Neste final de verão, tirei finalmente uns dias de férias e decidimos ir para o Alentejo, longe de tudo... ou quase tudo. Depois de alguns dias de piscina, sol e jantares bem regados entre Évora e Estremoz, decidimos começar a marcar visitas em alguns produtores ali perto. Depois de marcar uma visita para a parte da tarde - eram 10h00 - liguei para a Quinta do Mouro, a tentar marcar uma visita ainda para essa mesma manhã (até porque estava a uns 3Km de distância). Claro que, estando em plena época de vindimas e com a antecedência de uma horita, eu estava mesmo a pedir para me mandarem visitar o...utra coisa qualquer.
A pessoa que me atendeu o telefone foi do mais prestável, e devolveu-me a chamada 10 minutos depois para me confirmar que já estavam à nossa espera. Quando cheguei (a Quinta do Mouro fica mesmo em plena cidade de Estremoz), fui recebido pelo Miguel Louro - o filho - que nos levou a fazer a visita, enquanto geria a chegada das uvas da vindima. A quinta do Mouro tem cerca de 30ha de vinha própria, sendo que não está nos planos desta casa, para crescer, comprar uvas de produções que não conhecem nem controlam - afinal de contas, a qualidade nesta casa é regra.
Cerca de 60% da produção é para exportação, com um grande foco na Suíça, embora a presença na última Vinexpo tenha demonstrado um grande potencial para o mercado Francês. Toda a estrutura desta quinta se baseia na casa principal, na qual existem condições naturais de temperatura para praticamente todo o ciclo de produção, tendo sido feitas cirurgicamente apenas as alterações absolutamente necessárias.
Na entrada podia-se ver a chegada das uvas que o Miguel nos convidou a pisar (aparentemente este não foi um bom ano, uma vez que as chuvas de Maio tiveram um grande impacto em termos financeiros e em termos da qualidade final das uvas). Achei melhor não baixar a moral da equipa, ao mostrar os meus invejáveis dotes físicos, e decidi declinar o convite e continuar a visita.
O cão da quinta (um lindo labrador) não deixou de nos perseguir, e embora não se veja nas fotografias, tinha parte do focinho manchado de vinho porque aparentemente anda constantemente a tentar comer uvas.... Passamos pela sala onde estão as cubas de inox com temperatura controlada, embora a própria temperatura natural fosse muito fresca (estavam 38 graus no exterior, e lá dentro eu tinha frio...), e depois pela sala das barricas onde repousam barricas de carvalho Francês e em menor parte Português. Renovam constantemente o parque de barricas (cerca de 30 novas barricas por ano). Tendo em conta a qualidade que se quer manter, parece-me importante referir que a Quinta do Mouro tem actualmente 5 (cinco!) colheitas em casa, em estágio, e que só sairão para o mercado quando estiverem no patamar pretendido.
A visita não acabou sem antes fazermos uma prova da Vinha do Mouro 2008 (fresco, fácil de beber e para um patamar de preços que a casa foi forçada a criar); Casa de Zagalos Reserva 2007 (uma excelente relação qualidade-preço); o Quinta do Mouro 2006 e o Quinta do Mouro Rótulo Dourado 2006. Sobre estes dois últimos, palavras para quê? O sucesso faz-se de vinhos assim...
Tenho de sublinhar a disponibilidade e amabilidade do Miguel, que mesmo no meio da vindima conseguiu arranjar tempo para responder a tudo e mais alguma coisa.
Morada: Quinta do Mouro
7100-056 Estremoz
GPS: 38.851155,-7.593162
Telefone: (+351) 268334097
Fax: (+351) 268337585
Web: http://www.quintadomouro.com/
Email: [email protected]
Visitas: Aberto todos os dias durante a semana e fim-de-semana, se receberem aviso com antecedência com possibilidade de provas. Tem loja de vinhos.