mateus
3780-180 S.Mateus
São Lourenço do Bairro - Anadia
GPS: 40.448233,-8.488382
Telefone: (+351) 231519000/9
Fax: (+351) 231511174
Web: http://www.campolargovinhos.com
Email: [email protected]
Visitas: Convém marcar. Ao fim-de-semana é necessária marcação antecipada.