Dão Winelover's meeting na Casa da Passarela

Dão Winelover's Meeting na Casa da PassarelaComeçando pelo fim, parabéns! Parabéns à organização (Pingus Vinicus, Miguel Pereira e Casa da Passarela que foi um excelente anfitrião), aos produtores presentes, ao CEV Dão e ao Dão, cujas qualidades saem evidenciadas neste enorme evento.

Este evento começou a ser pensado há uns meses pelos dois organizadores, que através do grupo no facebook foram abrindo as portas, aos poucos, à sua verdadeira dimensão, motivando produtores, bloggers, enófilos e interessados em geral a dar largas à utilização da hashtag #daowinelover com conteúdos associados.

Num belo sábado de manhã lá se dirigiram dezenas de pessoas para a belíssima Casa da Passarela, bem perto do frio da Estrela, mas ainda que houvesse nevoeiro cerrado no caminho, conseguimos ter um belíssimo dia de sol. Logo nos primeiros momentos percebeu-se que tudo estava organizado de forma muito bem pensada:  o checkin, entrega das garrafas (cada convidado deveria levar pelo menos uma garrafa do Dão), a organização do espaço, a enorme disponibilidade de todo o pessoal da casa, o que contribuiu enormemente para uma experiência inolvidável.

 Deixei as duas garrafas na entrada, onde pude começar a provar algumas pérolas trazidas por outros participantes, enquanto fazia horas para a prova CEV Dão, logo às 11h. O meu companheiro de mesa foi o Elias Macovela, com quem partilhei a prova, estrategicamente colocados no início da primeira mesa, acompanhando de perto a prova comentada, que foi composta por três brancos (64, 74 e 92) e quatro tintos (71, 87, Touriga Nacional 96 e Touriga Nacional 98). Os brancos são absolutamente impressionantes (quando a prova acabou, o 64 ainda estava a evoluir já com notas de café, o 74 com uma enorme frescura e o 92 mais elegante e subtil). Os tintos mostraram igualmente o enorme potencial de envelhecimento (diga-se: de evolução) da região. Com o final da prova, descemos para a área de exposição onde estavam mais de cem (100) vinhos para prova.

Este é um ponto importante: foram convidados, para a casa de um produtor, vários (muitos!) outros produtores. Este contra-senso (porque promoveria comparações e, desde logo, os receios consequentes) só reforçou o importante: testemunhamos uma enorme demonstração de força e vitalidade da região como referência, com um tronco comum em termos de castas e terroir, mas com as interpretações próprias de cada produtor. A organização e a Casa da Passarela mostraram o Dão, em todo o seu potencial!

Algures entre provas e muitas conversas na área de exposição (o coração da produção da Passarela), fomos presenteados com um almoço que deixou o Nuno com água na boca (ele acha que eu não reparei, mas ele ainda tentou fazer concorrência com uma foto de vieiras com favas e ervilhas no facebook, mas levou 10 a zero do cabrito e da sobremesa - queijo com compota de abóbora nunca falha). Ouvi um tal de André a referir que um Porto ficaria a matar, mas que não teve coragem de o levar porque correria o risco de ser espancado.

Acabando como comecei: Parabéns à organização (Pingus Vinicus, Miguel Pereira e Casa da Passarela que foi um excelente anfitrião), aos produtores presentes, ao CEV Dão e ao Dão, cujas qualidades saem evidenciadas neste enorme evento. A Casa da Passarela ficará para sempre associada ao início desta enorme iniciativa, bem como os organizadores.