Quinta Mendes Pereira

Quinta Mendes Pereira"Chegou ao seu destino" diz-nos a voz o GPS. Pois, mas onde é que está a Quinta Mendes Pereira? Mais uma voltinha...
Está ali a entrada para uma quinta. Hmm, Quinta da Sobreira, não deve ser esta.
Esta terra é gira. Mas é pequena, já estamos no mesmo sítio outra vez! É melhor telefonar.
Ok, afinal é mesmo a Quinta da Sobreira! (Sim, devia ter olhado para a morada...)
E foi mais ou menos assim a nossa chegada à Quinta Mendes Pereira/da Sobreira em Oliveira do Conde.

Após estacionar, fomos recebidos pela Raquel Mendes Pereira que dá o nome e a alma a este projecto. Nascida no Brasil, deixou há uns anos a azáfama de São Paulo para vir para a pacatez de Oliveira do Conde, de onde o seu pai tinha saído aos 18 anos para fazer precisamente o percurso inverso.

Ainda mal tinha passado um minuto e já tinha dado para perceber que não estávamos numa visita enoturística normal. Aliás, a vertente de enoturismo nem é trabalhada. No entanto, como até em tempos o enólogo António Narciso hiperbolizava no Facebook da Quinta Mendes Pereira, têm um serviço de visitas guiadas quase de 24h por dia. Mas as coisas assim até foram muito mais personalizadas e agradáveis do que programas de visitas pré-definidos. A recepção foi a sala, onde as crianças brincavam e viam televisão no sofá. À mesa, como qualquer pessoa que tenha família nas Beiras sabe que é normal, havia queijo, broa e vinho. Neste caso, como estava calor, um branco (Encruzado, pois claro) e um rosé acompanharam a amena cavaqueira.

Seguiu-se uma pequena caminhada até à adega. A nossa visita foi em plena época de vindimas e os calcanhares denunciavam a pisa a pé. À volta da casa, as videiras ainda tinham muitas uvas, mas já não iam ser usadas nos vinhos da Quinta Mendes Pereira. A selecção das melhores uvas estava feita e aquelas seriam vendidas para fora. Para além das óbvias Touriga Nacional e Encruzado, também se podem ali encontrar as tintas Jaen, Rufete, Alfrocheiro e Aragonez e as brancas Bical, Cerceal e Malvasia-Fina.            

Para além da vinha, a quinta ainda tem outros motivos de interesse, como uma fonte romana, um túmulo celta e muito arvoredo. Quando nos apercebemos estávamos a chegar à adega. Reconhecemos imediatamente o local. Foi para onde o GPS nos mandou inicialmente. Afinal a tecnologia às vezes até tem razão. Nesta altura, a "comitiva" de boas-vindas já tinha alargado, entre pessoal da casa e amigos que lá estavam a ajudar na vindima.

A adega espelha na perfeição os vinhos que de lá saem, tradicional mas com um toque de modernidade. É um edifício com mais de 100 anos, com as paredes em pedra. Logo à entrada, junto à janela por onde entram as uvas, está o lagar de granito onde estava o mosto que aromatizava toda a área envolvente. Um cheiro que traumatizava a Ema quando era nova e faziam as vindimas lá em casa, mas que agora lhe dá tanto prazer. Ainda a ajudar ao aspecto tradicional, foram mantidas as cubas de cerâmica que ainda são usadas. Mas agora, e é aqui que começa a entrar o toque de modernidade, têm agora o seu interior revestido com epoxi. Há também cubas de inox e barricas, que não deverão ser mais de 30. E o número nem deverá aumentar, porque a madeira nos vinhos não é uma coisa que apreciem particularmente.

Para terem uma ideia da simpatia que ali impera, no regresso à casa, em vez de se livrarem de nós, ainda nos convidaram para almoçar cabrito. Mas a essa hora já tínhamos outro produtor vizinho à nossa espera e acabámos por declinar.

Um local a visitar, com um ambiente bastante diferente do que se possa esperar encontrar no Dão. Algo fora do baralho. E nós gostamos disso. 

Morada: Quinta da Sobreira, Oliveira do Conde
3430-350 Carregal do Sal
GPS: 40.439227,-7.972636
Telefone: (+351) 232 969 202
Telemóvel: (+351) 939 559 990
Web: http://qmp.com.pt
Email: raquelmendespereira@qmp.com.pt
Facebook: https://www.facebook.com/QuintaMendesPereira
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