Tombalobos

Tomba LobosCom o propósito de visitar uma feira islâmica, que estava a decorrer em Marvão, eu e a Ema planeámos a viagem de forma a passar por Portalegre à hora de almoço. Como são poucas as vezes que vamos para aqueles lados, esta seria a oportunidade ideal para conhecer o tão falado Tombalobos.
Encontrá-lo não foi tarefa fácil mas, após pedir indicações duas ou três vezes, lá demos com ele.
O aspecto exterior do restaurante não deixa adivinhar o que ali está. Quem passe ali por acaso provavelmente nem dá por ele. Por dentro as coisas já são diferentes. Sem ser um restaurante "design", tem um ar agradável e acolhedor.
Estando nós no interior do país, a ementa, como seria de esperar, é mais focada nas carnes. Aqui, quase todas as carnes têm denominação de origem e a variedade é bastante grande.
No entanto, começámos com uns peixinhos da horta. É uma coisa muito simples, mas que gosto bastante. Feijões macios, no ponto, e textura estaladiça.
Nos pratos principais decidimos "fazer uma vaquinha".
Primeiro, vieram umas pataniscas de bacalhau com migas de espinafres. Eu adoro pataniscas! Sempre que as vejo numa ementa sou impelido a pedi-las, o que faz com que por vezes apanhe grandes desilusões. Aqui não havia nada para desiludir. Eram mesmo de bacalhau e não apenas de farinha com aroma a bacalhau, como tanta vez se vê. Além disso eram sequinhas, isto é, sem qualquer excesso de gordura. Sem dúvida umas das melhores pataniscas que alguma vez comi. As migas de espinafres, que as acompanhavam, também estavam excepcionais, fazendo com que nunca mais possa dizer que não gosto de migas.
Seguiram-se uns peitos de frango recheados com farinheira. Nesta altura começaram a faltar adjectivos para elogiar a comida. À qualidade dos ingredientes, combinação dos sabores, tempo de forno, não há nada a apontar.
No final ainda conseguimos um espacinho no estômago para alojar a sobremesa e pedimos uma sericá com ameixa de Elvas. Isto é capaz de se estar a tornar repetitivo, mas tenho que dizer que foi, provavelmente, a melhor que já comi.
No que toca ao vinho, a carta é bem recheada. Mais de 200 ítems, sempre com indicação do ano, com o Alentejo e o Douro a dominarem claramente. Apenas me perdi um bocado até perceber que estava ordenada por produtor (já dentro das regiões).
Tem vinho a copo, não indicado na lista, mas estava limitado a apenas três escolhas. Finalmente um ponto em que posso apontar melhorias! smiley 
Decidimos escolher o vinho que o empregado nos aconselhou, uma parceria de Rui Reguinga com o jornalista Richard Mayson, o Pedra Basta 2005. Gostámos da escolha, da temperatura de serviço e dos copos.
No fim, os 2 juntos pagámos €41,75. Tendo em conta que foi uma das melhores refeições que tive nos últimos 12 meses, pouco mais de €20 por pessoa com vinho e sobremesas é mais do que justificado. Parece que vamos ter de arranjar desculpas para voltar a ir para aqueles lados.
 

Morada: Av. Movimento das Força Armadas, Tarro
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Horário: Encerrado