Solar dos Pintor
Desde a primeira vez que ouvi falar neste restaurante, que foram várias as versões do nome que fui ouvindo. Solar do Pintor, Solar dos Pintores mas não, é mesmo Solar dos Pintor e não é para ser lido com pronuncia africana. O nome vem simplesmente do apelido da família proprietária.
Depois de tanto ouvir falar, foi com a mão do Hugo Mendes que finalmente lá fomos parar.
Apesar de se situar às portas de Lisboa, pouco depois de Loures, parece que entrámos num buraco espacial e fomos parar a uma aldeia no interior do país.
Lá fora as estradas às curvas, pouco movimento e montes à volta. Lá dentro decoração típica e um ambiente familiar e acolhedor, que nos faz esquecer por momentos que acabámos de sair da confusão da cidade.
O restaurante é dividido em várias salas, sendo a maior delas dominada por quadros na parede, onde os olhos fogem para o maior de todos, onde o tema é a caça. Para a malta apreciadora de boa vinhaça a sala preferida é outra, onde impera o bom gosto clubístico e em que as atenções são divididas entre a vasta garrafeira e uma grande águia. Certos sportinguistas chegaram já a ter que confessar o seu apreço por esta sala, e até pela águia.
Todas as refeições que fizemos lá começaram com umas entradinhas, entre pastéis de bacalhau estaladiços, ovos mexidos com cogumelos, enchidos e queijos. E o pão, não esquecer o belo pãozinho.
Quanto aos pratos principais, impera a gastronomia tradicional portuguesa, como chanfana de vitela, borrego assado, bacalhau da casa, ensopado de vitela e o frango frito, que vi no outro dia falarem nele e lembrei-me que nunca lá comi. É a desculpa que falta para voltar lá, não é Ema?
Tudo o que lá comemos não deu “ares de restaurante”. É quase como se tivéssemos ido comer a casa de alguém da família mas com uma grande vantagem... o vinho!
Pois, é que este restaurante tem uma bela e preenchida garrafeira, especialmente a nível de tintos. A maioria das zonas do país estão abrangidas, tem desde coisas mais recentes a clássicos e conseguem-se encontrar umas boas relíquias. E os preços? Só para dar um exemplo, Duas Quintas Reserva 2001 (sim, 2001) por €25. Isto nem em garrafeiras! Até comprei para trazer para casa.
Como se não bastasse, todo o vinho é servido em magníficos copos Riedel.
Quanto ao serviço, como referi de início, familiar é a palavra que melhor o define. Nota-se a experiência de quem tem muitos anos disto, e um à vontade que faz com que baste ir lá uma ou duas vezes para nos sentirmos em casa.
No fim, quando vem a conta, tem-se sempre a sensação que falta lá qualquer coisa. Chega-se a pagar 12-15€ (sem vinho) por refeições completas, com entradas, vários pratos e sobremesa, e saírmos de lá a rebolar.
Este espaço tornou-se já quase um local de culto entre os apreciadores e os criadores de vinhaça de Lisboa e arredores, sendo quase a escolha natural dos encontros regados da malta. São comuns os almoços que só terminam no dia seguinte, especialmente os que contam com a presença do António Maria - que se pode considerar residente do Solar - proprietário da Quinta das Carrafouchas, de onde sai o “vinho da casa”.
Morada: Rua da República, 1
Manjoeira
2670-122 Loures
GPS: 38.86327,-9.160194
Telefone: (+351) 219749011
Telemóvel: (+351) 914760487
Facebook: https://www.facebook.com/solar.dospintor
Horário: De Segunda a Sábado das 10:00 às 22:00. Encerra aos Domingos.