Esta foi a nossa principal motivação para fazer um site de vinhos.
Informação sobre vinhos vai-se encontrando nas revistas, e já há muitos blogs sobre o assunto, restaurantes idem, agora quando se quer fazer enoturismo já não é bem assim.
Desde a primeira vez que fizemos enoturismo que temos sentido dificuldades em encontrar informação. Se não se fizer bem o trabalho de casa, o resultado pode chegar a ser frustrante.
Mas, quando se prepara bem a viagem, ter a oportunidade de ver onde nasce um vinho e falar com quem o fez, faz do enoturismo algo de fascinante.
Para facilitar a vida a quem queira fazer enoturismo, e evitar com que batam com o nariz na porta, vamos aqui disponibilizar toda a informação sobre os produtores que vamos visitando. Informação sobre o produtor propriamente dito, horários de visita, localização, contactos, etc...
Quando eu e o Nuno decidimos fazer uma semana de férias no Douro contactámos alguns produtores, com o intuito de lhes fazer uma visita. Um deles foi o Alves de Sousa que, embora não explore a parte de enoturismo, decidimos tentar fazer uma visita.
Lá fomos para o Douro sem ter a visita totalmente marcada, pois escolhemos logo uma semana complicada em que todos estavam muito ocupados e em viagem.
Quando chegámos, telefonámos e marcámos uma visita com o Domingos Alves de Sousa, acabadinho de chegar de viagem.
Tivemos a sorte de haver disponibilidade do próprio Domingos Alves de Sousa, que fez questão de nos mostrar não só a Quinta da Gaivosa e Vale da Raposa, como também a Quinta da Estação e Quinta das Caldas.
Encontrámo-nos no dia seguinte no Peso da Régua. Bebemos um café, falámos um pouco sobre a razão que nos levou a contactá-lo, e seguimos no jipe dele.
Começámos pela Quinta da Estação, que deve o seu nome à estação de comboios que existe ao fundo da quinta.
A visita a esta quinta é uma aventura radical. Pelo menos para nós que nunca tínhamos andado assim pelo meio de uma vinha no Douro, tão íngreme. Confesso que de início estava com um pouco de medo. E o Nuno, lá à frente, estava dividido entre o apreciar a beleza da paisagem e o receio do caminho. Aos poucos, e estando ao volante alguém que está mais do que habituado àquele terreno acidentado, o medo foi desaparecendo.
Passamos à Quinta das Caldas. A passagem entre quintas quase nem é notada, pois são encostadas uma à outra.
Ambas as quintas tem uma magnífica localização com o Douro ao fundo.
O grande trabalho de reconversão da vinha, que concerteza dará os seus frutos no futuro, sobressai até aos olhos dos menos atentos. Existe muita vinha nova e também vários tipos de viticultura.
As vinhas são extremamente cuidadas, com pormenores como modernizar e esconder as linhas de água usando o tipico xisto.
De seguida, fomos buscar o nosso carro e seguimos para os lados de Santa Marta de Penaguião, com a Quinta da Gaivosa, onde se encontra a adega, como destino.
Acabámos de estacionar e lá fomos para mais uma aventura radical de jipe. Demos a volta à Quinta da Gaivosa, e à sua vizinha Quinta do Vale da Raposa, que são bastante diferentes das anteriores pois encontram-se na fronteira com o Cima Corgo.
Esta zona é mais agreste, tem mais mata e, de certos pontos, avista-se o rio Corgo lá ao fundo. A vinha não vai até lá abaixo pois o solo tem muita pedra.
Nestas quintas não houve tanta reconversão da vinha, existindo muita zona de vinha tradicional e velha. No entanto também têm zonas com poucos anos. Foi como uma certa emoção que observámos calmamente a velhinha vinha da qual sai o Abandonado.
Existe um ponto alto, que é fabuloso, onde se mantem uma mata intacta. De lá é possível ter uma vista a 360º da quinta.
O dia já ia longo, mas a visita não ficou por aqui. Dirigimo-nos para a adega, onde o anfitrião nos mostrou e explicou tudo, transmitindo o amor que sente pelo que faz, tal como nos habituou desde o início da visita.
Embora esteja prevista uma ampliação da adega, não falta equipamento e nova tecnologia.
A visita terminou na sala de provas, a apreciar uns quantos vinhos, depois de algumas amostras já provados durante a visita à adega. É uma bonita e agradável sala, com uma vista fantástica, bem equipada com garrafeira climatizada e bons copos, onde é possível comprar e provar os vários vinhos do produtor, enquanto se consulta os vários livros e revistas da área.
Passámos um dia em cheio, onde vivemos de tudo um pouco. Foi um enorme privilégio passar praticamente um dia inteiro com este senhor do vinho, que nos recebeu sem saber ao que íamos, sempre com imensa simpatia, paciência e, acima de tudo, que não consegue esconder que gosta mesmo do que faz.
Morada: Quinta da Gaivosa, Pousada da Cumieira, Apartado 15
5030 - 055 Santa Marta de Penaguião
GPS: 41.232663,-7.76359
Telefone: (+351) 254822111
Fax: (+351)254822113
Web: http://www.alvesdesousa.com
Email: [email protected]
Visitas: Só com marcação
Moramos a poucos Kms de Azeitão, onde vamos regularmente comer umas tortinhas, comprar queijo e repor o stock de Moscatel de Setúbal.
Uma das adegas onde vamos frequentemente é a da Bacalhôa Vinhos de Portugal. Contudo, foi difícil conseguirmos fazer um visita que incluisse o Palácio e Quinta da Bacalhôa. É que, até há bem pouco tempo, as coisas eram completamente separadas e nem sequer era possível às pessoas que trabalhavam na adega marcar as visitas para a Quinta.
Ligámos uma boa dezena de vezes e, entre não apanhar a pessoa responsável disponível e o fecho para obras de remodelação, passaram anos.
Finalmente agora as coisas agora estão a funcionar de uma forma integrada e lá fizemos a tão aguardada visita. Valeu a pena!
A visita começou no edifício principal da sede da empresa na Quinta da Bassaqueira.
O edifício, em forma de hexágono envidraçado, está dividido em várias zonas, adega, escritório, salas de estágio, etc.
Conforme fomos passando pelas várias zonas tivemos oportunidade de apreciar, entre muitas outras coisas, barricas e garrafas em estágio, muitas peças de arte e azulejos.
Não deixa de ser interessante ver como a tradição e a arte conjugam na perfeição com a inovação e modernidade.
Explicaram-nos que toda a vinificação das propriedades da empresa, localizadas na Península de Setúbal, é feita aqui por casta. Sendo possível engarrafar 6.000 garrafas por hora, todo o engarrafamento está centralizado nesta adega, bem como o armazenamento de produtos acabados.
Passámos para o exterior onde encontrámos alguns edifícios com variados fins. Os mais emblemáticos são sem dúvida os que albergam as barricas dos moscatéis mais antigos e do famoso moscatel roxo, que tem no exterior uma colecção de azulejos com a história do vinho. Lá dentro, as barricas ficam sujeitas a uma grande variação de temperatura, atingindo muitas vezes valores superiores a 45 graus centígrados, o que ajuda a acelerar o processo de envelhecimento.
Logo ao lado podemos observar a vinha plantada com as castas Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah. No centro da vinha encontra-se um lago, rodeado de árvores, onde existem algumas espécies de peixes e patos.
Além de tudo isto, vale a pena passear pelos belos jardins com diversas espécies botânicas e peças de arte.
A visita termina na loja do vinho, com uma prova de vinho onde se inclui, obviamente, um Moscatel de Setúbal. A loja é muito agradável, com uma esplanada para os jardins. Mesmo sem fazer qualquer visita, é possível provar ou comprar os vinhos da empresa, bem como produtos regionais como queijos ou Ss de Azeitão.
De seguida, fomos para o Palácio e Quinta da Bacalhôa localizada a poucos km de distância.
Deslumbrante, o Palácio é de estilo renascentista, casado com arquitectura italiana, islâmica e portuguesa, e alberga parte da colecção pessoal de Joe Berardo. Foram necessários uns largos minutos para visitarmos devidamente todo o interior.
Quando finalmente chegámos ao exterior, encontrámos um belo jardim francês que vai dar à engraçada casa do lago, de onde se pode observar Lisboa. Toda a propriedade está repleta de peças de arte tal como acontece na outra quinta.
Existem relatos históricos muito antigos da vinha que contorna a quinta. A mais recente fase de produção é de 1974 , altura de plantação das castas Cabernet Sauvignon e Merlot.
O primeiro Quinta da Bacalhôa é de 1979 e, desde aí, todos os anos é lançada nova colheita.
No ano 2000 foi lançada uma nova marca da quinta, Palácio da Bacalhôa, que só sai nos anos de melhor colheita.
O enoturismo agora é levado a sério, e toda a visita é feita com grande simpatia e profissionalismo.
Foi uma visita fabulosa! Se tiverem oportunidade de a fazer, não pensem duas vezes.
Morada: Bacalhôa Vinhos de Portugal
Estrada Nacional 10
Vila Nogueira de Azeitão
2925-901 Azeitão
GPS: 38.525532,-8.992025 (Quinta da Bacalhôa) e 38.523945,-9.016042 (Quinta da Bassaqueira - Adega)
Telefone: (+351) 212198060
Fax: (+351) 212198066
Web: http://bacalhoa.com
Email: [email protected]
Facebook: https://www.facebook.com/pages/Bacalh%C3%B4a-Vinhos-de-Portugal-SA/146038308789481
Visitas: Com marcação prévia.
Loja: Com marcação. Segunda a Sábado das 9h às 18h. Encerra aos Domingos e feriados.
Num local encantado, no coração da Mata Nacional do Buçaco, existe um tesouro escondido, devidamente guardado por gárgulas, armaduras, anjos e santos do Palace Hotel do Bussaco.
Até aos meus 18 anos, grande parte dos meus fins-de-semana era passada na Curia, no Luso e na Mata Nacional do Buçaco. Perdi a conta às vezes que o meu pai estacionou o carro praticamente à frente deste tesouro, que na altura nem sabia que existia, para a minha mãe ver e comprar plantas dos viveiros e estufas que ali existiam abertas ao público.
Não estou a falar da suite real, de vitrais, de painéis de azulejos, de telas ou de frescos, mas sim de outro tipo de obra de arte, a Adega onde repousam os míticos Vinhos Buçaco.
Os hóspedes do Palace Hotel do Bussaco têm a possibilidade de visitar a adega desde que demonstrem o seu interesse. Estávamos confortavelmente instalados no fabuloso e aconchegante bar Carlos Reis a observar alguns vinhos disponíveis para degustar quando a nossa simpática e profissionalíssima cicerone, Teresa Moura, chegou. Começou por nos resumir a história do Palace e logo se focou no tema dos Vinhos Buçaco, o nosso verdadeiro interesse.
Tudo começou no inicio do século XIX, com Alexandre d’ Almeida, ao importar a ideia de ter uma adega associada a uma hotelaria de luxo. Esta ideia viria também a fomentar as tradições locais, utilizando as castas típicas da região da Bairrada e também do Dão aledas a uma vinificação tradicional, mantendo sempre autenticidade e tipicidade dos vinhos.
O sucesso da implementação desta ideia é da responsabilidade de José dos Santos, um bom homem com origens em Vila Nova de Monsarros, uma aldeia localizada abaixo da Serra do Buçaco já pertencente ao concelho de Anadia, que dedicou a sua vida ao Palace Hotel do Bussaco com uma eficiência, delicadeza e exigência extrema. Durante anos procurou os melhores viticultores até obter os melhores néctares, sem nunca revelar a identidade dos mesmos. Os Vinhos Buçaco são uma obra-prima.
Enquanto nos dirigíamos à adega sentia-me como uma criança em pulgas para descobrir uma surpresa. Já na entrada, o meu coração batia loucamente mas assim que a porta se abriu e entrei fui banhada por uma sensação de tranquilidade. Queria ficar ali muito tempo, para observar e sentir todos os detalhes.
Enquanto deambulávamos pela adega ouvíamos atentamente todas as histórias e explicações de Teresa Moura, que nos deixou absorver lentamente todos os recantos. É uma adega simples e pequena, sem nada de palaciano, mas lá dentro respira-se história.
Esta adega actualmente serve para pouco mais que o estágio em garrafa dos Vinhos Buçaco, uma vez que toda a produção passou a ser feita na adega do Palace Hotel da Curia. Está dividida em duas zonas, pelas quais existem nas paredes cubículos de estágio, onde estagia o vinho de um ano especifico por cubículo. Cada um tem incorporada uma “base de dados analógica”, onde é possível consultar o stock existente e as características do vinho em questão, inclusivamente a origem das uvas.
Numa zona central encontra-se uma mesa onde é possível, entre muitas outras coisas, observar o equipamento de rotulagem manual das garrafas e algumas garrafas antigas, que nos fazem viajar no tempo. Ao fundo ainda mantêm algumas barricas e tonéis de madeira.
Por vezes organizam provas nestas salas que encantam qualquer pessoa, nem que seja por estarem na adega do palácio onde se realizou a última cerimónia oficial da Monarquia Portuguesa em 1910.
Para terminar a visita fomos até à pequena loja situada na recepção do hotel, onde é possível adquirir os Vinhos Buçaco. No restaurante João Vaz também é possível acompanhar uma cuidada cozinha portuguesa com Vinhos Buçaco, que os verdadeiros enófilos deveriam ter a oportunidade de experimentar pelo menos uma vez na vida, para sentirem a genialidade destes vinhos na sua casa real, um dos mais belos e históricos hotéis do mundo, no coração da magnifica Mata Nacional do Buçaco, num ambiente único, repleto de misticismo e história.
Morada: Palace Hotel do Bussaco
Mata do Bussaco
3050-261 Luso
GPS: 40.376111, -8.365556
Telefone: (+351) 231937970
Fax: (+351) 231930509
Web: http://www.almeidahotels.com
Email: [email protected]
Visitas: Com marcação prévia para hospedes do hotel.
Após três entradas sobre o Douro, decidimos fazer um desvio.
Se fossemos por ordem cronológica ainda demoraria a mudar de região, uma vez que temos uma quantidade considerável de produtores visitados. E, infelizmente, o tempo que temos tido para nos dedicarmos a passar essa informação para aqui não tem sido o que queriamos.
Passámos então para a região natal da Ema, a Bairrada.
Um dos nomes mais falados ultimamente, no que se refere à Bairrada, é o Campolargo. E foi precisamente por aí que começámos.
Embora sejam poucas as pessoas, fora da Bairrada, que já tivessem ouvido falar deste nome antes de 2000, Campolargo já era “apenas” o maior proprietário de vinha da Bairrada. Só que, como vendia toda a uva para as Caves Aliança, o nome passou despercebido para a maioria dos consumidores.
Até que, no início deste século, começaram a aparecer, em quantidades reduzidíssimas, alguns ensaios com marca própria que começaram a dar nas vistas. Daí até ao aparecimento desta enorme adega foi um instante.
Embora ja lá tivessemos ido várias vezes comprar vinho, nunca tinhamos feito uma visita completa às instalações.
Após marcação antecipada fomos recebidos por Joana Campolargo, que nos acompanhou nesta visita.
Devido a uma prova que ia lá haver a seguir, a visita começou, ao contrário do que seria normal, pela sala de provas. Esta pequena sala, com capacidade para 25 pessoas, situa-se no topo do edifício. A vista lá de cima é soberba, com vinha quase a perder de vista, e as serras ao longe. O visitante pode aqui provar vários vinhos, sendo o custo dependente dos vinhos provados.
Descendo um pouco no edifício, passámos na loja. Na altura da visita ainda não estava em funcionamento, mas era na mesma possível comprar, a óptimos preços, todos os vinhos do produtor que estejam disponíveis.
Ainda no mesmo piso, foi-nos mostrada a sala de eventos. É uma enorme sala, com um terraço com dimensões também grandiosas, com vista para o espelho de água existente por cima da adega. Já lá foram realizados alguns eventos, nomeadamente casamentos. Está tudo preparado para que seja um restaurante aberto ao público mas, até hoje, tal ainda não se concretizou.
Descemos então mais um pouco, a caminho da adega, passando primeiro pelo laboratório, imprescindível num projecto destes.
Quanto à adega, só por ela valeria a pena a visita. Com uma capacidade de produção de 300 mil litros, as suas dimensões impressionam. Está apetrechada de moderna tecnologia e foi desenhada de forma a usar a gravidade para fazer circular as uvas desde a entrada até à prensagem final.
Ainda dentro do edifício fomos ver a sala de estágio, que a nível de estética e de imponência também tem uma palavra a dizer. Parece que se está ali mesmo a fazer à fotografia.
Nota-se que nada neste produtor é deixado ao acaso, até a nível de limpeza vê-se que há um cuidado muito acima do normal.
Há quem diga que, com a tecnologia existente nos dias que correm, o vinho faz-se é na vinha e não na adega. Se assim for, também não é por aí que este produtor terá contrariedades. Uma vinha que já chegou a receber um prémio de melhor vinha do país, parece quase desenhada a régua e esquadro.
Por opção do produtor não se vêem vinhas velhas. Também por sua opção, há uma grande variedade de castas internacionais, especialmente francesas, sendo que a tão típica Baga tem aqui um papel de menor relevo do que é habitual nesta região.
Há quem, por isso, acuse os seus vinhos de não terem nada a ver com Bairrada. É verdade, mas se calhar têm sido produtores como este que fizeram o mundo do vinho voltar a olhar para a Bairrada.
A família Campolargo tem também uma casa de turismo habitação, que não chegámos ainda a visitar, a Casa de Mogofores.
Morada: Adega Campolargo
Quinta de S.Mateus
3780-180 S.Mateus
São Lourenço do Bairro - Anadia
GPS: 40.448233,-8.488382
Telefone: (+351) 231519000/9
Fax: (+351) 231511174
Web: http://www.campolargovinhos.com
Email: [email protected]
Visitas: Convém marcar. Ao fim-de-semana é necessária marcação antecipada.
Estava eu grávida de 5 meses quando decidimos tirar as últimas férias a dois dos próximos anos. Mais uma vez, decidimos fazer enoturismo e fomos até à zona do Vinho Verde.
Fizemos uma lista de produtores a visitar, marcámos as visitas por mail e redes sociais e aí fomos nós.
Chegámos à adega da Casa de Cello a meio da manhã. À nossa espera estava o anfitrião e proprietário, João Pedro Araújo e, a técnica de viticultura, Patrícia de Magalhães.
A adega situa-se na Quinta de Cello numa antiga eira reformulada para o efeito. Está rodeada por vinha, num ambiente apaziguador. Aparentemente nada se passa ali. As aparências enganam, pois ali trabalha-se a bom ritmo e de forma entusiasmante.
A visita começou mesmo ali, junto ao carro e no meio das vinhas. O João Pedro fez um pequeno resumo sobre a Casa de Cello.
A Casa de Cello é uma empresa familiar que embora se dedique à exploração vitícola há quatro gerações, foi ele que nos anos 80 a profissionalizou, com objectivo de potenciar a expressão dos seus "terroirs" nos vinhos.
Os vinhos da Casa de Cello tem origem em duas quintas de regiões diferentes:
De seguida tivemos o prazer de ouvir a melhor apresentação sobre os métodos de viticultura usados. Muito interessante mas não vou falar com detalhe aqui. O melhor é fazerem também uma visita e ouvir os profissionais.
Passámos para a adega que está devidamente equipada e estruturada de acordo com a produção e os objectivos da empresa.
O que mais gostei de ver foi o equipamento de engarrafamento e rotulagem. São manuais, o que dá um valor especial a cada garrafa. Dou por mim a pensar nisso cada vez que se abre uma garrafa deste produtor. Imagino sempre se o rótulo foi colocado à primeira ou não.
Fomos até ao andar superior da Adega onde provámos alguns dos vinhos da casa enquanto se mantinha uma animada cavaqueira.
Acabámos para ficar para o almoço. O João Pedro e a Patrícia pegaram nas garrafas abertas e guiaram-nos por estradas, estradinhas e até um corta-mato, numa verdadeira aventura até ao restaurante.
Almoçámos divinalmente! Os pratos eram típicos da região acompanhados pelos belos vinhos da Casa de Cello e não faltou uma sobremesa acompanhada pelo vinho doce Passi.
Foi realmente um dia bem passado e muito enriquecedor. Nem demos pelas horas a passar. Já a meio da tarde tivemos que sair a correr do restaurante, super atrasados para a visita que tínhamos marcado a outro produtor.
Há coisas do arco da velha! Todas as fotos daquele dia, da nossa melhor máquina, se perderam. Chegámos a passá-las para um DVD que andámos desesperamente à procura durante este tempo todo, sem qualquer sucesso. Todas as tentativas de recuperação das fotos através de cartão de memónia foram em vão. Casa de ferreiro, espeto de pau! Pelo menos tirámos algumas com a velha máquina para podermos partilhar convosco. Mesmo assim, acho que vamos ser obrigados a voltar para tirar fotos melhores.
Morada: Casa de Cello
Mancelos
4605-118 Vila Meã, Amarante
GPS: 41.272456,-8.162756
Telefone: (+351) 226095877
Email: [email protected]
Web: http://www.casadecello.pt
Facebook: https://www.facebook.com/casadecello
Twitter: https://twitter.com/#!/casadecello
Visitas: Com marcação
Num fim-de-semana fomos com uns amigos à zona de Viseu. Decidimos aproveitar o tempo para visitar algo que ainda não conhecêssemos na zona. Foi então que nos lembrámos da Casa de Santar, que estava a apenas alguns minutos do local onde nos encontrávamos.
Quando chegámos a Santar, deparámos com o imponente solar do século XVII e XVIII. É impossível passar por Santar sem dar por ele.
Dirigimo-nos para a recepção mesmo no início da última visita do dia. Ainda bem que chegámos a tempo, pois assim que iniciámos a visita ficámos completamente fascinados pelas fachadas do edifício, bem como com os jardins.
A visita normalmente inicia-se pela sala dos coches mas, infelizmente, não foi possível visitá-la nesse dia.
Acompanhados por dois reguilas cachorros Serra da Estrela (a Estrela e o Caramulo), fomos então encaminhados para a Capela de S. Francisco de Assis. É uma pequena mas rica e bem preservada capela onde são feitas cerimónias de família. Ao lado existe a sacristia, onde se podem ver quadros de 3 bispos, que pertenceram à família, bem como alguns objectos da época.
De seguida foi possível visitar a cozinha, que se mantém exactamente como era na época. Lá dentro existe uma grande fonte, a fonte de Santo António, que era utilizada tanto para beber como para a confecção da comida.
No exterior, a Estrela e o Caramulo aguardavam-nos impacientemente. Seguimos para os enormes jardins, começando pelo jardim do século XVIII cheio de estátuas extremamente bem conservadas. A anfitriã informou-nos que, nas alturas de geada, as estátuas são cobertas cuidadosamente, de forma a ficarem protegidas.
A vegetação e flores são tão fabulosas como tudo o resto, ajudando a criar um ambiente único, casando na perfeição com os edifícios.
No patamar abaixo o jardim continua, desta vez incorporando uma horta e uma piscina.
Antes de chegarmos às adegas, passámos num largo enorme largo onde se pôde observar uma fonte de cavalos do século XVIII.
As adegas estão totalmente integradas, pois os seus edifícios de granito são uma continuação da casa.
Foi possível visitar a sala de fermentação e a sala de estágio, onde estão devidamente dispostas as cubas de inox, bem como as barricas de carvalho francês usadas para os tintos.
A sala de provas e a garrafeira pessoal, como não poderia deixar de ser, são também elas especiais.
A propriedade continua com as vinhas imediatamente a seguir às adegas, fazendo uma ligação perfeita. São mais de 100 hectares de vinha onde 90 hectares são de castas tintas.
Sempre a pensar na qualidade dos vinhos, as vinhas da Casa de Santar têm sido actualizadas e repensadas ao longo dos anos, de forma a obter o melhor terroir, combinando cuidadosamente as castas, clima e localização. As principais castas usadas são a Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta- Roriz nas castas tintas e Encruzado, Borrado das Moscas, Cercial e Arinto nas castas brancas.
De volta à recepção e loja de vinhos, tivemos o privilégio de fazer o trajecto inverso, podendo assim ver os jardins e todos os edifícios mais uma vez.
É possível comprar os vinhos disponíveis na loja bem como outros produtos da Casa de Santar.
Foi uma visita muito interessante, num ambiente único, sempre bem acompanhados pela Estrela e o Caramulo, e com a imensa simpatia da anfitriã que nos guiou por toda a propriedade.
Não deixe de visitar esta imponente casa, mesmo que não seja apreciador de vinho como nós, porque vale mesmo a pena.
Morada: Casa de Santar
3520-127 Santar
GPS: 40.570842,-7.890764
Telefone: (+351) 232942937
Web: http://casadesantar.com
Email: [email protected]
Facebook: http://www.facebook.com/globalwinelovers
Visitas: De Terça a Sábado às 11h e às 15h
Loja aberta de Terça a Sábado das 10h-12h e 14h- 18h
As Caves do Solar de São Domingos é talvez a casa que mais me diz e com a qual tenho mais laços, não só por ser uma das mais antigas caves da Bairrada, mas também porque foi lá que o meu pai encontrou o seu primeiro trabalho. Habituei-me a ouvir as histórias que ele faz questão de contar de tempos a tempos, brinquei muitas vezes em pilhas de caixas de espumante São Domingos que, até hoje, faz questão de comprar, para ter um bom stock em casa e poder oferecer uma tacinha a qualquer alma que se cruze com ele. :-D
Lá em casa as Caves São Domingos estão sempre presentes, até nas fotos do álbum de casamento dos meus pais, onde as garrafas de São Domingos se encontram espalhadas pelas mesas da boda e, até, onde se pode ver o Sr. Lopo de Freitas e esposa a felicitar os noivos.
Obviamente que convidámos o meu pai a fazer esta visita connosco, que aceitou de imediato.
Enviámos mail a marcar a visita que foi rapidamente respondido. No dia certo, lá nos enfiámos no carro para fazer uma curta viagem até à freguesia vizinha.
Assim que chegámos, encontrámos um casal que queria visitar as caves mas não tinha feito marcação, convidámo-los a juntarem-se a nós e lá fomos.
O nosso cicerone foi o simpático Alexandrino Amorim. Rodeados por grandes barricas, onde as famosas aguardentes repousam, começou por falar da história das caves, fundadas em 1937 por Elpídio Martins Semedo e dirigidas desde 1970 por Lopo de Sousa Freitas. Nomes que já se tornaram marcas da casa.
As caves são lindas e enormes, cheias de recantos inspiradores e que nos fazem disparar vezes sem conta as máquinas fotográficas.
Os vinhos são produzidos a partir de mais de 100 ha de vinhas próprias e vinhas de viticultores da Bairrada e Dão sob orientação técnica e controlo das Caves, de forma a garantir a qualidade pretendida. De referir que além de produzir espumantes, aguardentes, vinhos Bairrada e Dão, esta casa comercializa vinho do Porto e importa Scotch Whisky.
Podia começar aqui a descrever em detalhe toda a visita, mas certamente ia escrever muitas páginas para falar das galerias escavadas na rocha, da antiga sala de provas, dos magníficos fungos e bolores, da garrafeira privada, do salão e museu com sala de provas, do mar de garrafas empilhadas quase até tocar no tecto, da loja, entre muitas outras coisas, mas o melhor é fazerem também uma visita.
O antigo e moderno convivem lado a lado, sem choques nem atropelos, pois é uma casa dotada de moderno equipamento de produção e vinificação de forma a inovar respeitando a tradição.
Morada: Caves do Solar de São Domingos, S.A.
Ferreiros - Anadia
Apartado 16
3781-909 Anadia
GPS: 40.447602,-8.395636
Telefone: (+351)231519680
Fax: (+351)231511269
Web: http://www.cavesaodomingos.com
Email: [email protected]
Facebook: https://www.facebook.com/cavesdosolardesaodomingos
Visitas: De Segunda a Sexta-feira das 9h00 às 12h00 e das 14h00 às 17h00, com visitas guiadas às 11h00 e às 15h00. Sábados por marcação. Encerra aos Domingos.
De repente, sem aviso prévio, começámos a tropeçar num novo produtor da Bairrada. Colinas de São Lourenço é um projecto de Sílvio Cerveira, conhecido empresário e ex-autarca de Anadia, cujo o objectivo é fazer vinhos de qualidade superior e ajudar a região a renascer.
Provámos alguns vinhos e, desde logo, percebemos que era um produtor que iria dar que falar. Daí a fazermos a visita à adega foi um tirinho.
Localizada mesmo no centro de S. Lourenço do Bairro, a adega é um moderno edifício que foi construído numa propriedade da família, da qual pouco resta. Enquanto esperámos na sala de espera pelo responsável da altura, Manuel Cruz, tivemos oportunidade de ver alguns prémios ali expostos e até ler alguns artigos em jornais e revistas da região.
Quando começámos a visita, foi-nos explicado que a Sociedade Agrícola Colinas de São Lourenço foi criada em 2001 mas a construção da adega terminou em 2002. Os 8 hectares de vinha originais, da quinta da família, sofreram uma remodelação e foram adquidos dezenas de hectares, entretanto replantados. A vinha encontra-se num raio de 4 km fazendo um total de 80 hectares, 85% de uvas tintas e 15% de uvas brancas. Está dividida por grandes parcelas, cada uma contendo uma casta, facilitando a colheita e ajudando a garantir a qualidade final. As principais castas tintas são a Baga e a Touriga Nacional, e existe ainda um grande leque de castas nacionais e internacionais, como por exemplo o Aragonez, Alfrocheiro, Tinta Barroca, Jaen, Bastardo, Merlot, Syrah, Pinot Noir e Cabernet Sauvignon. Nas castas brancas, a principal é a Chardonnay mas também as castas mais trípicas da região, Arinto e Bical, marcam presença.
Começámos a visita pela zona de vinificação, onde pudemos constatar a utilização de moderna tecnologia e a utilização da gravidade na deslocação das uvas dentro da adega, de forma a garantir maior qualidade. Existem 4 processos de vinificação diferentes, que utilizam conforme o objectivo pretendido para cada vinho.
De seguida, passámos para as belas salas de estágio. Em várias salas unidas com arcadas, encontram-se milhares de garrafas a repousar antes de irem para o mercado. É sempre bom ver que ainda há quem faça adegas com espaço para conservar as garrafas, sem ter que as meter no mercado prematuramente.
Numas salas adjacentes, podem-se ver corredores de barricas de carvalho, onde estagiam os tintos e alguns brancos, e 4 tonéis alemães que, além de servirem para o envelhecimento de brancos a usar nos espumantes de gamas mais altas, ainda servem para embelezar a sala.
A sala de provas é a zona da adega onde ainda é possível encontrar a única coisa que ficou de um edifício antigo que pertencia à propriedade. São as paredes rústicas que acabaram por ajudar a caracterizar esta marca que, embora nova, tem raízes bem antigas.
Nota: A empresa entretanto foi adquirida pelo empresário Carlos Dias, pelo que alguma informação pode estar desactualizada.
Morada: Colinas de São Lourenço
Rua Principal
3780-179 S. Lourenço do Bairro
GPS: 40.43848,-8.497544
Telefone: (+351) 231 528 312
Fax: (+351) 231 528 616
Web: http://www.idealdrinks.com/
Email: [email protected]
Facebook: https://www.facebook.com/idealdrinksworld
Visitas: Com marcação prévia.
Antes de nós (Eu e o Nuno Monteiro, não quero confusões) nos focarmos no projecto Henrique, fizemos umas semanas de enoturismo. Já passaram mais de dois anos mas finalmente foi possível recuar no tempo e reviver essas férias.
Uma das semanas foi passada no Alentejo a visitar produtores de vinho. Um deles foi Cortes de Cima.
Desde já quero referir que Cortes de Cima, ao contrário da maioria dos produtores, tem presença na internet há imenso tempo, estão sempre activos virtualmente e, usam como ninguém as redes sociais, tirando delas o maior partido. Aliás, a nossa visita começou a ser marcada pelo Twitter. Só por isso já estão de parabéns.
Assim que entrámos na propriedade fomos logo recebidos pelos gansos que decidiram atravessar a estrada um a um. Ainda cheguei a pensar que estava a alucinar com o calor e que, na realidade, era um rebanho, mas pelo grasnar eram mesmo gansos, enormes e lindos gansos. A propriedade não podia estar melhor guardada.
Quando nos foi permitido passar fomos até à zona de estacionamento, onde já nos aguardava o simpático e prestável José Eduardo, certamente avisado pelo Ganso, chefe de segurança. Após uma introdução sobre a fantástica história da família Jorgensen, apresentou-nos a toda a equipa explicando a função de cada um. Enquanto aguardávamos a própria Carrie Jorgensen, visitámos as belas vinhas abraçadas pela Serra do Mendro. Uma paisagem fabulosa! Nas vinhas, explicou-nos todas as fases por que passaram até chegarem às vinhas e castas actuais, focando a preocupação em manter uma viticultura sustentável.
A caminho da adega tivemos o prazer de conhecer pessoalmente Carrie Jorgensen que amavelmente nos acompanhou a partir dali.
Visitámos a adega enquanto nos explicaram todo o processo de vinificação e técnicas utilizadas. É uma adega bem equipada e, tal como eles dizem, os seus vinhos tem um estilo do “Novo Mundo” no “Velho Mundo”. Na altura estava a ser construída uma nova ala para brancos que prometia.
Escolhemos bem o dia para fazer esta visita. Um grupo de senhores de olhos em bico tinham feito a visita antes de nós. Por isso, quando fomos provar alguns vinhos, tínhamos toda a gama Cortes de Cima disponível para provar. Tivemos que fazer o sacrifício (NOT) e usámos a cuspideira para poder prová-los a todos, excepto nos três últimos, a Carrie não deixou. Obrigada Carrie!
Fomos provando lentamente um a um, sem pressas, mantendo uma animada conversa sobre coisas e cenas relacionadas com vinho e também vinho. Estava-se mesmo bem.
Bem regados lá fomos embora. Felizmente tivemos o bom senso de decidir pernoitar na zona. Visitar Cortes de Cima é muito fácil, basta querer e, depois é só contactá-los por email ou telefone. Estão disponíveis na página de internet alguns programas predefinidos de visita e provas para se escolher, o que demonstra a abertura e disponibilidade para receber pessoas.
Morada: Cortes de Cima
7960-189 Vidigueira
Portugal
GPS: 38.160278, -7.724167
Tel: (+351) 284460060
Fax: (+351) 284460068
Web: http://cortesdecima.com/
Email: [email protected]
Twitter: http://twitter.com/cortesdecima
Facebook: http://www.facebook.com/cortesdecima/
YouTube: http://www.youtube.com/cortesdecima
Flickr: http://www.flickr.com/photos/cortesdecima
Horário: Segunda a Sexta-Feira das 9 às 12h e das 14 às 17h. Outros dias sob marcação.
Como o nosso mapa enoturístico estava desfalcado em algumas regiões, aproveitámos para fazer umas visitas durante as férias. Um das regiões que estava em branco era o Ribatejo, agora "apenas" Tejo, e foi por lá que começámos.
O primeiro produtor que visitámos fica praticamente no limite norte da região, junto a Tomar. Conhecemos a Encosta do Sobral durante o primeiro curso de vinho que tirámos, organizado pela Associação Portuguesa dos Jovens Enófilos.
Além de alguns dos vinhos terem sido provados durante o curso, um dos formadores (Pedro Sereno) é da família proprietária. Ficámos desde então com o produtor debaixo de olho e, por isso, lembrámo-nos deles quando decidimos ir para a região. O site, embora simples, tem a informação toda necessária sobre as visitas. Como referia que as visitas são mediante marcação, tratámos de preencher o formulário de contacto uns dias antes. Ao contrário do que já nos aconteceu algumas vezes com outros produtores, neste caso a resposta foi quase imediata e ficou logo tudo marcado.
No dia combinado lá estávamos nós. Dirigimo-nos ao edifício do escritório/loja, em frente aos edifícios das adegas, onde prontamente chamaram Marco Crespo Manteiga, enólogo da casa, que foi quem nos fez a visita.
Para começar, fomos até às vinhas, que ficam a escassos minutos de carro da adega. Ou menos se tivessemos um 4x4. :)
Como se pode ver pelas fotos, a vinha não tem nada a ver com a ideia que se costuma ter do Ribatejo, uma vez que é cheia de altos e baixos, localizada numa encosta de solo xistoso. Neste momento a vinha tem cerca de 60 hectares, estando prevista a sua ampliação. Foi reestruturada no fim dos anos 90, acompanhada de um novo encepamento e emparcelamento.
Além das castas mais tradicionais da região, estão bem presentes algumas castas internacionais, bem como algumas nacionais que estamos mais habituados a ver em regiões mais a Norte do país. A vinha ainda tem algum espaço para onde crescer, mas notou-se claramente que não querem pressas.
A Encosta do Sobral tem uma estreita ligação com o mundo académico, através de um protocolo com o Instituto Superior de Agronomia, através do qual se define a tecnologia a aplicar nas vinhas, e também na adega, bem como a realização de experiências e divulgação.
Regressámos então ao ponto de origem e fomos visitar as adegas, começando pelo edifício mais antigo. Depois de uma breve passagem na sala de provas, onde voltaríamos no final da visita, descemos à adega situada na cave. Nesta adega continuarão a ser produzidos os vinhos de gama média/baixa e está ainda presente a linha de enchimento, que será instalada no edifício novo. A antiga sala de estágio deste edifício é que está a levar uma remodelação, para ser transformada numa sala de eventos de maiores dimensões.
Já a nova adega tem dimensões consideravelmente maiores do que imaginávamos, com bastante espaço para crescer. Com uma zona de vinificação munida da mais moderna tecnologia, vão ser ali produzidos os vinhos das gamas mais altas já a partir da vindima de 2009. Os depósitos e barricas já estão em uso nesta nova adega, com lotes e estágios das campanhas anteriores. Tal como já tinhamos notado quando estávamos a visitar a vinha, todas as fases de crescimento parecem muito bem ponderadas para nunca dar um passo maior do que o pé.
Teminámos a visita regressando à sala de provas, que tem capacidade para receber pequenos grupos. Como ainda tínhamos uns Kms de estrada pela frente e estava calor, provámos apenas o branco da casa durante uma agradável conversa sobre vinho, comida e outras coisas boas da vida.
Morada: Encosta do Sobral
Outeiro - Serra
2300-244 Tomar
GPS: 39.59557, -8.32271
Telefone: (+351) 249371510
Telemóvel: (+351) 918568188
Fax: (+351) 249371577
Web: http://www.encostadosobral.pt
Email: [email protected]
Visitas: Com marcação
Situada no litoral alentejano, a Herdade da Comporta é constituída por 12.500 hectares de dunas, praia, floresta, várzea, sapal e vinhas nos concelhos de Alcácer do Sal e Grândola.
Gostamos muito desta zona e, por isso, volta e meia vamos até uma das praias da zona passar um bom bocado. Numa dessas vezes, decidimos que não poderíamos continuar a deixar passar a oportunidade de visitar a adega da Herdade da Comporta, que está mesmo na povoação.
As visitas são por marcação, por isso enviámos antecipadamente um mail para a adega a pedir informações, que logo foi respondido com todos os detalhes necessários. Marcámos a visita e lá fomos nós mais uma vez, mas desta vez a meta era a adega da Herdade da Comporta e não a praia.
Fomos muito bem recebidos, com simpatia sempre presente durante uma visita recheada de detalhes muito interessantes e história da herdade.
A visita começa por uma sala multiusos, com uma paisagem fabulosa sobre os arrozais, de onde é possível observar uma grande quantidade de pássaros. As cegonhas são as que mais se destacam.
Nessa sala foi-nos explicado que a Herdade da Comporta foi adquirida em 1955 pela família Espírito Santo, que desde então a tem vindo a requalificar com o objectivo de ser um destino turístico de alta qualidade, tirando partido da grande diversidade natural, respeitando sempre a cultura e história e envolvendo a comunidade local.
Na sala há imensos mapas da herdade e, entre outras coisas, foi-nos mostrada a localização das vinhas, que não visitámos porque se situam a 12km da adega. São 30 hectares de vinha, maioritariamente de castas tintas, num vale de solos arenosos com grande exposição solar, ligeiramente acima do nível do mar, tirando partido de um micro clima muito particular. Plantadas em 2001 deram a primeira produção em 2003.
De seguida, passámos para a zona de recepção de uvas e fermentação, onde é possível verificar que esta adega está munida de moderno equipamento.
A vindima normalmente é feita a partir do meio de Setembro com apanha manual. A uva é cuidadosamente transportada em caixas de 20kg até à adega, onde a uva é escolhida, esmagada e desengaçada.
Os lagares têm a temperatura controlada por água e é usada a gravidade para passar o vinho para o piso inferior. O vinho, após estágio em depósitos inox de 15.000 litros, é filtrado e são escolhidos os melhores lotes que vão estagiar em barricas de carvalho francês e americano durante 1 ano.
A sala de estágio em barricas tem um ambiente muito próprio, com música ambiente que facilmente nos faz extrapolar a imaginação. Está munida de um sistema de refrigeração e humidificação que mantém a sala com as condições apropriadas para uma melhor evolução do vinho.
Continuando agora no sentido inverso, passa-se na loja onde é possível adquirir todos os produtos da casa. Além dos vinhos, por exemplo o arroz. Ou não estivessemos nós na zona dele.
A visita terminou na agradável sala multiusos, num ambiente tranquilo, onde ficámos a desfrutar a paisagem enquanto apreciávamos os vinhos e observávamos a passarada lá fora.
Claro está que não resistimos e, de seguida, fomos fazer o que sempre fazemos quando vamos para estas bandas. Almoçámos num dos bons restaurantes da zona e instalámos-nos numa esplanada bem em frente ao mar até a noite cair.
Nestes dias de Verão, com a praia mesmo ali ao lado, é um bom programa para evitar o sol nas horas de maior calor.
Morada: Espaço Comporta
EN253, km1
7580-610 Comporta
GPS: 38.380110,-8.790468
Telefone: (+351) 265499900
Fax: (+351) 265497547
Web: http://www.herdadedacomporta.pt
Email: [email protected] ou [email protected]
Facebook: http://www.facebook.com/pages/HERDADE-DA-COMPORTA/102511263137202
Horário: Com marcação prévia. Tem loja de vinhos.
Há uns anos atrás, ainda antes de existir a Magna Casta,encontrámos um colega de trabalho (que nada tem a ver com vinhos) no Encontro com o Vinho - Evento da Revista de Vinhos na antiga FIL.
Na altura ele apresentou-nos um amigo (Tiago Garcia) que é enólogo nesta herdade - até então desconhecida por nós - e provámos os vinhos que ele tinha à prova. Gostámos dos vinhos e ficámos desde então com o produtor debaixo de olho. Depois disso fomo-nos encontrando ao longo dos anos nos eventos, ficando a promessa de fazer uma visita assim que as nossas férias enoturísticas nos levassem para os lados de Estremoz.
E assim foi. Férias marcadas, uma troca de emails e lá estávamos nós uns dias depois a chegar à Herdade das Servas.
"Isto é grande" foi a primeira frase que passou pela cabeça quando chegámos à herdade. Obviamente que comparando, por exemplo, com o Esporão é pequena, mas tendo em conta que não é um produtor que inunda de vinho as grandes superfícies não imaginava uma área tão grande de vinha. São ao todo 200ha repartidos por 3 vinhas.
Tanto o edifício como a paisagem não enganavam, só podíamos estar no Alentejo. Até o calor arrasador estava lá para "compôr o ramalhete", embora umas núvens no céu ajudassem à fotogenia, ficando um bonito céu azul como pano de fundo.
Já lá dentro, começámos por visitar o completo laboratório, onde são feitos todos os testes necessários para garantir a qualidade do vinho.
Seguimos então para a adega, também recheada de tecnologia. Há cubas de fermentação para todos os gostos - com diferentes procesos de remontagem - dando liberdade de escolha aos enólogos, bem como lagares com pisa robótica para os vinhos com mais potencial. Tudo em reluzente inox com controlo de temperatura. Nas cubas de armazenamento é tudo separado por castas. Apenas no final do processo são feitos os blends. Ou não, caso a casta mostre nessa altura capacidade de brilhar a solo.
Guardada por uma grande porta de madeira estava a sala de estágio em barrica onde "repousam" aproximadamente 270 barricas de carvalho francês, americano e, ainda, algum do leste europeu. Independentemente da qualidade que as barricas dão ao vinho, estas salas têm sempre um encanto especial, tanto a nível visual como aromático.
A adega conta ainda com uma linha de engarrafamento própria e espaço suficiente para que os vinhos possam estagiar, pelo menos, 6 meses em garrafa antes de ir para o mercado. Era bom que todos os produtores pudessem/quisessem fazer o mesmo.
Terminada a visita à parte da adega, dirigimo-nos para a - chamemos-lhe assim - zona social. Primeiro a sala de provas, onde estão todos os vinhos expostos sequencialmente com respectiva ficha técnica. Logo ao lado estava a loja, que tem uns pormenores de decoração interessantes, feitos com coisas relacionadas com o vinho, como rolhas, garrafas ou cápsulas de diferentes cores. Este produtor tem sempre umas caixas de madeira com várias garrafas bastante chamativas, que normalmente aparecem nas lojas mais na altura do Natal, que estavam obviamente ali expostas. A loja tem acesso directo a uma sala/restaurante, com capacidade para 80 pessoas que pode ser reservada para eventos.
E foi por ali que ficámos a conversar e a provar um Monte das Servas branco, que era o que apetecia com o calor que estava.
Morada: Herdade das Servas
Apartado 286
7101-909 Estremoz
GPS: 38.83520,-7.68217
Tel: (+351) 268322949
Fax: (+351) 268339420
Web: http://www.herdadedasservas.com
Email: [email protected]
Twitter: http://twitter.com/hservas
Facebook: https://www.facebook.com/herdadedasservas
Horário: De segunda a sexta das 08h30 às 18h00. Ao fim-de-semana mediante marcação.
Pouco depois de descobrir que gostávamos de vinho reparámos que, à volta dele, existia uma infinidade de coisas interessantes para fazer, conhecer e descobrir. Sem grandes demoras, começamos a visitar quintas, herdades e adegas. Também decidimos fazer alguns cursos que nos dessem alguns conhecimentos que nos faltavam para interpretar o que sentíamos ao beber vinho.
Uma das primeiras visitas que fizemos foi à Herdade do Esporão. Na altura ainda não tínhamos o Magna Casta e, por isso, fizemos toda a visita sem tirar uma única nota, embora tivéssemos fotografado tudo.
Passados alguns anos, quisemos partilhar essa visita mas não nos lembrávamos detalhadamente da ordem e fases da mesma. Decidimos então que era necessário voltar a fazer a visita de forma a evitar erros. Pouco depois, eu e o Nuno fizemos um curso de provas de vinho na Comissão Vitivinícola da Bairrada, cuja secção de vinho tinto foi da responsabilidade do enólogo Luís Patrão, enólogo residente do Esporão. Quando lhe dissemos que em breve iríamos à Herdade do Esporão, logo se ofereceu para nos acompanhar na visita.
Assim que tivemos uma oportunidade marcámos a visita e lá fomos nós a caminho do Alentejo.
Fizemos novamente a visita com o trajecto normal mas acompanhados por Luís Patrão. Além das informações habituais que são transmitidas durante uma visita normal, tivemos oportunidade de obter informações especificas e detalhadas sobre processos de vinificação utilizados e particularidades de cada vinho e ano de colheita.
A Herdade do Esporão foi adquirida por Joaquim Bandeira e José Roquette em 1973 que constituíram a Finagra S:A. e deram início ao projecto vitivinícola. Em 1987 foi construída a primeira adega com objectivo de produzir e comercializar vinhos de grande qualidade. Desde 1992 que o único accionista da sociedade é José Roquette iniciando assim uma nova fase do projecto. Desde então, muitos investimentos foram feitos, como renovação e plantação de nova vinha, a compra da Herdade dos Perdigões com 200 ha, construção de uma barragem de 120 ha, construção da casa do enoturismo, a instalação de rega gota a gota na totalidade da área da vinha, a expansão da adega e a aquisição de um moderno lagar para a produção dos azeites virgens. Desta forma foi possível atingir os objectivos do projecto que é considerado de grande sucesso e inovação, mantendo-se como uma referência nacional em diversas áreas até aos dias de hoje.
A vindima é totalmente gerida ao detalhe, desde nas vinhas próprias, como nas vinhas dos 10 fornecedores devidamente seleccionados e acompanhados ao longo do ano.
A adega, embora tenha alguns anos, é muito funcional necessitando apenas da mão-de-obra de 10 pessoas. Na realidade é uma adega constituída por três adegas, uma só para tintos, outra só para brancos e ainda outra para o garrafeira tinto.
A visita começa pela adega dos lagares, onde são seleccionadas uvas para os garrafeiras que ali fermentam e por vezes estagiam durante algum tempo.
De seguida passamos para a zona de recepção de uvas que são separadas por plataformas conforme o vinho a que se destinam. Na parte central encontra-se a plataforma para vinhos de gama mais alta, como o reserva, com pisa robótica. À direita encontram-se cubas de fermentação de 30 toneladas, o dobro das cubas de fermentação da plataforma central, e à esquerda cubas de fermentação de 35 e 40 toneladas, para as gamas mais baixas.
No seguimento da visita, passámos numa zona de armazenamento que reconhecemos como a antiga localização da linha de engarrafamento quando visitámos a adega pela primeira vez. A actual linha de engarrafamento é enorme, muito espaçosa, moderna e com capacidade diária de 170.000 litros. A sala de enchimento é completamente automática e isolada. Encontra-se sobre pressão expelindo o ar de forma a evitar contaminações.
Sempre na cavaqueira com o Luís passámos para o sub-solo, onde se encontram a salas e tuneis de estágio de barricas e garrafas, e também a garrafeira particular. A temperatura é fresca e natural devido ao aproveitamento de uma encosta para o posicionamento da cave. O fresquinho que se fez sentir soube lindamente.
Na garrafeira particular são guardadas várias garrafas de muitos dos vinhos da casa ao longo dos anos. O Luís não perdeu a oportunidade para nos fazer inveja referindo que é óptimo para efectuar provas verticais, obviamente para verificar a evolução dos vinhos.
Os túneis da cave impõem respeito pela sua grandiosidade. Ao longo deles existem nichos de estágio em garrafa, que com a pouca luz que os destaca, ajudam a criar um ambiente bem interessante.
Passámos para a sala e túneis de barricas. A sala é fabulosa e está completamente cheia de barricas para estágio de vinho tinto reserva, garrafeira e monocastas. As barricas são de diversas tanoarias de todo o mundo. Naquele dia, a sala ia ser utilizada para um evento, pelo que estavam a ser colocadas mesas.
Sempre em grandes conversas e divagações lá fomos até ao wine bar onde é possível provar os vinhos da casa. Desta vez, devido ao calor que se fazia sentir, decidimos ficar pelo Defesa Rosé que acompanhou lindamente a conversa.
O dia já ia longo, despedimos-nos do Patrão que ainda tinha bastantes kms de viagem pela frente. No dia seguinte ia para o Douro mas ia pernoitar a meio da viagem, na Bairrada, terra natal, onde o Vadio repõe as energias para mais e novos desafios. Estava bastante entusiasmado com o novo projecto da Herdade do Esporão no Douro devido à aquisição da Quinta dos Murças.
Nós fomos até às zonas de repouso junto da recepção do enoturismo. Os espaços são muito agradáveis e frescos. A paisagem é fantástica e tranquilizante, com a barragem da herdade ali mesmo em frente.
Demos uma vista de olhos pela loja onde é possível adquirir qualquer produto do Esporão. Ainda fomos até ao exterior da Torre do Esporão, que simboliza a defesa do património. Foi recuperada recentemente é uma das torres mais importantes da passagem da idade média para a idade moderna em Portugal. Com marcação prévia, é possível visitar o museu no interior da Torre, bem como fazer passeios de 4x4 nas vinhas, tirar cursos de vinhos, entre outras coisas.
Só após quase mais uma centena de fotos é que decidimos terminar a visita. Foi com pena que não jantámos no restaurante da herdade, que tem uma cozinha fantástica, mas as horas ainda não o permitiam.
Morada: Herdade do Esporão
7200-999 Reguengos de Monsaraz
GPS: 38.379828, -7.560953
Telefone: (+351) 266509280
Fax: (+351) 266519753
Web: http://www.esporao.com
Email: [email protected]
Facebook: https://www.facebook.com/pages/Espor%C3%A3o/204958239523691
Twitter: http://twitter.com/esporao
Visitas: Todos os dias
Luis Pato é um dos nomes mais sonantes da região da Bairrada, e do país, embora os seus vinhos actualmente não ostentem a designação Bairrada mas sim Beiras. Como não podia deixar de ser, fomos visitar a sua adega nova em Amoreira da Gândara, no concelho de Anadia.
De carácter forte e vincado, recebeu-nos pessoalmente dando a conhecer ao longo da visita uma pessoa simpática e acessível.
A nossa visita começou com uma conversa na sala de provas, onde se encontrava a ler mail quando chegámos. Assim que dissemos qual era a nossa profissão, não deixou de demonstrar a sua indignação pela quantidade de spam que se recebe por mail.
A conversa rica e surpreendente, pela quantidade de temas abordados, prolongou-se por mais de uma hora. Alguns dos temas abordados foram a forma inteligente como funde a inovação com a defesa das castas bairradinas (nomeadamente Baga e Bical), as suas discordâncias com a CVR da Bairrada, o trabalho de equipa com a sua filha Filipa Pato, e a importância que dá à relação do vinho com a gastronomia.
Não podemos deixar de destacar este último ponto, em especial os Almoços com Assinatura, que tem realizado nos últimos tempos. Tratam-se de almoços com a assinatura de chefes de renome, nacional e internacional, sempre acompanhados pelos vinhos da casa. Estes eventos são também uma óptima ferramenta de marketing, divulgando e promovendo assim os seus vinhos, e ficando com o seu nome associado a novas tendências e inovação.
Infelizmente, o número de participantes é muito pequeno pelo que é preciso alguma sorte para conseguir colocar o nome na lista. No entanto, não deixaremos de tentar a nossa sorte no próximo.
Enquanto nos dirigíamos para as salas de estágio, falou-nos na história da casa. É resultante da associação de duas famílias tradicionais da Bairrada, família Pato e família Melo Campos. Existem documentos que comprovam a produção de vinho desde o século XVIII na Quinta do Ribeirinho, mas o engarrafamento de vinho teve início apenas no século XX na década de 70. Após algumas experiências iniciadas em 1980, os grandes saltos foram dados a partir de 1984, quando Luís Pato decidiu trabalhar a tempo inteiro neste projecto seguindo assim os passos do pai, João Pato.
Desde aí, acrescentamos nós, têm sido várias as revoluções por si feitas. Foi por exemplo o primeiro produtor da região a desengaçar as uvas, o primeiro a usar barricas novas e o primeiro a lançar vinhos por vinha.
As salas de estágio são espaçosas e modernas, onde a luz incidindo nas barricas de carvalho dá um toque de elegância.
Outro espaço peculiar é a garrafeira feita à medida e com materiais diferentes dos habituais. A forma como está disposta juntamente com os materiais usados dá-lhe uma imagem futurista.
A visita e a conversa terminaram na loja de vinhos onde é possível comprar os vinhos da casa.
Além da loja de vinhos, das visitas com prova de vinhos com marcação prévia e dos almoços com assinatura, ainda é possível participar em cursos de iniciação à prova das castas Baga e Bical, fazer almoços e jantares de gastronomia regional para grupos com marcação prévia.
Quem quiser pernoitar na zona, pode ficar alojado na casa recuperada em Ois do Bairro, onde se encontra a Adega Velha, com vista para a Vinha Barrio e Formal do jardim e piscina.
Além de ficar a conhecer a adega, a visita valeu mais ainda pelo que se aprendeu. É sempre bom falar com alguém que entende tão bem o vinho, com a sua formação em Quimica a ajudar a tirar-nos muitas das dúvidas que fomos colocando no decorrer da conversa.
Morada: Adega Luís Pato
Rua da Quinta Nova
3780-017 Amoreira da Gândara
GPS: 40.459291,-8.532965
Telefone: (+351) 231596432
Fax: (+351) 231596842
Web: http://www.luispato.com
Email: [email protected]
Facebook: https://www.facebook.com/pages/Luis-Pato-Wines/113659255315760
Visitas: Com marcação prévia.
Loja: Segunda a Sexta das 9h00 às 12h00 e das 14h00 às 17h00. Sábados das 10h00 às 17h00
Localizado no centro da cidade de Anadia, o moderno Museu do Vinho da Bairrada funciona desde 2003. Actualmente é uma referência cultural.
O edifício é de linhas direitas, com uma decoração minimalista e enormes vidraças no piso um, com vista para as vinhas da Estação Vitivinícola da Bairrada, que deixam entrar imensa luz natural.
O museu é constituído por uma exposição permanente, exposições temporárias, enoteca, mediateca, biblioteca, loja de vinhos (em reformulação), auditório e zona de restauração com espaço exterior, estes últimos para eventos e actividades do museu mas também disponíveis para alugar.
Percursos do Vinho é a exposição permanente que se encontra distribuída por várias salas do piso zero. Além de um interessante espólio relativo à actividade vitivinícola, é possível visualizar registos documentais, conhecer as castas permitidas na região demarcada da Bairrada, ficar a saber um pouco mais sobre Vinha, Vindima, Vinificação, Prova e Roteiro, através de filmes alusivos a cada tema.
O final da visita passa pela enoteca, onde estão representados os produtores da Bairrada com os melhores vinhos da região, e também pela exposição de uma das mais interessantes colecções de saca-rolhas a nível mundial.
As dinâmicas exposições temporárias permitem disponibilizar aos visitantes arte plástica nacional e internacional, que habitualmente só se encontra nos grandes centros urbanos.
Dado ter excelentes instalações, estar dotado de óptimos equipamentos e usufruindo das vantagens das novas tecnologias, este museu tem a capacidade de realizar diversas actividades como congressos, workshops, seminários, estudos e pesquisas, cursos de vinho, provas de vinho, jantares eno-gastronómicos, eventos, etc, sempre com o objectivo de promover, defender e dinamizar o turismo da Bairrada.
Costumamos visitar sempre que mudam as exposições temporárias, pois vale todas as moedas de um euro, que é o valor simbólico e escandalosamente barato que é cobrado pela visita.
Vou ficar por aqui porque as imagens falam por si mas o melhor é irem até lá fazer uma visita.
Morada: Av. Engº Tavares da Silva
3780-203 Anadia
GPS: 40.438333, -8.438333
Telefone: (+351)231519780
Fax: (+351) 231519781
Web: http://www.cm-anadia.pt/index.php/locais-a-visitar/109-turismo/locais-a-visitar-2/museus/350-museu-do-vinho-da-bairrada
Email: [email protected]
Visitas: Terça a sexta-feira: 10h00 – 13h00 / 14h00 – 18h00. Fins-de-Semana e feriados: 11h00 – 19h00. Encerra à segunda-feira.
Preço da visita: 1 euro.
Já ouviram falar na marca Quevedo? Eu não, até me cruzar na Internet com um certo senhor, Óscar Quevedo. Começou a dar nas vistas pela sua irreverência e actividade na rede.
Sem investimento em publicidade tradicional, fez o seu nome correr Mundo há uns anos com a transmissão em vídeo das vindimas em directo pela Internet, enquanto numa sala de provas de Londres os seus vinhos eram provados e esse vídeo era projectado.
Acabámos por nos conhecer num evento de vinho em Lisboa e não demorou muito tempo até lhe fazermos uma visita em São João da Pesqueira. Quer dizer, demorou um bocadinho... mas não tanto como a escrever este texto :)
A marca Quevedo foi criada em 1991, mas a dedicação ao vinho e vinha vem de gerações anteriores. Embora ainda não seja uma marca muito conhecida a nível nacional, detém 100ha de vinha no Cima-Corgo e Douro Superior, o que é um número considerável para o Douro.
Após percorrer a sinuosa Estrada Nacional 222 até São João da Pesqueira, chegámos à Quinta da Sra. do Rosário, onde se situa a adega, numa manhã em que andavam a vindimar branco. Desde logo ficámos muito admirados com o que encontrámos, talvez por não sabermos ao que íamos. As instalações são grandes (muito maior do que imaginávamos) e modernas com um toque de tradicional, as vinhas são enormes e a paisagem envolvente maravilhosa.
Fomos recebidos pela a enóloga da família - e irmã do Óscar - Cláudia. Pouco depois apareceu o ousado e simpático Óscar que nos levou a conhecer o interior da Quevedo.
Ao visitar a adega tivemos a oportunidade de ver a recepção das uvas acabadinhas de chegar. A adega é de fazer inveja a muita boa gente. É grande e bem equipada.
Descemos até às caves através de uma escada em caracol fabulosa. As caves são espaçosas e pitorescas, com os grandes balseiros, barricas e garrafas em estágio a ajudar a criar um ambiente muito repousante.
Sem pressas, fomos até à sala de provas e eventos, onde também funciona a loja. Através das grandes janelas somos presenteados com uma panorâmica a perder de vista. E foi por ali que ficámos refastelados na cavaqueira o resto da manhã e, claro, a matar a sede com um fresco e agradável Quevedo Porto Rosé enquanto disfrutávamos da paisagem.
Morada: Quinta da Sra. do Rosário
5130-321 S. João da Pesqueira
GPS: 41.139203,-7.394400
Telefone: (+351) 254 484 323
Fax: (+351) 254 481 243
Email: [email protected]
Web: http://quevedoportwine.com/pt
Facebook: https://www.facebook.com/quevedowines
Twitter: https://twitter.com/#!/quevedo
Visitas: Aberto de segunda a sexta-feira das 9h às 13h e das 14h às 18h. Aconselhável marcação.
"Chegou ao seu destino" diz-nos a voz o GPS. Pois, mas onde é que está a Quinta Mendes Pereira? Mais uma voltinha...
Está ali a entrada para uma quinta. Hmm, Quinta da Sobreira, não deve ser esta.
Esta terra é gira. Mas é pequena, já estamos no mesmo sítio outra vez! É melhor telefonar.
Ok, afinal é mesmo a Quinta da Sobreira! (Sim, devia ter olhado para a morada...)
E foi mais ou menos assim a nossa chegada à Quinta Mendes Pereira/da Sobreira em Oliveira do Conde.
Após estacionar, fomos recebidos pela Raquel Mendes Pereira que dá o nome e a alma a este projecto. Nascida no Brasil, deixou há uns anos a azáfama de São Paulo para vir para a pacatez de Oliveira do Conde, de onde o seu pai tinha saído aos 18 anos para fazer precisamente o percurso inverso.
Ainda mal tinha passado um minuto e já tinha dado para perceber que não estávamos numa visita enoturística normal. Aliás, a vertente de enoturismo nem é trabalhada. No entanto, como até em tempos o enólogo António Narciso hiperbolizava no Facebook da Quinta Mendes Pereira, têm um serviço de visitas guiadas quase de 24h por dia. Mas as coisas assim até foram muito mais personalizadas e agradáveis do que programas de visitas pré-definidos. A recepção foi a sala, onde as crianças brincavam e viam televisão no sofá. À mesa, como qualquer pessoa que tenha família nas Beiras sabe que é normal, havia queijo, broa e vinho. Neste caso, como estava calor, um branco (Encruzado, pois claro) e um rosé acompanharam a amena cavaqueira.
Seguiu-se uma pequena caminhada até à adega. A nossa visita foi em plena época de vindimas e os calcanhares denunciavam a pisa a pé. À volta da casa, as videiras ainda tinham muitas uvas, mas já não iam ser usadas nos vinhos da Quinta Mendes Pereira. A selecção das melhores uvas estava feita e aquelas seriam vendidas para fora. Para além das óbvias Touriga Nacional e Encruzado, também se podem ali encontrar as tintas Jaen, Rufete, Alfrocheiro e Aragonez e as brancas Bical, Cerceal e Malvasia-Fina.
Para além da vinha, a quinta ainda tem outros motivos de interesse, como uma fonte romana, um túmulo celta e muito arvoredo. Quando nos apercebemos estávamos a chegar à adega. Reconhecemos imediatamente o local. Foi para onde o GPS nos mandou inicialmente. Afinal a tecnologia às vezes até tem razão. Nesta altura, a "comitiva" de boas-vindas já tinha alargado, entre pessoal da casa e amigos que lá estavam a ajudar na vindima.
A adega espelha na perfeição os vinhos que de lá saem, tradicional mas com um toque de modernidade. É um edifício com mais de 100 anos, com as paredes em pedra. Logo à entrada, junto à janela por onde entram as uvas, está o lagar de granito onde estava o mosto que aromatizava toda a área envolvente. Um cheiro que traumatizava a Ema quando era nova e faziam as vindimas lá em casa, mas que agora lhe dá tanto prazer. Ainda a ajudar ao aspecto tradicional, foram mantidas as cubas de cerâmica que ainda são usadas. Mas agora, e é aqui que começa a entrar o toque de modernidade, têm agora o seu interior revestido com epoxi. Há também cubas de inox e barricas, que não deverão ser mais de 30. E o número nem deverá aumentar, porque a madeira nos vinhos não é uma coisa que apreciem particularmente.
Para terem uma ideia da simpatia que ali impera, no regresso à casa, em vez de se livrarem de nós, ainda nos convidaram para almoçar cabrito. Mas a essa hora já tínhamos outro produtor vizinho à nossa espera e acabámos por declinar.
Um local a visitar, com um ambiente bastante diferente do que se possa esperar encontrar no Dão. Algo fora do baralho. E nós gostamos disso.
Morada: Quinta da Sobreira, Oliveira do Conde
3430-350 Carregal do Sal
GPS: 40.439227,-7.972636
Telefone: (+351) 232 969 202
Telemóvel: (+351) 939 559 990
Web: http://qmp.com.pt
Email: [email protected]
Facebook: https://www.facebook.com/QuintaMendesPereira
Visitas: Convém marcar
Pouco depois de descobrirmos que gostávamos de vinho, a nossa vida mudou bastante. Começámos a ler tudo o que podíamos sobre o tema, para absorver o máximo de informação possível, e a frequentar todos os eventos, tendo feito imensos conhecimentos e amizades. O exagero foi tal ao ponto de parecer que os produtores presentes eram sempre os mesmos.
Num desses eventos, ao dirigirmo-nos para um desses produtores “habitués”, não se encontrava ninguém no stand e um simpático casal do stand vizinho fez o favor de nos servir o vinho que íamos provar.
Tratava-se de um novo produtor, Quinta das Apegadas, o que para nós foi como um rebuçado que se dá às crianças. Fizemos questão em provar os seus vinhos, aproveitando para perguntar tudo o que havia para perguntar. Ficámos fascinados pela história desta nova marca duriense, que ouvimos dos próprios fundadores completamente apaixonados pelo seu projecto.
A Quinta das Apegadas, Sociedade Agrícola, Lda. foi fundada apenas em 2003, pelo casal Cândida e António Amorim. Do Douro apenas tinham a paixão pela região e muito bons amigos.
A Sociedade é constituída por duas quintas.
A sede da Sociedade e residência da família, fica na freguesia de Cidadelhe, concelho de Mesão Frio. A propriedade tem 3,2 hectares, dos quais 2 são vinha.
O que nós não sabíamos é que a adega se situa na centenária Quinta Velha, perto da Barragem de Bagaúste na margem direita do rio Douro, na freguesia de Canelas e Concelho do Peso da Régua.
Soubemos por mero acaso, quando estávamos a visitar essa zona do Douro, e ligámos logo para marcar uma visita.
No dia e hora marcados, dirigimo-nos à Adega da Quinta Velha onde fomos recebidos com muita simpatia pelo Sr. António Amorim.
Começámos a visita pela adega. É um moderno edifício arredondado, onde o xisto foi usado em algumas áreas do edifício, o que lhe dá a identidade duriense e o integra plenamente com a paisagem.
Bem organizada, a adega é dividida por zonas de vinificação, estágio, laboratório, armazém, escritórios e sala de provas. Visivelmente pouco habituado a visitas, o Sr. Amorim ia repetindo que não havia muita coisa de interesse para nos mostrar. Talvez não tenha interesse para o típico visitante das grandes e históricas quintas da região, mas para quem quer ver onde nascem alguns vinhos modernos e menos main-stream, acho que tem todo o interesse em visitar.
Fomos passando por todas as zonas comprovando que além do edifício, as técnicas de vinificação também são das mais modernas.
No primeiro andar, com o rio Douro mesmo em frente seguido da escarpada encosta esquerda, a vista é fabulosa.
Depois de conhecermos a adega fomos conhecer a quinta, uma propriedade com cerca de 14 hectares, dos quais 10 são vinha.
Conduzidos pelo atencioso anfitrião, aí fomos nós no seu jipe em mais uma aventura radical de subir, descer e contornar socalcos de perder a respiração.
Podemos comprovar mais uma vez, que no Douro o medo é rapidamente superado bela vista magnífica.
A vinha é constituída por 6 hectares de vinha velha com uma grande variedade de castas do Douro, e também 4 hectares de vinha mais recente com cerca de 15 anos.
A quinta tem ainda algumas oliveiras e um pomar de citrinos que são apenas para consumo próprio.
Foi uma visita diferente e muito interessante, principalmente pelas explicações e detalhes que o Sr. António Amorim fez questão de ir dando.
Embora o enoturismo não seja muito explorado, não se acanhem em telefonar e marcar uma visita pois certamente serão bem recebidos.
Morada: Quinta Velha
Canelas
5050-203 Peso da Régua
GPS: 41.152788,-7.755296
Telefone: (+351) 254 318 047
Fax: (+351) 254 318 047
Web: http://www.apegadas.co.pt
Email: [email protected]
Visitas: Com marcação prévia.
Para começar a falar sobre enoturismo, nada como começar por uma casa com uma forte vocação para isso. Curiosamente, ouvi falar primeiro na Quinta da Casa Amarela como um excelente exemplo de enoturismo em Portugal, do que pelos belos vinhos que produz.
Com tudo o que lemos sobre a Quinta da Casa Amarela nesta vertente, marcámos logo como ponto de passagem obrigatório numa visita que eu a e Ema fizemos ao Douro.
E assim foi, como tinhamos tido umas semanas de trabalho muito agitadas, não tivemos tempo para preparar as coisas com calma. Ainda chegámos a contactar alguns produtores previamente, mas na maioria dos casos apenas tinhamos umas folhas impressas, retiradas dos sites dos produtores na Internet.
Este foi um desses casos. Já iamos a caminho do Douro quando, durante a paragem para almoço, decidimos ligar a ver se havia a possibilidade de fazer uma visita ainda nesse dia. Nenhum entrave colocado e lá fomos nós a caminho da Quinta da Casa Amarela.
Encontrar a Quinta não foi tão fácil como o esperado. Apontado o sistema de navegação para Cambres, fomos ter junto ao rio e verificámos que tinhamos andado mais do que devíamos. Perguntámos a umas pessoas que lá estavam e, após uma cena à gato fedorento em que cada pessoa dizia que era melhor para um lado diferente, fomos para o lado errado. Entretanto voltámos atrás e seguimos o caminho que nos parecia ser o indicado no site da Quinta da Casa Amarela e, passado um pouco, lá estava a placa a indicar o caminho para a quinta. Os nossos leitores, com os mapas do nosso site já não vão ter destes problemas.
Ao chegar lá, tivemos a sensação inicial que tinhamos chegado em mau dia. Estava junto à casa uma linha de engarrafamento móvel e havia muita movimentação, o que levava a crer que poderia não haver disponibilidade de tempo para uma visita. No entanto, após dois minutos de conversa com o Sr. Gil Regueiro, verificámos que havia uma total disponibilidade para nos mostrar a Quinta e que não precisávamos de andar apressados. Segundo nos disse, estão sempre disponíveis para visitas. Mesmo que eles não estejam presentes, estão lá os empregados que podem mostrar, mas aconselham a ligar antes porque preferem ser eles próprios a fazer a visita.
Encaminhámo-nos para a sala de provas, que era um antigo lagar e agora funciona também como loja, onde começou a visita propriamente dita. Foi lá que nos começou a ser contada a história da Quinta da Casa Amarela. Ficámos a saber, por exemplo, que a casa desde sempre produziu vinho do Porto, embora a sua comercialização seja recente.
Passámos de seguida para a sala dos actuais lagares, onde a própria família Regueiro costuma pisar a uva que dá origem ao reserva tinto, juntamente com os visitantes.
O próximo passo da visita foram as salas de vinificação. Primeiro a dos tintos, onde é vinificado o colheita e o reserva, e depois a dos Vinhos do Porto, de onde sai o Tawny 10 anos, o Ruby e o Branco. Os espaços, sem serem muito grandes, mostraram-se cuidados e chegam perfeitamente para alojar toda a produção da quinta sem problemas.
Antes de voltar ao ponto de partida da visita, ainda passámos pela sala de eventos. Foi nessa altura que começámos a ter pena de sermos apenas duas pessoas. São inúmeras as coisas que se podem fazer ali para grupos a partir de 10 pessoas, lanches, jogos, provas, etc... Nesta altura juntou-se também a nós o filho, também Gil, que nos acompanhou também durante o resto da visita.
De volta à sala de provas, onde começou a visita, foram-nos dados a provar os vinhos do Porto que ali se produzem. Já conheciamos os tintos, mas os Vinhos do Porto ainda não. Destaque para o Tawny 10 anos, que de facto é um excelente vinho, mas também para a agradável surpresa que foi o Porto Branco, um tipo de vinho que de um modo geral nem costumo ser grande apreciador mas tive que dar o braço a torcer.
Entretanto a conversa alongou-se tanto que, quando demos conta, já o dia tinha acabado e ainda nem tinhamos sítio onde ficar. A Quinta da Casa Amarela não tem parte de alojamento, embora pretendam ter brevemente, mas aproveitámos o facto de estar com quem conhece bem a zona para pedir conselhos sobre possíveis locais para ficar.
Morada: Quinta da Casa Amarela
5100 Cambres
GPS: 41.139441,-7.800604
Telefone: (+351) 254666200
Fax: (+351) 254665209
Web: http://www.quinta-casa-amarela.com
Email: [email protected]
Visitas: Aberto todos os dias, mas convém telefonar antes. Tem loja de vinhos.
Embora se situe na Bairrada, onde vamos regularmente, e conheçamos os vinhos deste produtor já há vários anos, nunca tínhamos visitado a Quinta da Mata Fidalga.
Após falhar 6 Desafios da Adega, à 7ª foi de vez e aproveitámos a boleia deles para fazer esta visita.
O ponto de encontro foi a Nova Casa dos Leitões, uma das mais afamadas casas de leitão assado da região. A Quinta da Mata Fidalga, pertence aos mesmos donos, ficando a adega mesmo por trás. Começou então a romaria em direcção à adega, liderada pela excelente anfitriã Teresa Manso, directora comercial da empresa.
A visita propriamente dita começou na adega onde, no meio das cubas, nos esperava uma mesa corrida com quase toda a gama de vinhos da empresa que viríamos mais tarde a provar.
Apesar de já produzir uvas desde os anos 80, foi em 1993 que começou a produzir com marca própria, sendo inicialmente o vinho consumido quase exclusivamente no restaurante. Hoje em dia, boa parte da produção continua a ser para lá, mas a modernização e ampliação da adega fez com que haja já uma boa parte de vendas para fora. Os espumantes, como seria de esperar numa casa de leitão, são o grande forte, o que se pôde verificar ao descer ao piso subterrâneo.
Muitos dos presentes estavam a visitar pela primeira vez uma cave de espumantes, pelo que nesta altura a visita transformou-se praticamente numa aula sobre o método champanhês (o método usado pela casa para fazer os espumantes). Acho que todos os apreciadores de vinho, pelo menos uma vez na vida, devia visitar uma cave de espumantes.
Findas as explicações, subimos novamente para o piso térreo para provar os vinhos. Espumantes e tranquilos (tintos, brancos e rosés), são quase todos vinhos com grande pendor gastronómico, o que viríamos a comprovar quando regressámos ao subsolo, onde nos esperava uma bela pedofilia alimentar: um estaladiço leitão assado.
Tendo a Ema a família toda na Bairrada, é normal comermos leitão umas 7-8 vezes por ano e devo dizer que este está ao nível dos melhores. Combinámos os diferentes vinhos da casa com leitão, tendo a minha preferência ido para o espumante tinto até ser destronado pela primeira surpresa do almoço. O espumante Reserva Pessoal 2006 que, não engana ninguém, foi mesmo feito para combinar com leitão. A segunda surpresa do almoço foi um colheita tardia, apresentado pelo proprietário, o Sr.Fabiano Santos.
Devidamente empanturrados pela fartura de leitão, foi tempo de fazer algum exercício e visitar duas vinhas, uma delas logo do outro lado da estrada. O técnico de viticultura, em pleno aniversário de família, juntou-se a nós durante mais de uma hora para ir connosco. Além das devidas explicações, pudemos ali sentir in loco os solos argilo-calcários tão famosos por estas bandas. Os tapetes dos carros que o digam...
E assim terminou uma belíssima visita, segundo os organizadores das melhores que fizeram, que mostra que não é preciso ser um grande produtor para ter uma visita de excelência. Às vezes bem pelo contrário.
Morada: Estrada Nacional 1, 118
Peneireiro
2780-624 Aguim
GPS: 40.408362, -8.455999
Telefone: (+351) 231525558
Telemóvel: (+351)966765778
Fax: (+351)231525560
Email: [email protected]
Web: http://www.matafidalga.com
Visitas: Com marcação
Estávamos no Douro com uma manhã livre. Após o pequeno-almoço, fizemo-nos à estrada sem qualquer destino definido. Passámos ao lado da Quinta da Pacheca e decidimos entrar, mesmo sem ter nada marcado. Se não desse para ver nada paciência, mas pelo menos podiamos ficar a saber como funcionavam as visitas.
Percorremos a bonita estrada já para lá dos portões até chegar junto a um aglomerado de edifícios com óptimo aspecto.
Estava já cá fora uma funcionária da quinta. Curiosa a sensação que tivemos, era como se tivessemos marcado com antecedência e já estivessem à nossa espera. Segundo ela, o único dia do ano em que fecham é no dia de Natal. Deu imediatamente para perceber que as visitas à quinta são uma das prioridades da empresa.
A visita iniciou-se passeando calmamente pela zona exterior dos bonitos edifícios da quinta, onde nos foi contada a sua história. A Quinta da Pacheca foi uma das primeiras a engarrafar com marca própria. Esta quinta ficou conhecida por "da Pacheca", devido a uma das proprietárias que teve. Como era da família Pacheco Pereira, as pessoas referiam-se a ela como Pacheca. Entretanto, já há mais de cem anos que foi adquirida pela família Serpa Pimentel, cujos descendentes a gerem actualmente.
Seguimos em direcção aos lagares passando pela antiga parte de habitação da quinta, onde irá nascer um espaço de turismo rural com 14 quartos. Segundo nos foi dito, está previsto abrir durante o ano de 2008.
Sempre acompanhados também pelo pachorrento cão da quinta, chegámos aos lagares. Uma sala enorme, com carradas de lagares. Todos os vinhos da Quinta da Pacheca passam por aqui, o que também é uma atracção turística na altura das vindimas. Todos os visitantes podem ter aqui a experiência de pisar a uva, com acompanhamento musical.
Passámos então à sala de vinificação, que é também uma sala de eventos com capacidade para cem pessoas. Nesse dia ia haver lá um almoço para um grupo de alemães, pelo que pudemos ver a sala preparada para essa finalidade. Para eventos maiores existe também a possibilidade de utilizar uma tenda exterior, mas obviamente não terá a mesma mística.
Esteticamente esta sala está mesmo muito bem conseguida. O maior destaque vai mesmo para os tonéis de madeira, que já se tornaram numa imagem de marca da Quinta da Pacheca.
A visita terminou na loja de vinhos. Neste espaço, além de vender os vinhos da empresa, vendem também outros produtos regionais como doces, chás ou artesanato. É também aqui que se podem provar os vinhos por eles produzidos.
Foi pena o dia não estar muito famoso, porque cá fora existem umas cadeiras com vista para a vinha com um ar bastante convidativo.
Morada: Quinta da PachecaCambres
5100-424 Cambres
GPS: 41.156363,-7.800744
Telefone: (+351) 254313228
Fax: (+351) 254321259
Web: http://www.quintadapacheca.com
Email: [email protected]
Facebook: http://www.facebook.com/pages/Quinta-da-Pacheca/342452709713
Visitas: Aberto todos os dias excepto no dia de Natal. Tem loja de vinhos. Para provas é necessária marcação.
A Quinta das Bágeiras foi fundada em 1989 por Mário Sérgio Alves Nuno, que reuniu as vinhas de várias gerações da sua família, fazendo um total de 12 hectares. Iniciou-se nesse ano o engarrafamento do vinho produzido na quinta, pois antes era vendido a granel a outras caves da região da Bairrada.
Logo em 1989, os primeiros vinhos ganharam alguns prémios a nível nacional. Nesse mesmo ano o próprio Mário Sérgio Alves Nuno, aos 23 anos, obteve o 2º prémio nacional de Jovem Agricultor Português, prémio que recebeu novamente em 1991, devido ao seu projecto de construção de uma cave que possibilitou a produção de espumante.
A vinha foi aumentada e melhorada continuamente, desde 2002 passou para 28 hectares, e as condições da adega foram aumentando com o objectivo de produzir melhor. Estas foram as razões para Mário Sérgio Alves Nuno ser eleito em 2004 o melhor Agricultor do Ano em Portugal.
Sempre que vamos à Quinta das Bágeiras somos sempre bem recebidos por toda a equipa, mas principalmente pelo simpático anfitrião, um conversador nato. Sendo um grande defensor da Bairrada tradicional agregada a uma moderna viticultura, mesmo após a alteração da DOC Bairrada não mudou as suas convicções, continuando a produzir os seus vinhos de Baga, mais tracionais e personalizados.
Quando fizemos a visita completa, começámos pela cave. As paredes dos corredores são forradas por garrafas e mais garrafas de espumante, criando um ambiente peculiar.
Aqui todo o espumante é Bruto Natural, coisa que Mário Sérgio Alves Nuno faz questão focar. É defensor deste estilo de espumante, embora a lei permita a adição de açucar até 15 gramas por litro nos espumantes Brutos. O Bruto Natural não tem qualquer adição, respeitando assim o vinho original, ficando o espumante com uma secura natural.
No dia da visita pudemos observar o engarrafamento do espumante. É um ritual minucioso, um trabalho delicado e dedicado, como se de uma peça de artesanato se tratasse.
Passámos pela loja, uma das mais recentes alterações da quinta, onde se encontra exposta toda a gama de produtos da quinta, sendo possível comprar todos eles.
De seguida fomos guiados para a adega. Foi possível observar os tonéis de carvalho e os pequenos lagares fundos, onde são feitos os famosos vinhos de Baga.
A visita continuou pela engraçada sala onde a aguardente vínica envelhece, em pequenas barricas colocadas em pirâmide. Na sala seguinte está o alambique onde é feita a aguardente vínica e, ligando as duas salas, existe uma longa mesa onde é possível fazer provas.
Ali ficámos na sala de provas, na conversa durante algumas horas, tendo acabado por lanchar com a família.
Em vez de um prova convencional, foi-nos dado a provar um Bágeiras Garrafeira Tinto ainda em amostra de barrica. Um dos grandes vinhos feitos apenas com Baga, uma das grandes castas portuguesas e que, infelizmente, tem sido tão mal-amada. Nesta casa ela tem tido o destaque que merece.
Morada: Quinta das Bágeiras
Fogueira
3780-523 Sangalhos
GPS: 40.485172,-8.49932
Telefone: (+351) 234742102
Fax: (+351) 234738177
Web: http://www.quintadasbageiras.pt
Email: [email protected]
Visitas: Aberto todos os dias durante a semana. Ao fim-de-semana convém avisar. Tem loja de vinhos. Para provas é necessária marcação.
É injusto ainda não termos aqui falado na Quinta das Carrafouchas.
Além de já lá termos ido diversas vezes, temos uma relação de amizade com o António Maria, "a cara" da Quinta e uma das pessoas mais bem dispostas do mundo do vinho.
A Quinta das Carrafouchas é o produtor mais próximo de Lisboa. Pouca gente imagina que logo a seguir àquela massa de prédios depois do Loures Shopping há campo e, até, um produtor de vinho.
Seguindo junto ao muro de tom rosado em A-das-Lebres, freguesia de Santo Antão do Tojal, facilmente identificamos um solar da mesma cor que será familiar a quem conhecer os rótulos dos vinhos.
Uma pequena porta dá acesso à (chamemos-lhe assim) sala de provas. Espaço simples e funcional, é alugado para pequenos eventos, como por exemplo o já aqui falado TWA Inspira Portugal - Touriga Nacional. Gosto especialmente dos retratos que se encontram numa das paredes.
Ainda no edifício, destaque para a antiga adega (a nova não está na quinta, quem sabe um dia...) e para a capela dedicada a Nossa Senhora do Monte do Carmo.
Na parte exterior da casa, está uma das novidades mais recentes e agradáveis, especialmente em dias de bom tempo: Uma zona de refeições coberta, rodeada por vidros, com vista para as vinhas. É um local apetecível para repastos, não só para malucos do vinho mas também para levar a família e dar ordem de soltura aos putos. Sim, já o fizemos... :)
Mas estando lá, não se deve deixar de dar uma volta pelo resto da quinta. Há muitos outros pontos de interesse, como lagos, fontes, painéis de azulejos e, claro, as vinhas onde estão plantadas as castas Touriga Nacional, Tinta Roriz e Arinto. Sendo amigo do produtor e do enólogo, o que eu posso dizer sobre os vinhos é sempre suspeito, por isso digo apenas para os experimentarem à mesa que não se arrependem.
Também é provável encontrar um rebanho de ovelhas durante o passeio e, quem sabe, escolher um exemplar para o almoço. Podia também dizer que já o fizemos, mas tecnicamente não é verdade. Foi o António Maria que o escolheu e foi assado no seu “escritório”, o Solar dos Pintor.
Para quem estiver por Lisboa e queira um “cheiro a campo” sem conduzir mais de 15 minutos, este é o lugar certo. E se tiverem a sorte de estar o António a acompanhar a visita, umas boas gargalhadas não vão faltar.
Morada: Rua Francisco Franco Cannas
A-das-Lebres
2660-500 Santo Antão do Tojal
GPS: 38.847275, -9.166033
Tel: (+351) 917262385 / (+351) 912744855
Web: http://www.quintadascarrafouchas.com/
Email: [email protected]
Twitter: https://twitter.com/qcarrafouchas
Facebook: https://www.facebook.com/carrafouchas
Horário: Por marcação
Estava a iniciar este post quando li o que o Pingus Vinicus escreveu sobre “A ausência e a má comunicação”. Nem a propósito, pois acho que a Quinta das Marias é um bom exemplo do oposto. Como se costuma dizer, a excepção que confirma a regra.
A Quinta das Marias e o seu proprietário, Peter Eckert, são indissociáveis. Não dá para pensar nos vinhos sem pensar no suiço que veio para Portugal dirigir uma companhia de seguros e que acabou, anos mais tarde, a produzir vinhos.
Na verdade, já passaram 20 anos. As primeiras colheitas, segundo o próprio, não foram propriamente bem sucedidas. Mas esses tempos já lá vão, e (especialmente) nos últimos 10 anos, as coisas têm corrido bastante bem, sendo hoje um nome muito respeitado. No Dão e não só.
Bastaram escassos segundos na adega com o Peter, ainda por cima em época de vindimas, para perceber que a expressão “precisão de um relógio suiço” nunca fez tanto sentido.
A tradição e a tecnologia vivem lado a lado. 3 lagares de granito recém “pintados” de uvas tintas, que tinham sido ali pisadas há dias, têm a companhia de cubas “Ganimede” na fermentação dos vinhos.
Junto a esses mesmos lagares, salta logo à vista um pormenor delicioso que nunca vimos em mais lado nenhum: pás e ancinhos de um branco tão imaculado, que ninguém terá coragem de lhes fazer uma limpeza menos que perfeita aos mesmos.
O parque de barricas ainda é bastante condiderável, tendo em conta que a produção é de apenas cerca de 40 mil garrafas. Com origem em algumas das melhores tanoarias, é usado carvalho francês com diferentes tipos de tosta.
Após uma breve passagem pela sala de provas, onde também é possível comprar os vinhos, fomos dar um passeio a pé pela quinta. Cerca de 9ha são área de vinha, onde estão plantadas as castas Encruzado, Touriga Nacional, Tinta Roriz, Jaen e Alfrocheiro.
Não vale a pena falar novamente do extremo cuidado em todos os pormenores. Basta ver as fotos da vinha para se perceber o que quero dizer.
Mas há mais motivos de interesse além da vinha. Além de algumas oliveiras, existem também as ruínas de um antigo lagar de azeite que está previsto ser recuperado.
No regresso à sala de provas, houve ainda tempo para provar um Encruzado (sem barricas) e um Alfrocheiro, que são ambos uma boa representação do estilo da casa. São vinhos com perfil moderno, mas que não é por isso que deixam de ter a identidade e elegância do Dão.
Mais uma paragem obrigatória na pequena Oliveira do Conde. De preferência no mesmo dia em que se visite a Quinta Mendes Pereira, tal como nós fizemos. São duas realidades tão diferentes num espaço tão pequeno, apesar de partilharem o mesmo enólogo, que só tornam a experiência mais enriquecedora.
Quinta das Marias
Morada: Quinta das Marias
Oliveira do Conde
3430-364 Carregal do Sal
GPS: 40.442647, -7.968011
Tel: (+351) 93 580 70 31
Fax: (+351) 23 296 81 44
Web: http://www.quintadasmarias.com/
Email: [email protected]
Facebook: https://www.facebook.com/QuintaDasMarias
Horário: Por marcação
O nosso amigo Vitor Mendes é o responsável por a Quinta de Gomariz fazer parte da nossa lista de quintas a visitar, durante umas férias enoturísticas na região do Vinho Verde.
Chegámos à Quinta de Gomariz a meio da tarde, já ligeiramente atrasados. Não demos pelo tempo passar na visita que fizemos da parte da manhã e, quando reparámos, já estávamos a meio da tarde.
A primeira coisa em que reparei foi no facto de conseguir ver os muros que contornam toda a quinta, mesmo tendo ela 17ha.
O proprietário da Quinta de Gomariz, Manuel da Silva Correia e Sá, começou esta actividade em 2001 mas apenas em 2006 foi rotulado o primeiro vinho.
Começámos a visita pela vinha que, embora despida, também tem os seus encantos. É uma vinha muito organizada e dividida por zonas e castas, muito bem definidas. A primeira zona é de vinhão, que tem tendência a diminuir, visto ter pouca procura fora da região. De seguida surge uma vinha de ensaios ou campo de experimentação, com variadas castas portuguesas e estrangeiras, mais à frente aparece a zona do Padeiro, etc.
A vinha começou por ter cerca de 70% castas tintas mas através de enxertos ficou invertida. Actualmente apenas 40% da vinha são castas tintas e parte delas usadas para rosé.
Na produção dos vinhos tentam usar o máximo possível a uva da casa, adquirindo apenas 10%, tendo sempre o cuidado de conhecer bem a origem da mesma.
Após percorrer grande parte da vinha, fomos para a adega. É bem equipada e dividida em zonas: armazenamento, engarrafamento e rotulagem, vinificação e estágio e uma pequena área para ensaios.
O ambiente é totalmente controlado, tanto a nível de humidade como a nível de temperatura. Na recepção das uvas a temperatura é obrigatoriamente baixa e fazem total separação de castas.
Tínhamos começado a visita com Hélder Queiroz e, nesta altura, já éramos uma autentica romaria pela adega. Desde o enólogo ao proprietário e mais umas quantas pessoas, lá começamos a provar vinhos de cuba em cuba. Nós nem queríamos abusar porque já estávamos bem tratados desde manhã, mas não tivemos hipótese nenhuma e lá fizemos o sacrifício. :-D
Depois de percorrer praticamente todas as cubas, ainda fomos até a uma zona de provas e montra de vinhos, onde provámos praticamente todos os últimos vinhos lançados no mercado. Ali ficámos em grande cavaqueira, mais uma vez sem dar pelo tempo passar. Já era noite quando fomos embora com uma caixa de vinho de baixo do braço, como se não bastasse toda a simpatia durante a visita e tudo o que já tínhamos provado.
Como já referi no artigo da visita que fizemos nesse dia de manhã, perdemos as melhores fotos desse dia. Apenas temos para partilhar as fotos que estavam na máquina mais fraquita. Um dia vamos ter de voltar só para tirar mais fotos que mostrem da melhor forma a Quinta de Gomariz.
Morada: Quinta de Gomariz
Rua Sergidos nº10 - Apartado 33
4765-909 Riba de Ave
Sequeirô - Santo Tirso - Portugal
GPS: 41.374264,-8.458282
Telefone: (+351) 252859607
Email: [email protected]
Web: http://www.quintadegomariz.com
Blog: http://quintadegomariz.wordpress.com
Facebook: https://www.facebook.com//quintadegomariz
Twitter: https://twitter.com/#!/QuintadeGomariz
Visitas: Com marcação
No espaço de um ano, tivemos o prazer de fazer duas visitas à Quinta de Nápoles, da Niepoort Vinhos.
Na primeira das visitas, fui apenas eu e a Ema. Enviámos um mail para ver se havia hipótese de fazer uma visita, ao qual obtivemos uma rápida resposta.
Acabámos por trocar uns telefonemas com Gabriela Santos e marcámos uma visita com almoço. Chegámos alguns minutos antes da hora, tendo sido recebidos pelo enólogo residente, Luís Seabra, com quem conversámos alguns minutos enquanto aguardávamos a chegada de um grupo de italianos, em passeio enoturístico por Portugal, que também ia fazer a visita.
Logo nos primeiros instantes saltou à vista que ali tudo é completamente informal. Quando os italianos chegaram, Luís Seabra pegou em 3 copos, distribuiu pelos presentes, e encaminhou-nos para a adega.
Na altura, notava-se bem o porquê da necessidade de construção de uma adega nova. O espaço estava de facto a tornar-se extremamente curto, mesmo estando bem refrigerado. Não que isso se notasse no resultado final dos vinhos.
Como o espaço era pequeno, a visita às instalações seria previsivelmente curta. No entanto, dada a a quantidade de amostras dadas a provar, e toda a explicação detalhada dada sobre cada uma delas, acabou por se prolongar por cerca de duas horas.
Seguiu-se o almoço completo acompanhado por vinhos Niepoort, começando nos brancos, passando pelos tintos e terminando nos vinhos do Porto. Antes de cada vinho provado, era sempre feita a devida explicação sobre o mesmo que ia desde as vinhas que lhe deram origem, até à comida com o qual devia ser acompanhado. Foi ali, com a ajuda dos "Junior" e "Sénior" da Niepoort, que acabei com todas as minhas dúvidas relativas aos tipos de Vinho do Porto existentes.
Nessa nossa primeira visita, o nosso site ainda estava em fase embrionária e até brincámos sobre quais as obras que terminariam primeiro, as da Quinta de Nápoles ou as do nosso site. Se considerarmos apenas a adega, a Quinta de Nápoles ganhou. Mas como ainda há algumas coisas por terminar, por exemplo a casa antiga que está a ser recuperada para escritório e recepção de visitantes, acho que podemos considerar que houve um empate técnico de 1-1.
A segunda visita, ocorreu no fim-de-semana passado. Os pormenores sobre essa visita podem ser encontrados na entrada que fizemos no blog, pelo que aqui nos vamos apenas centrar na adega, que é o que os potenciais enoturistas irão encontrar se forem visitar a Quinta de Nápoles.
Falando então da adega, agora sim, a Niepoort tem uma adega ao nível dos seus vinhos. Excelente a nível arquitectónico, as suas linhas modernas e direitas, com o exterior em xisto, integram-se na perfeição na paisagem da região.
A sua construção faz com que se use a gravidade para deslocar as uvas. Estas chegam ao nível da entrada principal (e da estrada), sendo encaminhadas para a sala de vinificação que se encontra no piso abaixo.
Abaixo disso, encontra-se a sala de estágio que tem um longo corredor com as cubas inox e, em frente a esse corredor, umas salas de estágio onde se encontram as barricas de carvalho.
Este enorme incremento de espaço permite não só conseguir ter tudo mais arrumado, como também certamente facilita a vida no processo de produção de vinho. Além disso, esteticamente está muito bem conseguido.
Regressando à sala de vinificação, há ainda uma sala de provas ao nível do topo das cubas de fermentação. Nesta visita era onde estava o stand da Niepoort, mas possivelmente será onde se podem fazer provas e pequenos eventos em ocasiões normais.
É sem dúvida um sítio a visitar por quem tenha oportunidade para tal, pois certamente serão bem recebidos. Independentemente do tamanho do espaço ou do número de convidados, uma coisa é certa: A Niepoort é especialista na arte de bem receber.
Morada: Quinta de Nápoles
Têdo
5110-543 Santo Adrião
GPS: 41.148785,-7.643094
Telefone: (+351) 254 855 436
Fax: (+351) 254 855 436
Web: http://www.niepoort-vinhos.com
Email: [email protected]
Facebook: http://www.facebook.com/pages/Niepoort-Vinhos/26281913865
YouTube: http://www.youtube.com/user/vniepoort
Visitas: Por marcação
Nada melhor para recuperar forças em pleno Inverno que umas enoférias na região do Vinho Verde, mesmo ao lado do Gerês, com temperaturas mais baixas que as recomendadas para beber um Alvarinho.
Decidimos recordar as tardadas de Verão que passámos a petiscar e a beber Soalheiro e, sem meias medidas, fomos até à Quinta de Soalheiro. Só nós!
Sim, isto é uma visita que ainda estava em atraso, mas como está na altura certa para o beber aproveitámos para recuperar a visita.
Enviei mail para a quinta, ao qual o Luís Cerdeira respondeu atempadamente a dizer que seriam os seus pais a efectuar a visita.
Quando chegámos, parecia que estávamos a chegar a uma casa de habitação normal. Nada fazia pensar que a adega era ali, mas era. A notoriedade da marca faz pensar noutra dimensão, mas continuam pequenos e não querem crescer.
O simpático casal lá estava à nossa espera e começaram por nos falar da sua história.
Herdaram terrenos e uma vinha de fraca qualidade, onde as castas tintas estavam em maioria. Segundo eles, em 1974 cometeram uma loucura para a época, arrancaram a vinha e plantaram Alvarinho.
Começaram por vender a uva para a Adega de Monção, mas em 1982 criaram a primeira marca de Alvarinho de Melgaço - Soalheiro.
Com o orgulho estampado nos rostos, falaram dos seus filhos que se entregaram de alma e coração ao projecto de família. O filho é enólogo e a filha responsável pela vinha.
Na vinha já utilizam a biodinâmica porque acham que as uvas ficam melhores. A intenção não é colocar esse aspecto no rótulo mas a obtenção de maior qualidade.
A adega é pequena mas com o espaço muito bem aproveitado e com o equipamento necessário e actual, para uma boa vinificação, engarrafamento e estágio. Encontra-se muito organizada com zonas bem distintas: recepção de uvas, prensagem, vinificação em inox, vinificação em cascos de carvalho, engarrafamento, estágio de garrafas espumante, estágio garrafas de vinho, envelhecimento de aguardentes em casco, rotulagem e embalagem.
Durante a visita foi possível ver a garrafeira pessoal da família com todas as colheitas da casa, que obviamente não são para venda. Pena!
No final passámos pelo armazém e na loja. Acabámos por enfeirar umas magnums de Soalheiro que nos tinham piscado o olho no armazém. Os preços são muito bons, devido a um incentivo conjunto entre produtores e câmara de Melgaço, valendo mesmo a pena ir à região só para comprar vinho. Afinal a nossa viagem não foi assim tão disparatada!
Ainda tentámos tirar umas fotos às vinhas mas estava um frio terrível, desistimos e fomos aquecer-nos para o hotel.
Morada: Quinta de Soalheiro
Alvaredo . Melgaço
4960-010 Alvaredo
GPS: 42.097709, -8.30988
Telefone: (+351) 251416769
Fax: (+351) 251416771
Email: [email protected]
Web: http://www.soalheiro.com
Facebook: http://www.facebook.com/pages/Soalheiro/176424605721447
A Quinta do Encontro encontra-se no coração da Bairrada, mais propriamente na zona de Anadia. Desde 2000 tem vindo a sofrer grandes reestruturações, como a replantação de parte da vinha e a construção de uma adega em 2005.
Como todos os projectos da Global Wines, este também está totalmente virado para o enoturismo. Um enoturismo de qualidade, com pessoas devidamente formadas e aberto todo oo ano de Terça a Domingo.
Esta adega ainda tem a particularidade de ser um projecto diferente, moderno, com uma arquitectura de design de autoria do arquitecto Pedro Mateus, onde é possível encontrar espaços diversos como a adega, loja de vinhos, restaurante e um enorme espaço multiusos.
A adega está implantada no meio de vinhas, sobressaindo devido à sua forma cilíndrica mas totalmente integrada na paisagem. Dá a ideia de uma barrica de madeira.
Assim que entramos deparamos com uma interessante loja, onde estão expostos todos os vinhos do grupo. Nesse mesmo espaço somos sempre simpaticamente recebidos. Normalmente, oferecem um flute de espumante e, caso não se conheça a adega e os outros espaços, propõem logo uma visita.
Ainda na loja é feito um resumo da história do grupo, com foco na Quinta do Encontro, onde são passados alguns dos conceitos usados pelo arquitecto na criação do edifício. Um dos mais interessantes é o facto de não existirem escadas, mas apenas rampas em espiral à volta do edifício, inspiradas nos saca-rolhas.
Subindo a rampa ao lado da loja temos acesso ao espaço multiusos. É um enorme espaço que ocupa todo o andar superior do edifício, envidraçado, deixando ver uma paisagem fabulosa de vinhas com as serras do Buçaco e Caramulo ao fundo. Não abdico de, volta e meia, ir saborear um belo copo de vinho sentada na enorme varanda. É muito agradável! (Ouviste Nuno?)
Voltando ao ponto inicial, a loja de vinhos, passamos para uma simpática sala de espera onde no centro existe uma estranha, mas interessante, lareira que faz lembrar uma garrafa. De seguida passamos para o restaurante, cuja sala requintada tem um tamanho que garante tomar uma refeição confortavelmente, mesmo que esteja cheia.
Começamos então a descer a rampa que dá acesso à adega, que está totalmente equipada com moderna tecnologia de vinificação.
Para mim é um momento mágico todo o cenário de luz, som ambiente, o contornar da adega passando acima das cubas de estágio até chegar ao piso de baixo. Acho que só me poderão entender os que já passaram por esta experiência.
As cubas de estágio estão colocadas no centro do edifício e, em volta delas, num corredor lateral que contorna todo o edifício, estão as barricas de madeira onde estagiam vinhos tintos e também pilhas de espumante.
A ordem da visita pode não ser propriamente esta, uma vez que não a fizemos apenas uma vez e, por essa razão, não sei qual será a ordem normal.
O melhor mesmo é dar lá um saltinho e verem com os próprios olhos!
Morada: Quinta do Encontro
São Lourenço do Bairro
3780-179 Anadia
GPS: 40.440766,-8.489546
Telefone: (+351) 231 527 155
Telemóvel: (+351) 91 5351 747
Fax: (+351) 232 961 203
Web: http://www.daosul.com
Email: [email protected]
Facebook: http://www.facebook.com/pages/GlobalWines/109299442431092
Visitas: Aberto de Terça a Domingo.
Umas férias no Algarve fariam supor praia, piscina, tostar ao sol, ou algo assim do género. Fora de época talvez venha à ideia golf ou spa. Se calhar são poucos os malucos, como nós, que se lembrem de procurar produtores de vinho. Mas, afinal de contas, é preciso dar visibilidade a produtores de zonas menos destacadas no panorama vínico português.
Quem olhar com alguma atenção para as prateleiras de garrafeiras e restaurantes algarvios, vai notar a presença de um vinho, que raramente se vê fora do Algarve, de seu nome Alvor. No meio de uma conversa numa garrafeira algarvia, viemos a saber que o vinho era produzido na Quinta do Morgado da Torre. Lá nos deram as indicações da localização da Quinta e decidimos ir procurá-la.
Sem ter nada marcado, fomos com a ideia de ver só onde era. Ao chegar tivemos uma boa surpresa. Não só têm loja aberta ao público nos dias de semana, como fazem visitas à adega.
Infelizmente ao fim-de-semana está fechado, o que nos foi justificado pelo número reduzido de pessoas da equipa (2 mais o enólogo).
Aproveitámos e visitámos a adega, que é pequena mas muito bem equipada. Nota-se que o objectivo aqui é fazer vinhos com qualidade, ou não fosse este produtor referenciado como o primeiro a acreditar ser possível produzir vinhos de qualidade no Algarve.
Também na vinha as coisas foram feitas a pensar na qualidade, a começar na selecção das castas. Notou-se pela conversa com Teresa Carvalho que tem um carinho especial pela casta Syrah, mas não se pense por isso que só as castas internacionais tenham aqui papel de destaque.
O que é certo é que as apostas têm tido resultados. A comprová-lo estão os prémios que estes vinhos têm recebido (a nível nacional e internacional) e a procura que têm tido. Por exemplo, o Alvor Reserva já esgotou há alguns meses.
Com marcação antecipada é também possível fazer uma visita às vinhas. Outra opção são as degustações de vinhos e gastronomia regional. Poderá ser um lanche diferente para quem estiver farto de praia.
Ficará para uma próxima oportunidade.
Desta terminámos a visita na loja, onde se podem comprar vinhos e outros produtos tradicionais, provando um tinto e um branco ali produzidos.
Mas a oferta enoturística vai ser alargada. Em 2009 está prevista a construção de um hotel rural dedicado ao vinho, onde nem faltará um spa com vinoterapia.
Não deixa de ser curioso isto vir nascer numa zona quase sem tradição vinícola. Venham mais destes!
Morada: Morgado da Torre – Sítio da Penina Apartado 99
8501-903 Mexilhoeira Grande
GPS: 37.169208,-8.578606
Telefone: 282 476 866
Fax: 282 476 866
Email: [email protected]
Visitas: Aberto de segunda a sexta. Tem loja de vinhos.
Neste final de verão, tirei finalmente uns dias de férias e decidimos ir para o Alentejo, longe de tudo... ou quase tudo. Depois de alguns dias de piscina, sol e jantares bem regados entre Évora e Estremoz, decidimos começar a marcar visitas em alguns produtores ali perto. Depois de marcar uma visita para a parte da tarde - eram 10h00 - liguei para a Quinta do Mouro, a tentar marcar uma visita ainda para essa mesma manhã (até porque estava a uns 3Km de distância). Claro que, estando em plena época de vindimas e com a antecedência de uma horita, eu estava mesmo a pedir para me mandarem visitar o...utra coisa qualquer.
A pessoa que me atendeu o telefone foi do mais prestável, e devolveu-me a chamada 10 minutos depois para me confirmar que já estavam à nossa espera. Quando cheguei (a Quinta do Mouro fica mesmo em plena cidade de Estremoz), fui recebido pelo Miguel Louro - o filho - que nos levou a fazer a visita, enquanto geria a chegada das uvas da vindima. A quinta do Mouro tem cerca de 30ha de vinha própria, sendo que não está nos planos desta casa, para crescer, comprar uvas de produções que não conhecem nem controlam - afinal de contas, a qualidade nesta casa é regra.
Cerca de 60% da produção é para exportação, com um grande foco na Suíça, embora a presença na última Vinexpo tenha demonstrado um grande potencial para o mercado Francês. Toda a estrutura desta quinta se baseia na casa principal, na qual existem condições naturais de temperatura para praticamente todo o ciclo de produção, tendo sido feitas cirurgicamente apenas as alterações absolutamente necessárias.
Na entrada podia-se ver a chegada das uvas que o Miguel nos convidou a pisar (aparentemente este não foi um bom ano, uma vez que as chuvas de Maio tiveram um grande impacto em termos financeiros e em termos da qualidade final das uvas). Achei melhor não baixar a moral da equipa, ao mostrar os meus invejáveis dotes físicos, e decidi declinar o convite e continuar a visita.
O cão da quinta (um lindo labrador) não deixou de nos perseguir, e embora não se veja nas fotografias, tinha parte do focinho manchado de vinho porque aparentemente anda constantemente a tentar comer uvas.... Passamos pela sala onde estão as cubas de inox com temperatura controlada, embora a própria temperatura natural fosse muito fresca (estavam 38 graus no exterior, e lá dentro eu tinha frio...), e depois pela sala das barricas onde repousam barricas de carvalho Francês e em menor parte Português. Renovam constantemente o parque de barricas (cerca de 30 novas barricas por ano). Tendo em conta a qualidade que se quer manter, parece-me importante referir que a Quinta do Mouro tem actualmente 5 (cinco!) colheitas em casa, em estágio, e que só sairão para o mercado quando estiverem no patamar pretendido.
A visita não acabou sem antes fazermos uma prova da Vinha do Mouro 2008 (fresco, fácil de beber e para um patamar de preços que a casa foi forçada a criar); Casa de Zagalos Reserva 2007 (uma excelente relação qualidade-preço); o Quinta do Mouro 2006 e o Quinta do Mouro Rótulo Dourado 2006. Sobre estes dois últimos, palavras para quê? O sucesso faz-se de vinhos assim...
Tenho de sublinhar a disponibilidade e amabilidade do Miguel, que mesmo no meio da vindima conseguiu arranjar tempo para responder a tudo e mais alguma coisa.
Morada: Quinta do Mouro
7100-056 Estremoz
GPS: 38.851155,-7.593162
Telefone: (+351) 268334097
Fax: (+351) 268337585
Web: http://www.quintadomouro.com/
Email: [email protected]
Visitas: Aberto todos os dias durante a semana e fim-de-semana, se receberem aviso com antecedência com possibilidade de provas. Tem loja de vinhos.
Já visitámos a Quinta do Passadouro há alguns anos e nunca mais me saiu da cabeça. A quinta em si, a sua localização e toda a envolvência encantam-me, por isso, após tantos anos achei que devia partilhar esta nossa visita. No geral, tudo se mantem, apenas a adega teve grandes melhorias, tanto a nível de equipamento como a nível de organização do espaço, de forma a facilitar, controlar e melhorar todo o processo de produção do vinho.
GPS apontado para Vale Mendiz no concelho de Alijó. A quinta fica ao fundo da aldeia numa encosta, já que a aldeia fica mesmo no vale do rio Pinhão e é praticamente toda em encostas. Se não se safarem peçam indicações na aldeia.
Connosco o GPS falhou, não conhecia a estrada, o parvalhão, e não tínhamos rede no telemóvel, mas lá encontrámos uma senhora que nos deu todas as indicações necessárias, mesmo tipo sketches Gato Fedorento.
Marcámos antecipadamente a visita para evitar bater com o nariz na porta. Pouco depois de estacionar apareceu um simpático holandês que iniciou de imediato a visita. Do alto onde nos encontrávamos era possível avistar a maior parte da vinha, das quais nos foram facultadas informações detalhadas. Dos vinte hectares de vinha, oito são de vinha velha cuja uva é usada nos vinhos topo de gama.
Seguimos para adega munida de lagares tradicionais onde se faz a pisa a pé para os tintos e porto. Lá foi possível provar o vinho directamente da barrica. Vimos também o armazém e seguimos para a casa de turismo para provar os vários vinhos do Douro e Porto da quinta.
Desde 1991 que a quinta pertence à família belga Bohrmann mas a casa de turismo é explorada por um casal holandês desde 2001, que se apaixonou pelo local, durante uma visita à região em 2000.
A parte mais antiga da casa é de 1873 e actualmente disponibiliza 6 quartos duplos para os amantes do enoturismo. Os hospedes, além de poderem desfrutar do ambiente repousante da casa e da vista magnífica do jardim, podem também fazer cursos de prova de vinho, passeios pedestres, tomar banho na praia fluvial e muitas outras coisas.
A pitoresca sala tem múltiplas funções, é sala de estar, de jantar, de provas e até loja, onde hospedes e visitantes podem conviver. Na loja é possível adquirir os vinhos da casa, mel e alguns produtos da região. Estão expostos os rótulos do vinho Passadouro que desde 1995 mantêm o mesmo formato, mudando apenas a imagem, que é sempre de um animal da quinta. É possível jantar sob marcação prévia, uma vez que a casa disponibiliza uma cozinha com comida típica e caseira.
Quisemos ficar lá alojados mas estavam lotados. Foi pena mas fica para uma próxima oportunidade.
Morada: Quinta do Passadouro - Soc. Agricola, Lda
Vale Mendiz
5085-101 Pinhão
GPS: 41.235289,-7.531364
Telefone: (+351) 254 732 312
Fax: (+351) 254 738 180
Email: [email protected]
Web: http://www.wonderfulland.com/wonder2006/wine/passadouro/indexwine.htm
http://www.quinta-do-passadouro.com (Turismo)
Facebook: https://www.facebook.com/quinta.passadouro
Visitas: Por marcação
Uma segunda paixão que temos, a observação de aves, foi a responsável pela vontade que tínhamos de visitar Vale D'Algares. Um dos vinhos mais conhecidos da casa tem por nome Guarda Rios e, tal como suspeitámos, é devido à existência dessa ave na herdade.
Marcámos a visita por mail, confirmando por telefone, e em poucos dias ficou tudo combinado. Lá fomos nós visitar a segunda adega na região vitivinícola do Ribatejo, agora Tejo, seguindo as coordenadas geográficas das vinhas que se encontram no site pensando que a adega, local combinado para inicio de visita, se situasse junto das vinhas.
Encontrámos a herdade, pouco depois as vinhas, e fomos andando em direcção a uns edifícios que pensávamos ser a adega, mas afinal não era. Entretanto batemos a uma porta e falámos com alguém que entrou em contacto para a adega e o nosso anfitrião, João Vilar, foi ao nosso encontro.
A confusão foi por termos as coordenadas das vinhas e não as do hotel, que se encontram também no site. Acontece que a adega situa-se no centro da povoação de Vila Chã de Ourique, onde em breve aparecerá também um hotel de charme entre outras coisas.
Nos breves minutos de espera por João Vilar, ficámos a admirar a herdade, uma vez que não esperávamos encontrar tal magnitude, beleza e perfeição.
Embora soubéssemos que era um projecto recente, e que prometia muito, nós não estávamos preparados para encontrar uma herdade onde nada era esquecido e onde tudo transmitia muito gosto, trabalho, qualidade e dedicação.
Começámos a visita ali mesmo pelas vinhas que, por sinal, são mesmo o ponto de partida das visitas, embora o ponto de encontro seja a adega.
O edifício junto das vinhas que pensávamos ser a adega era afinal um antigo lagar de azeite. Foi reconstruído mantendo as paredes originais e serve para provas de vinho e, futuramente, de azeites da herdade.
Fomos conduzidos pelo simpático João Vilar, que se encontrava completamente desgraçado com alergia a tanto polén que andava no ar. De carro, demos a volta à herdade podendo verificar que é constituída por pequenos montes, vales e um paul.
Foi com muito agrado que pudemos observar, e ouvir, enúmeras aves que habitam a herdade. Foi então que soubemos que existem planos de promover a observação de aves, o que nos deixou muito felizes.
As vinhas, que ocupam mais de 30 hectares, foram plantadas em 2004/2005 e planeiam aumentá-las para o dobro. Como é uma zona de muita água, todas as vinhas são drenadas para obter um stress hídrico da videira moderado e a rega é controlada por sondas abaixo do solo que sobem e descem o nível freático. A produção de cada videira é controlada por mondas de cachos em duas fases, de forma a obter a máxima qualidade, concentração e frescura.
As castas principais até ao momento são nas tintas a Touriga Nacional, Syrah, Aragonês e Merlot e nas brancas o Chardonnay, Fernão Pires, Sauvignon Blanc, Viognier e Alvarinho. No entanto, já estão a fazer algumas experiências com outras castas e planeiam plantar mais algumas variedades.
A vindima é feita manualmente em caixas de 18kg que são mantidas a baixas temperaturas na adega, onde é feita uma nova selecção dos cachos e escolha de bagos, para preservar a intensidade dos aromas e sabores.
A caminho da adega, pudemos observar o Centro Equestre, outra das actividades que fazem parte do projecto inovador de Vale D'Algares. Ocupa 16 hectares disponibilizando serviços e condições únicas para a prática de variadas modalidades equestres.
A adega, é uma antiga e bela adega local, praticamente toda remodelada, tendo sido aproveitada a fachada original e alguns aspectos interiores, mantendo assim alguns aspectos tradicionais.
Logo que começamos a visitar a adega, ficámos mais uma vez completamente surpreendidos com a magnitude da mesma. Tal como nas vinhas e no centro equestre, nada foi deixado ao acaso. É monumental, fabulosa, deslumbrante e com um ambiente que transmite algum misticismo.
O edifício da adega é enorme sendo constituído por zona de recepção e prensagem da uva, fermentação em cubas de inox, balseiros e lagares de pedra, armazenamento, sector técnico, arrecadações, câmara frigorífica e ainda dois pisos de caves com zona de estágio em barrica, linha de engarrafamento, garrafeira particular, loja de vinho e sala VIP. Além de tudo isto, o projecto incui ainda um hotel de charme, restaurante gourmet, spa, centro de eventos e pavilhão multiusos.
Fomos percorrendo todas estas zonas durante a visita, cada vez mais surpreendidos. Quando achávamos que não nos poderiam surpreender mais, aparecia algo diferente e fantástico na zona seguinte.
A sensação que tenho é que por mais palavras que use para tentar descrever não chegam para transmitir a realidade. O melhor é verem as fotos ou então irem pessoalmente fazer a visita.
A fermentação é feita em balseiros, cubas de inox e nos tradicionais lagares de pedra. Nos brancos tanto a prensagem como a fermentação são efectuadas à temperatura ideal usando equipamentos de última geração. Os tintos estagiam em barricas de carvalho francês e americano.
Quase no final da visita fizemos uma pausa na sala VIP para provar os vinhos da casa. Com a boa companhia de João Vilar, agora muito melhor da alergia, foi possível apreciar pausadamente todos os vinhos da casa, incluindo os últimos devaneios do enólogo Pedro Pereira Gonçalves.
Resta-me dizer que Vale D'Algares é um inovador projecto a nível nacional, abrangendo várias áreas turísticas, disponibilizando produtos e serviços de excelência e qualidade máxima, conjugando na perfeição a cultura e tradição com a modernidade e inovação.
Morada: Rua Coronel Lopes Mateus, 13
2070-641 Vila Chã de Ourique
GPS: 39.17224, -8.76625
Telefone: +351 243 709 321
Fax: +351 243 709 323
Web: http://www.valedalgares.com
Email: [email protected]
Facebook: http://www.facebook.com/pages/Cartaxo-Portugal/Vale-dAlgares/79491438962
Twitter: http://twitter.com/valedalgares
Visitas: Com marcação