III Prova de Vinhos da Região de Setúbal no Parlamento
Dia 3 de Março, teve lugar na Assembleia da República a III Prova de Vinhos da Região de Setúbal, promovida pelo Deputado Luís Rodrigues em parceria com a Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal e que contou com o apoio do Presidente do Parlamento, o Dr. Jaime Gama.
Desta vez só eu é que pude ir, e estava a ver que nem eu ia. A prova começava às 18h30 e, na melhor das hipóteses, chegaria lá já depois das 19h. Mas o pior estava para vir, desde a zona da Expo até à AR demorei "apenas" 1h e tal. Desviava-me de uma confusão de trânsito e metia-me noutra e, como já não estou habituado a andar no trânsito, estive mesmo quase a voltar para trás. Só me aguentei por 2 razões: Para poder vir aqui dizer que fui à Assembleia da República e ficarem a pensar que sou um gajo importante, mas também para ter alguma coisa para responder ao Ricardo, que passou o dia a meter-me nojo com a prova da Heritage Wines que andou a fazer no The Yeatman. Quando tomei essa decisão final de fazer uma forcinha, parece que o trânsito decidiu dar-me folga e cheguei lá passados 10 minutos.
Diga-se, em abono da verdade, que a prova não foi mesmo no edifício principal da AR mas num edifício mais recente mesmo ao lado. Até porque não sei se deixariam entrar lá um gajo a precisar de tosquia ao cabelo e à barba há mais de um mês.
Quando lá cheguei ainda havia vinho, mas os queijinhos e isso já só vestígios. Só um arroz doce, mas não comi porque senão ia-me estragar o palato para a pinga. Obviamente que não tive tempo de provar nem 1/10, por isso acabei por deixar de lado os nomes mais conhecidos e fui provar coisas que não conhecia, ou conhecia mas só de nome. Uma coisa que deu para notar é que o Castelão, que tanta fama teve na zona, é cada vez mais uma minoria. Tenho pena porque é uma casta que aprecio bastante, especialmente com algum envelhecimento. Além disso, acredito que Portugal só tem a ganhar lá fora se fizer diferente dos outros países, e para isso nada melhor que as castas portuguesas.
No entanto, devo dizer que provei algumas coisas interessantes da "nova era". Confesso que tenho andado um pouco afastado dos vinhos da região, e logo eu que sou de lá, mas a vaga que começou a aparecer de vinhos quase iguais uns aos outros não me deixava vontade nenhuma de voltar a eles. Só mesmo os antigos, alguns dos quais com mais de 20 anos, que me regalaram várias vezes nos últimos anos, e os Moscateis, claro. Este evento deu-me esperança na região e só por isso já valeu a pena a ida lá, apesar do trabalho que tive para encontrar nos armários cá de casa roupa mais formal que ainda não tenha sido atacada pelas traças.
Já tive a oportunidade de agradecer pessoalmente, mas volto aqui a agradecer ao André de Quiroga pelo convite.