Descoberta dos Grandes Vinhos 2013 - Heritage Wines

Descoberta dos Grandes Vinhos 2013 - Heritage Wines
A Heritage Wines é uma distribuidora que se posiciona nos segmentos premium e super premium. Com o mote à "Descoberta dos Grandes Vinhos", apresentaram no Centro Cultural de Belém as novas colheitas bem como algumas relíquias.

Com as expectativas altas, eu e o Ricardo até chegámos antes da hora. Por isso e por causa de uma tentativa frustrada de ir almoçar ao Matateu, que pelos vistos fecha às segundas. Vimo-nos assim obrigados a comer uns Pastéis de Belém para fazer tempo.

Já lá dentro, nada melhor que começar pelos espumantes. Neste caso as Caves Transmontanas com os seus espumantes Vértice.  Apesar de não ser uma zona com muita tradição de espumante, como a Bairrada ou a Távora-Varosa, a equipa formada por Celso Pereira e Pedro Guedes tem dado ao longo dos anos mostras que ali se podem fazer alguns dos melhores espumantes portugueses.

Continuando pelas bolhinhas, seguimos para uma das grandes mesas da tarde. Da região de Champagne vieram os Ayala e os Bollinger. Há Champagne e Champagne. O que não falta nas prateleiras é Champagne que de grande só tem o preço. Como já disse quando falei do Encontro com o Vinho e Sabores - Bairrada 2013, temos cá muitos espumantes que os metem num chinelo e custam menos de 1/3. E depois há coisas destas... daquelas que nos deixam irritados com os franceses. Talvez seja herança dos tempos das invasões francesas, mas parece que há sempre algo intrínseco que nos faz não gostar de franceses. Ainda agora no futebol, quase toda a gente com quem falava desejava que eles não fossem ao Mundial. É sempre um grande sapo que temos que engolir quando provamos coisas destas e temos que reconhecer que neste caso são os maiores. Então os 2002... 

Roda infelizmente não provámos. Falha grave, tive pena. Mas saltámos para provar primeiro brancos e depois quando voltámos atrás para os tintos já o "trânsito" estava a ficar complicado e acabámos por deixar escapar.

A Quinta do Crasto também tinha uma das mesas mais interessantes da sala. Não só apresentou as colheitas mais recentes, como também algumas mais antigas. Só para dar alguns exemplos, estavam lá várias colheitas de Reserva Vinhas Velhas, Touriga Nacional 2004, uma double magnum de Vinha Maria Teresa 2006 (um ano menos bom mas ainda assim a mostrar-se muito bem) e um Tinta Roriz 1999. Todos a mostrarem uma belíssima evolução.

A seguir estava mais uma mesa francesa, com a Maison Louis Jadot (Borgonha) e E. Guigal (Côtes du Rhône). Eu pessoalmente sou mais de Borgonhas do que de Rhônes, especialmente nos brancos, mas fiquei muito impressionado com os brancos do Rhône. Talvez por causa do Viognier, uma casta pela qual não morro de amores, mas aqui num estilo muito mais duro na boca do que o nariz faria adivinhar. Ou então foi porque os da Borgonha, apesar de serem bons, ainda eram uns bebés e certamente daqui a uns anos é que vão estar no ponto para ser bebidos. Não, não vou a dizer mais nada sobre franceses.

Passámos à mesa do Mouchão, um clássico do Alentejo. Os novos são bons, mas devia estar previsto no código penal uma punição para quem bebe Mouchão com 4 ou 5 anos. O Colheitas Antigas 2003 é o que está mais bebível, pode-se começar a beber já, mas continuar na garrafa mais uns anos só lhe vai é fazer bem.

Para adoçar a boca antes dos Portos, os Brix, que são chocolates idealizados para acompanhar vinho. Já os tinha conhecido no Rei dos Leitões e aqui tinham ao lado o acompanhamento ideal.

Além dos Vintage 2011, para onde as atenções estavam viradas, foram agora relançados os 2003 das marcas da Fladgate: Croft, Fonseca e Taylor's. Apesar da complexidade dada pelo tempo aos 2003, os 2011 brilharam. Especialmente - para mim - o Taylor's.
Seriam os heróis do dia não fosse uma certa coisinha na última mesa onde estava David Guimaraens: o Taylor's Single Harvest Very Old Tawny Port 1964. Este é o primeiro colheita lançado pela empresa desde a aquisição da Wiese & Krohn, uma edição limitada a 5000 garrafas, ficando apenas 1000 delas para venda no mercado português.
É melhor apressarem-se, pois só falta 1 mês para o Natal e podem já não o conseguir encontrar para me oferecer.